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Mostrando postagens de abril, 2024

A saga dos 'inocentes' úteis

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  O grotesco espetáculo de depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, não foi uma iniciativa popular, e sim da “arregimentação e do suporte direto do grupo” do inelegível, conforme relato da PF ao ministro Alexandre de Moraes. Nova denúncia da PGR contra a golpista paranaense de Maringá, Shirley Faethe de Andrade, ilustra a informação. Segundo o colunista Lauro Jardim, ela propunha um plano de “investida para tomada de poder, que não teria dia para acabar”, conforme mensagens de texto e áudio no WhastApp. Shirley pregava a violência abertamente: “Bolsonaro deveria é entrar dentro do STF com uma metralhadora e metralhar todos os ministros, kkk”. Com receituário e tudo: “Preparem as máscaras de gás, pano úmido e água no cantil, spray de pimenta, colete, capacete; bala de borracha não vai faltar”. E sustentou, depois do quebra-quebra: : “Daqui não sairemos até que seja decretada a GLO. Só sai se o Exército vir. Senão nós vai (sic) preso”. Sorte que Lula não cai

Acuado pelas provas

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  No meu entender, a condenação mais justa, ou gritante, ao inelegível, seria por suas tentativas de golpe. No entanto, como lembra Ricardo Noblat, ele poderia se declarar preso político e vítima de uma injustiça. Só que seu 'algoz', o ministro Alexandre de Moraes, cerca-se de outras provas cabais, que não deixarão a ele chances de espernear. Agora mesmo a PF está nos EUA para investigar a venda das joias das Arábias, sobre as quais o ex-faz tudo, Mauro Cid, também voltou a depor. Isso sem falar na falsificação dos cartões de vacinação para si e seus familiares. Todos recheados de provas, que crescem. Poderiam ser considerados crimes de um ladrão de galinhas, contudo, teriam um peso oportuno no cômputo geral.  E, com sua liberdade de ir e vir mantida no Brasil, ele tem a exata medida da decadência do apoio que sofre: o ato no Rio atraiu menos de 20% do que o de São Paulo. Ainda teremos de aturar mais um, em Santa Catarina, o reduto mor dos reacionários. Cujo resultado tam

A volta da Comissão da Verdade

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  Quando participei da volta do Jornal do Brasil impresso, em 2018, fui à Casa da Morte, em Petrópolis, e me escandalizei ao ver ao vivo aquele macabro centro de tortura. Até entendo que Lula precise contemporizar com os militares, porém, foi muito bem vindo o parecer favorável da gestão Lewandowski à reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Famílias foram destroçadas pela perda de jovens idealistas que deram a vida por uma causa, e terminaram aniquilados nos porões que de vez em quando voltam a nos assombrar. Entre as atribuições do grupo estão emitir pareceres sobre indenizações a familiares e mobilizar esforços para localizar os restos mortais das vítimas do regime militar. Conforme a Comissão Nacional da Verdade, dos 243 desaparecidos políticos, só 35 foram identificados. O Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Unifesp tem 1.049 caixas com ossadas encontradas, descobertas em 1990. Claro que as Forças Armadas não querem remoer este

Se correr o bicho pega, se ficar, ele come

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  Aos poucos, o ministro Alexandre de Moraes abandona o papel de vilão dos bolsonaristas. Como se viu, ele não considerou crime o fato do capitão ter passado dois dias na embaixada da Hungria. (Estaria ele se guardando para a hora final?) E agora é a PGR – ativa, ao contrário da anterior – que defende a rejeição pelo STF contra a decisão do TSE pela inelegibilidade do ex-presidente. O recurso movido pelo mi(n) to é uma das últimas chances de a decisão ser revertida. Quer dizer, o inelegível continua achando absolutamente normal o fato de ter convocado embaixadores à sede do governo para disseminar fake news e atacar nosso sistema eleitoral. À distância, a ficha dele poderia ter caído... E agora tem a cara de pau de questionar a decisão do TSE, de junho de 2023, quando a maioria dos integrantes do tribunal viu na tal reunião um abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Foi o vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa Barbosa, quem considerou que o

Algoritmos e redes são os vilões

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  As jornadas de junho de 2013 não foram exatamente a origem do nascimento da extrema direita no Brasil. Uma explicação mais plausível para isso, não só em relação ao Brasil como ao resto do mundo, foi a instalação de algoritmos pelo Twitter e Facebook para direcionar o que vemos nas redes, em 2013. Como explica o jornalista Pedro Dória no Canal Meio, o matemático holandês Petter Törnberg (foto) , da Universidade de Amsterdã, é quem melhor conhece este cenário, em suas análises sobre as interações sociais iniciadas em 2013. Para Törnberg, são dois os problemas centrais: o algoritmo e as próprias redes sociais. O Facebook e o Twitter recorreram aos algoritmos para faturar com a venda direcionada de publicidade. Os algoritmos decifram nossas identidades e as agrupam com outros que tenham traços semelhantes. Então, o que seria uma meia dúzia pode se transformar em milhões. Isso originou suas respectivas fortunas. Ao alinhar as identidades, por sua vez, os usuários das redes to

