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Mostrando postagens de junho, 2022

Assédio sexual: o crime da vez

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  O escândalo do uso do Ministério da Educação como balcão de negócios mal começa e outra bomba explode no coração do governo. Dessa vez, por assédio sexual. Pedro Guimarães, 51, que assumiu a presidência da Caixa Econômica Federal em 2019, é a bola da vez. Para quem não se lembra, além de papagaio de pirata de várias viagens e lives  com o Presidente, ele chegou a ser cotado como vice e acabou desistindo de concorrer a cargos eletivos por conta de sua baixa popularidade. É forte a denúncia do portal Metrópole , por mulheres que já haviam encaminhado a acusação ao Ministério Público. Ontem, Guimarães pediu demissão. Sua sucessora, Daniella Marques - nome de Paulo Guedes - já foi nomeada. Bozo, por sinal, foi condenado pelo TJ-SP a pagar até R$ 35 mil à jornalista Patrícia Campos Mello por insinuação sexual.  No caso da CEF, o silêncio das vítimas terminou no fim do ano passado. O assédio ocorria sobretudo durante as viagens que integravam o programa Caixa Mais Brasil, nos mais de

MEC não para de feder

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  A cada dia o escândalo de corrupção no MEC exala um odor mais putrefato. Após as denúncias do Estadão de envolvimento do ex-ministro Milton Ribeiro com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos – a pedido do Presidente - , houve prisões, solturas, ameaças e vazamento de gravações. Ontem, o senador Randolfe Rodrigues protocolou o pedido para abertura da CPI do MEC no Senado, com 31 assinaturas, quatro a mais que o necessário. Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, hesita em acatar o pedido como fez, também, com a CPI da Covid. As novas denúncias incluem a tentativa por Ribeiro de empregar Arilton Moura, oferta desprezada pelo mesmo pelo que achou um salário irrisório, de R$ 6 mil, conforme relato de servidores. Houve até uma tentativa de encaixá-lo em remuneração maior, brecada pela Casa Civil. Para completar, a filha de Moura, Victoria Bartolomeu, embolsou R$ 3,9 mil de Auxílio Emergencial, enquanto seu marido, Helder Bartolomeu, recebeu outros R$ 4,1 mil.   Segundo a defesa de Ribei

A opção militar

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  A decisão que volta a ser referendada pelo Presidente, ao escolher o general Braga Netto como vice em sua chapa, traz alguns indícios. Após a primeira-dama se negar a gravar mensagem para apoiar a campanha do marido – um termômetro bem agudo da situação do casal – para atrair o voto feminino, o Centrão tentou emplacar o nome da ex-ministra Teresa Cristina. Tida como hábil e de forte influência no agronegócio, ela seria uma alternativa que mataria um coelho com duas cajadadas, que inclui aplacar a rejeição feminina. No domingo, porém, o mandatário deixou claro que já bateu o martelo pelo militar. O que isso significa? Embora a campanha pela reeleição custe mais de R$ 38 bilhões aos cofres públicos e Bozo continue patinando nas pesquisas de opinião, o general poderia ser uma forma do mandatário se blindar de um impeachment,  se reeleito. Creio, porém, que o buraco é mais embaixo. Muito se falou sobre a possibilidade de adesão ao golpe pelas Forças Armadas se

Caos no combate à pandemia

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  Estudo da Revista Lancet, uma das mais antigas e respeitadas publicações médicas mundiais, acaba de confirmar, com números, o que por aqui já sabíamos: este (des) governo teria provocado, conforme informações preliminares, mais de 50 mil mortes evitáveis. A conclusão, a partir da produção de um quadro global do comportamento da doença no Planeta, é baseada na comparação dos resultados obtidos em cada país, conforme foi antecipado pelo Estadão.   A Covid-19 matou 194 pessoas a cada 100 mil no planeta. Aqui, esse número sobe para 332. Na Nova Zelândia, um dos países que melhor controlou a disseminação da pandemia, a proporção foi de 0,8 por 100 mil. No mundo o percentual de infecção foi de 49%, enquanto no Brasil, foi de 66%. Por aqui, 05% dos infectados faleceram, enquanto a taxa mundial foi de 04%. Até o dia 14 de novembro de 2021, quando foi concluída esta etapa da análise, ocorreram 720 mil óbitos no Brasil. Mesmo que o estudo não tenha se aprofundado sobre as causas que le

