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Mostrando postagens de novembro, 2024

Possível vitória de Trump nos afetará

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  O que veremos hoje no fim das eleições norte-americanas – ao contrário do Brasil, on de conhecemos os resultados no mesmo dia –  , ainda será um longo poço de angústia diante dos empates técnicos entre Kamala e Trump. Há algo de pior, porém, neste cenário. Trump já declarou aos sete ventos que vai contestar o resultado, caso perca. E não será uma contestação convencional, como se sabe. Virá turbinada por truculência e desinformação. Com aqueles empurrãozinhos criminosos do bilionário Elon Musk, que não são crimes para a Justiça dos EUA. A cidade da Pensilvânia é considerada esse ano o epicentro da disputa eleitoral de 2024 nos EUA. Para os analistas, quem ganhar na Pensilvânia vence as eleições. Pois Allen Kukovich, importante líder democrata daquele estado, diz à Revista Fórum  que o que mais o preocupa é a pós-eleição. Nos últimos dias, autoridades registraram incêndios em caixas de correio de várias cidades dos EUA. Só que os democratas são maioria no voto postal antecipad

A culpa é sempre dos outros

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  Enquanto o poderoso aliado Tarcísio de Freitas se nega a aceitar o convite do PL e já negocia seu próximo partido, nas internas, com o vitorioso Gilberto Kassab, o governador bolsonarista Claudio Castro (PL) continua a meter os pés pelas mãos (e o Rio supera a cada dia os índices de violência). Sei que os colaboradores da página de opinião do jornal O Globo recebem quantias até simbólicas para expor ali suas ideias. Creio que não deve ter sido o caso de Castro no artigo que escreveu semana passada para o nobre espaço. Ao contrário, talvez tenha até pago. Nunca saberemos. O fato é que usufruiu da segunda página de um dos jornais de maior circulação do país, e que   tem mantido alguma coerência com princípios éticos e democráticos. Mea culpa ? Longe disso. A culpa é sempre dos outros, como ensinam Donald Trump e seu pupilo, o Inelegível. Todos vimos o recente circo de horrores, acompanhados desculpas esfarrapadas do governador. Com um texto surpreendentemente coerente para que

Inelegível cercado pelos tubarões

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  Brasileiros têm memória curta e, a essas alturas, talvez este seja o único trunfo dos golpistas e dos que idealizaram a tentativa de tirar Lula do poder. Esta semana acompanhamos dois importantes movimentos: o fim do inquérito da PF sobre o envolvimento de autoridades no 8 de janeiro e a empurrada de barriga de Arthur Lira ao movimento de anistia capitaneado pelo PL na Câmara. A movimentação golpista ocorreu entre novembro de 2022 e o 8 de janeiro de 2023, cartada final para coroar o que não dera certo até então. Documentos e troca de mensagens confirmam que o Inelegível pediu aos três comandantes das Forças para darem o golpe com ele. O capitão declararia Estado de Defesa para restabelecer a ordem pública (quebrada pelo 8 de janeiro); o governo montaria uma comissão eleitoral provando que houve fraude,  os militares prenderiam ministros do STF  e uma nova convocação eleitoral manteria o mi(n)to no poder. Quem mostrou este cenário foram fontes de alto estirpe: os ministros do E

Efeitos trágicos anistias

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  O exemplo de Juscelino Kubitscheck é fundamental para entender o que passamos agora. JK sofreu duas tentativas fracassadas de golpe, na primeira, o então presidente anistiou o major Haroldo Veloso, líder do primeiro golpe. Que depois de anistiado participou da segunda tentativa. Ao lado do então capitão Burnier, da Aeronáutica. Era o fim do governo JK e quem anistiou Burnier foi seu sucessor, Jânio Quadros. Pois este mesmo capitão tornou-se um dos artífices do golpe da ditadura militar, em 1º de abril de 1964. Burnier,  um dos principais torturadores da ditadura militar,  chegou a brigadeiro, posto máximo da Aeronáutica. Ele começou a tortura do ex-deputado Rubens Paiva que o levou à morte, e ocultou seu cadáver (história contada no filme "Ainda estou aqui", de Walter Salles).  Burnier transformou as instalações da Aeronáutica num dos mais terríveis centros de tortura do regime. E f oi ali, no Galeão, que o jovem Stuart Angel Jones foi brutalmente torturado até a   mort

Julgamento: marco ou teatro?

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  Inimaginável a dor para uma mãe, uma filha e uma viúva, ouvirem o depoimento dos bandidos que mataram seu ente querido, com requinte de descrições... Dois dias de julgamento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz - os réus confessos pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes -, podem até ter trazido algum alívio as penas de 78 anos e 9 meses ao primeiro e de 59 anos e oito meses ao segundo. Passados 2.423 dias da execução. Como fica o prévio acordo de delação premiada feito com a dupla, de que a prisão não poderia passar de 18 anos para Lessa e de 12 anos para Queiroz, cinco deles já cumpridos? Foi um marco ou tudo não passou de teatro? O que vai valer? Não há estômago de mãe capaz de ouvir o criminoso descrevendo friamente que mirou na cabeça de sua filha, e no dia seguinte ouvi-lo se desculpando e se arrependendo. Cínico. Oportunista. Pior que isso só a viúva de Anderson, na época com um filho de 1 ano e 7 meses, ouvir que o bandido usou a arma errada, e que se fosse uma