Zambelli é denunciada pelo PGR

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  Finalmente, parece que alguma coisa vai acontecer àquela louca que saiu de arma em punho contra um negro na reta final do pleito de 2022. A deputada bolsonarista Carla Zambelli foi denunciada pelo PGR Paulo Gonet como mandante do crime de invasão do sistema cometido pelo hacker Walter Delgatti. Ministros da 1ª turma do STF (Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino) decidirão se recebem a denúncia após a manifestação da defesa. O texto do PGR sustenta que Zambelli e Delgatti "buscavam obter vantagem de ordem midiática e política, que adviria do projeto de desmoralização do sistema de Justiça". Segundo a defesa de Delgatti,"Walter é réu confesso na invasão do CNJ, portanto não é surpresa a denúncia em seu desfavor. Sobre a denúncia a Carla Zambelli, só confirma que Walter falou a verdade". A deputada, porém, diz ter recebido a notícia da denúncia com surpresa e afirma que não há "prova efetiva" de que ela colaboro

Evangélicos turbinam extrema direita

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  Ao menos 10% dos evangélicos no Brasil são militantes de extrema direita, com forte acesso à mídia, recursos financeiros e conexões internacionais, que turbinam sua projeção.   A conclusão é de um estudo da UFF e UFRJ, financiando pela Fundação Heinrich Böll, da Alemanha. Foram pesquisados perfis e técnicas usados por extremistas nas redes sociais entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, divulgados pela jornalista Cristiana Ramalho no jornal  Deutsche Welle. "No universo da pesquisa, os atores que se autodeclaram evangélicos são os que mais postam e os que têm maior alcance junto aos seguidores desse espectro político", observa  Christina Vital , uma das coordenadoras da pesquisa. Entre os dez perfis de extrema direita mais engajados,  oito   são de  evangélicos, sobretudo de São Paulo e Santa Catarina. E adivinhe quem está entre os oito perfis mais influentes? Acertou quem disse Flávio e Michelle Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira, aquele da testosterona e da

A volta das milícias digitais

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  Quando menos se espera, as Milícias Digitais voltam à ação. É o que indica relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes no inquérito que investiga o empresário Elon Musk. A PF afirmou claramente que o  X  (ex- Twitter)  viabiliza a “reorganização da Milícia Digital”. Isso ocorre quando a plataforma digital permite que brasileiros acessem  links  para acompanhar  lives  transmitidas de fora do país por políticos e militantes investigados, segundo o colunista Paulo Capelli, do Metrópoles. “Vislumbra-se uma reorganização da Milícia Digital dentro dos limites da jurisdição brasileira, com a reativação dos perfis na plataforma  X , pela disponibilização aos usuários brasileiros de  links  para que eles sigam  lives  transmitidas fora do país pelos investigados”, diz trecho do documento do delegado da PF que toca o inquérito relatado por Moraes. A PF afirmou ainda que o  X  também faltou com a verdade ao dizer que manteve bloqueadas as contas de políticos e militantes investigad

Bolsonarismo aliado do Jogo ao Bicho

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  Durante a gestão do inelegível, abundaram provas de suas relações com milicianos, como os vínculos com Adriano Nóbrega – que ganhou do filho Flávio a medalha Tiradentes quando estava preso, também empregador da mulher e mãe do miliciano em seu gabinete na Alerj. E mais recentemente o apoio unânime da familicia a Chiquinho Brazão, que teria mandado matar Marielle. Agora temos também evidências de suas conexões com o Jogo do Bicho, uma das mais antigas atividades ilegais praticadas no país, comparável a uma máfia tupiniquim. Sim, como se sabe, seu primeiro indicado ao STF, o ministro Kassio Nunes Marques, liberou o bicheiro mais temido do Rio, Rogério Andrade, do uso de tornozeleira. Exagero? Não. Obviedade.     Nunes Marques livrou o criminoso do uso da tornozeleira e de outras obrigações com a Justiça, citando “constrangimento ilegal” e “flagrante ilegalidade”, derrubando decisão do STJ. Foi algo tão escancarado que, além de envergonhar seus pares, a PGR apresentou recurso ao