IndignAÇÃO, por Chico Alencar

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  Entre agosto e setembro sai do forno “Diário da Indignação, cronologia da treva de um (des) governo” (Rebento). Como o nome já diz, o livro é um Fora Bolsonaro de A a Z pelas crônicas do blog sairdainercia, que contam a História desses tempos distópicos em texto enxuto de Internet. Abaixo, trechos do prefácio de Chico Alencar (foto em ato na quinta-feira 23, no Centro do Rio), vereador e historiador, que agora concorre a deputado federal pelo PSOL. “Diário é registro cotidiano das miudezas que tecem nossa vida. (...) Mas diário também pode registrar, no dia a dia, o que ultrapassa o cotidiano e ganha lugar na História. Sendo sobre indignação política, é registro que ajuda a nos entender como sociedade. E a agir, pois é saudável ter ânsia de protagonismo. IndignAÇÃO. No método da educação freireana, “ver, julgar, agir”. Conhecer, refletir, falar e agir. Esse livro de Celina Côrtes é um grito, um desabafo, uma denúncia, um clamor. A experiente jornalista, livre dos condicioname

Vazamento ameaça Bozo

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  Logo após a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro o Presidente declarou: “A PF está agindo”. Assim como dava a entender que não controla o órgão de Estado, ele já devia saber que o lado que domina do órgão de Estado providenciava o contra-ataque. Como se viu, o delegado Bruno Calandrini, que comandou a operação, afirmou que a investigação foi prejudicada pelo “tratamento diferenciado” concedido a Ribeiro pela PF. Ao invés de ser transferido de São Paulo para Brasília, como fora determinado pela Justiça, onde ele seria interrogado, o ex-ministro permaneceu na cidade onde estava.  Enquanto o presidente usava sua tática de criar cortina de fumaça ao condenar o aborto legal sofrido pela menina de 11 anos estuprada, o caldo engrossou para ele. Ontem, áudio obtido de um grampo legal revelou que Milton Ribeiro disse à filha - sua prisão foi decretada pelo depósito de R$ 60 mil pelo pastor Arilton Moura, que a defesa justificou como a venda de um carro - ter sido avisado pelo presiden

Armadilhas das Agências Reguladoras

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Criadas em 1997 na gestão de FHC, uma das funções precípuas das agências reguladoras é defender os direitos do consumidor. Só que o que temos visto é o contrário. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por exemplo, acaba de anunciar um aumento de até 64% nas bandeiras tarifárias. A sorte do governo é que ele não será sentido antes das eleições, porque de abril a dezembro manteremos a bandeira verde, sem acréscimos. A inflação e o aumento dos custos com o acionamento das usinas termelétricas farão subir a bandeira amarela em 59,5%; a vermelha patamar 1, em 63,7% e a patamar 2, mais 3,2%. Algo parecido aconteceu com os planos de saúde, alvos do maior reajuste já ocorrido em 22 anos. Além disso, os consumidores foram brindados com a decisão do STJ, de que o atendimento se limitará à cobertura dos casos previstos na lista da Agência Nacional de Saúde (ANS), reduzindo as chances dos usuários nas batalhas jurídicas. O que leva à pergunta: a Aneel e a ANS defendem os consum

Tiro de canhão na reeleição

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  Dessa vez o bicho pegou para o mandatário. As irregularidades na compra da Covaxin, no auge da pandemia; as denúncias de conluio do ministro Ricardo Salles com madeireiros, nada disso foi adiante. As maracutaias do orçamento secreto são engolidas até pela Oposição. Porém, como se descolar do ex-ministro Milton Ribeiro, preso ontem pela PF? Quem abriu as portas ao lobby  dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura (na foto com o presidente e Ribeiro) - ambos também detidos - na Educação? O presidente, conforme sustentou Ribeiro em gravação. Foi ali que nasceu a propina em ouro. Agora, Bozo tenta torcer o episódio a seu favor, ao dizer que a PF – ao contrário do que acusa a 'mídia golpista' – atua com independência. Essa, por sinal, deve ter sido uma desagradável surpresa para o mandatário. E voltou a mentir: “Nós afastamos ele”, quando se sabe que o ministro pediu demissão na tentativa de preservar o chefe. A essas alturas o presidente deve estar com o rosto cheio de queimadu