Golpes em nome da democracia

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  Hoje, pela segunda vez, o inelegível volta às ruas. Agora   na Avenida Atlântica, a pretexto de defender a democracia (a qual vivemos agora, sólida e inabalável). Na realidade, o ato é mais uma tentativa de mostrar a Deus e ao mundo que ele merece anistia por suas tentativas de golpe. Ou seja, já sabe o futuro que o aguarda, na sequência dos trâmites de uma democracia, onde suspeitos são investigados, criminalizados e presos. Dessa vez a bordo de mais uma mentira: as investidas do bilionário Elon Musk contra...nossa soberania e democracia. No golpe de 1964 (foto) aconteceu algo parecido: os militares tomaram o poder sob o pretexto de defender a democracia. O que se viu, no fim, foram 21 anos de ditadura. Se 30 anos depois iniciávamos um período de paz e prosperidade com o governo de Itamar Franco e 64 parecia um pesadelo do passado, na última gestão a data voltou ao presente. Com a adesão da extrema-direita – que ressuscitou das cinzas –, dos verde oliva e desse bolsonarismo qu

Novo ataque fascista ao Brasil

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  Após os ataques do bilionário Elon Musk ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, agora foi a vez de uma comissão do Congresso dos EUA divulgar um relatório com decisões sigilosas de Moraes, se metendo na nossa soberania. Com 541 páginas, o texto, intitulado "O ataque contra liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil", é de autoria do colegiado presidido pelo deputado Jim Jordan (foto), republicano ligado a Donald Trump. E, claro, de fortes simpatias com o bolsonarismo, essa praga que não para de nos assombrar. Constam do documento ordens do STF enviadas ao X determinando a derrubada de perfis e conteúdos na plataforma, sem as suas respectivas fundamentações, contendo apenas a retirada das páginas do ar. Caímos naquele velho dilema: vetar fake news e discursos de ódio, que contribuíram, por exemplo, para arregimentar os fanáticos que depredaram os Três Poderes no 8 de janeiro, não é censura. E sim uma necessária medida

Um Congresso infantilizado e hipócrita

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  Até quando teremos de aturar marmanjos infantilizados, que usam o poder concedido pelo povo para fazer do Congresso um playground de vaidades, hipocrisia e vingancinhas? Essa semana fomos pródigos nesses embates, a começar pela urgência da regulamentação das redes sociais e pela aprovação a toque de caixa da PEC das Drogas no Senado. Enquanto centenas de pretos e pobres penam nas cadeias por terem sido flagrados com quantidades ínfimas de maconha, Rodrigo Pacheco resolveu peitar a votação do STF sobre o mesmo tema e fazer média com a extrema direita, para atrair votos quando se candidatar ao governo mineiro. Quarta-feira o ministro Alexandre de Moraes reuniu-se a portas fechadas com Pacheco no Senado. Consta que a conversa foi dura, sobre a qual nada sabemos. Pode ter sido sobre redes sociais, drogas ou o aumento dos milionários salários dos magistrados votado na casa. Como se isso tivesse alguma prioridade diante de temas que afligem tantos brasileiros. Este último, um escá

Por uma constituição digital

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  O xeque-mate de Elon Musk ao ministro Alexandre de Moraes – embora tal qual o inelegível em 7 de setembro de 2021, que ameaçou desobedecer o STF e depois voltou atrás – é a prova da urgência para a regulamentação das redes sociais. Era só o que faltava virarmos reféns de bilionários, que acham que podem tudo. Ele agiu no X para desestabilizar, para jogar uns contra os outros nesse país já tão polarizado. O que aconteceu foi uma ducha de água gelada para acordar a quem de direito, para que fossem tomadas as devidas providências. Como se sabe, Arthur Lira fez o contrário. Jogou no lixo quatro anos de trabalho sério do deputado Orlando Silva (será que por ele ser do PCdoB?), convocando um novo grupo de trabalho para o PL das redes sociais e mudando de relator. Fez o oposto diante da urgência trazida pelo episódio. E é o youtuber Felipe Neto, que participou ativamente desses quatro anos de construção do projeto brasileiro, quem começa por sugerir que se remova a palavra 're

Cai a máscara dos justiceiros

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  Sérgio Moro escapou do TRE do Paraná por abuso de poder econômico em 2022. Embora os indícios de que será cassado pelo TSE sejam fortes, podem ter ficado mais fortes ainda depois que vieram à tona as falcatruas que seriam cometidas pelo trio Moro, Deltan Dallagnol e Gabriela Hard. Esta última teve o afastamento da 13ª Vara Federal de Justiça de Curitiba 13 decretado pelo corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Felipe Salomão. Só que acabou revogado pelo mesmo CNJ. Ok, a Lava Jato combateu a corrupção no país, com retorno de cerca de R$ 25 bilhões aos cofres públicos. A PF constatou, porém, que o trio teria planejado desviar R$ 2,5 bilhões do país para criar uma fundação voltada exclusivamente a interesses privados (dos três). Os dados, revelados pela colunista Camila Bomfim, estão no relatório de Salomão e embasou sua decisão de afastar Hard. Fora os fins políticos da Lava Jato, cujo principal objetivo era enjaular Lula para afastá-lo do pleito que elegeu o inele