Nas entranhas do golpe

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  Há 25 anos são realizadas eleições no Brasil sem que a lisura das urnas eletrônicas – as mesmas que elegeram o mandatário em 2018 – fosse questionada. Sabe-se que assim como Trump, cuja tentativa de golpe nos EUA está sendo confirmada por CPI, faz tempo que Bozo prepara o terreno. Que golpe aconteceria por aqui? Para o caso de perder as eleições, o mandatário plantou todas as sementes para desacreditar o pleito, com adesões cada vez mais escancaradas e desavergonhadas. Na reunião de segunda-feira convocada pelo TSE o general Heber Portella, indicado pela Defesa, entrou mudo e saiu  calado, como registrou Malu Gaspar. O general Paulo Sérgio Nogueira, cada dia mais bolsonarista, insiste em uma reunião exclusiva com a Defesa para discutir o sistema. E avisou que vai enviar representantes das Forças Armadas para fiscalizar as urnas eletrônicas.  Onde está escrito que os militares têm de interferir em nosso sistema eleitoral, a não ser para viabilizar o transporte dos equipamentos

Petrobras, a inimiga da vez

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  Seria cômico se não fosse trágico. O quarto presidente indicado pelo mandatário para a Petrobrás virou vilão. Como se sabe, José Mauro Coelho recusava-se a sair. Ele permanecia no cargo para seguir as regras da empresa e ainda foi acusado de “ilegítimo” por Arthur Lira. Ontem, no entanto, Coelho acabou renunciando e o presidente do Conselho de Administração, Márcio Weber, ao invés de Caio Paes de Andrade, como desejava Bozo, nomeou Fernando Borges (foto) presidente interino da companhia. Borges é prata da casa. Exerce a direção executiva de Exploração e Produção da Petrobras. Sua escolha seria uma tentativa do Conselho de impedir a mão grande do Centrão, como ocorria nos tempos pré Lava Jato. Além da ameaça de abertura de uma CPI contra a nossa maior empresa - que enfureceu até os aliados do presidente -, as ações oscilam violentamente. Só na última sexta a estatal perdeu R$ 27,3 bilhões em valor de mercado. E o presidente, que agora elegeu a Petrobras sua maior inimiga – emb

Dudu enche o cofrinho

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  Enquanto os filhos Flávio e Carlos batem cabeça na campanha da reeleição, Eduardo trabalha por fora. Não só pela manutenção do pai no poder, como para engordar seu cofrinho às custas dos trouxas. Semana passada o 03 comandou a 3ª edição brasileira da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), criada na década de 1970 nos EUA e trazida para cá por sugestão do falecido guru do clã, Olavo de Carvalho. Por cinismo ou ignorância, para quem vive no pais onde 33 milhões passam fome, o 03 palestrou: “Não podemos deixar acontecer conosco que acontece com alguns venezuelanos: olhar na cara do seu filho, passando fome, naquela situação deprimente da Venezuela”, reproduziu a Veja. Paralelamente, ele atua no curso online “Prepara Brasil”, com taxa de inscrição de R$ 197. A meta já vem na apresentação: vencer a guerra cultural e derrotar a esquerda, paranoias defendidas por Carvalho. O conteúdo também instrui os inscritos ao debate eleitoral, para engrossar os votos no papai. A plat

O inferno do presidente arde

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  O inferno do presidente arde. Onze dias após o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips os irmãos Amarildo Oliveira – o Pelado – e Oseney Oliveira confessaram o assassinato à PF. Não faltaram avisos de Pereira – afastado da Funai após a exitosa operação que destruiu 60 balsas de garimpeiros na Amazônia, porque nesse governo quem protege o Meio Ambiente é castigado – sobre o que virou o Vale do Javari. E só foram 11 dias para se chegar a um desfecho graças à repercussão internacional do crime. Como se sabe, a Amazônia é a região do país que mais atrai o interesse do planeta, que vem acompanhando o desmonte da fiscalização, a destruição ambiental e o abandono dos povos indígenas. É notícia com poder de fogo para azedar ainda mais as críticas ao mandatário, que enfrenta dificuldades até dentro de casa. Os filhos Flávio e Carlos batem cabeça na campanha presidencial. Pior ainda é o desempenho da primeira-dama. Apesar de ter se prestado a se

Me tira fora dessa

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  Acaba que ficou palavra contra palavra. Autoridades norte-americanas deixaram vazar parte do encontro entre Joe Biden e o presidente brasileiro na Cúpula das Américas.  Como já de sabe, o capitão teria pedido ajuda ao americano para impedir a posse de Lula, candidato de esquerda cujos interesses 'seriam prejudiciais' aos EUA. Biden teria desconversado e, conforme a correspondente da Globonews, aproveitou para reiterar sua confiança no sistema eleitoral brasileiro. Nosso mandatário desmente. Até porque o encontro não teve testemunhas e não há como provar nada. Se houvesse, seria crime de alta traição à pátria cometido pelo presidente brasileiro, passível de impeachment . A conversa pessoal, por sinal, foi uma imposição do brasileiro para participar de uma cúpula já esvaziada pela ausência do presidente mexicano, segundo mais importante país das Américas, em protesto contra a exclusão das três ditaduras, Venezuela, Cuba e Nicarágua. O vazamento intencional entre autorid

Mandato à família e aliados

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Não bastasse a dor desses 10 dias sem notícias de seus entes queridos, familiares de Bruno Pereira e Dom Phillips ainda  convivem com alarmes contraditórios, sobre encontro de corpos, vísceras e sangue. Não dá para dizer que o presidente mandou matar o indigenista e o jornalista inglês. Quase dá, porém.  Afinal, as porteiras abertas pelo ex-ministro Ricardo Salles só fizeram agravar o domínio do Vale do Javari, terra sem lei do tamanho da Áustria, por garimpeiros, madeireiros, pescadores ilegais e narcotraficantes. “A PF tem o compromisso de passar as informações para a família primeiro e para a superintendência de Manaus”, disse ontem Beatriz Matos, mulher de Phillips, após o anúncio recebido da embaixada do encontro de dois corpos. “Eles confirmaram para a gente que nenhum corpo foi encontrado, conforme nota oficial. É necessário que se apure de onde o embaixador tirou essa informação”, completou ela. Não dá para imaginar o sofrimento dessa criatura. A primeira reação do ma

Direto ao assunto

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  Convenhamos que o cara não anda com sorte. Além da crise econômica, que não dá trégua, os olhos do mundo se voltam para o Brasil em busca da resposta, onde estão Bruno Pereira e Dom Phillips? Tal qual aconteceu com Marielle, dessa vez, porém, envolvendo unanimidades internacionais. Acha pouco? Como fantasma mal assombrado, a quarta onda da Covid-19 volta a assolar os brasileiros. Mais uma vez o negacionismo volta a nos trazer prejuízos, com a terceira dose da vacina ainda sem atingir nem 50% da população e as crianças sem imunização. E o que faz o mandatário? Mais uma motociata em Orlando, dessa vez usando o capacete não obrigatório na cidade americana, enquanto por aqui sabe-se que ele despreza a proteção, tão obrigatória que levou Genivaldo à morte. E encontrando-se com um procurado pela Justiça brasileira. O contra ataque está em andamento. O 7 de setembro, que esse ano comemora nosso Bicentenário, voltará a ser alçado a data para levar o bolsonarismo às últimas consequências.

Farsas e mentiras

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Após levar um mês e duas semanas para reconhecer Joe Biden como presidente dos EUA, eis que nosso mandatário torna-se Biden desde criancinha, como se viu na Cúpula das Américas. Com hipocrisia de ambos os lados, o encontro ‘olhos nos olhos’ dos líderes foi marcado por mentiras e falsidades. O cúmulo da desfaçatez seria, conforme grupos ativistas indígenas, a omissão pelo presidente brasileiro de que os corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips já haviam sido encontrados. Tal notícia - não confirmada oficialmente - poderia azedar um evento tão animador para o capitão. Como sempre enfatiza o correspondente Guga Chacra, Biden se lixa para a América Latina e promoveu o encontro da semana passada para correr atrás do prejuízo trazido pelo crescimento da influência chinesa na região. Os números confirmam a tese. Enquanto os EUA destinam US$ 40 milhões de ajuda humanitária à Ucrânia, coube ao Brasil US$ 12 milhões para proteger a Amazônia, recursos a serem dividid