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Mostrando postagens de junho, 2021

Bolsonaro sabia de tudo

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  Quem poderia acreditar que Bolsonaro nada sabia sobre as negociatas feitas com a Covaxin? O gado, talvez. Após lançar mais essa mentira de pernas curtas, o presidente condenou sua equipe de fake news a malabarismos para encobrir o óbvio: Pazuello - que já deixara o ministério em 20 de março - e seu subalterno, Élcio Franco, teriam sido acionados.  Já a CGU recomendou o cancelamento do contrato, três meses após a denúncia. Resta saber se a reação a novo escândalo de corrupção se limitará à demissão do servidor Roberto Dias.  Já Renan Calheiros, relator da CPI da Covid, não vai deixar barato. Muito pelo contrário. Segundo disse ao UOL, a responsabilidade do presidente diante do superfaturamento do contrato vai muito além da “mera prevaricação”.  Segundo ele, Bolsonaro teria participado de todas as etapas da aquisição da Covaxin. Telefonou ao primeiro-ministro da Índia, mandou mensagem e botou na fita o Itamaraty, que praticou lobby durante todo o processo.   A conclusão se baseia

Desembarque do Centrão

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  Que a fidelidade nunca foi um traço do Centrão todos sabemos. Basta o apoio aos governos FHC, Lula e Dilma para confirmar. É verdade que Bolsonaro aprimorou o jogo para manter a coesão do grupo.  Só que diante do derretimento do presidente não há orçamento paralelo que compense, sobretudo após as denúncias dos irmãos Miranda.  Se comprovada a participação do líder do governo, Ricardo Barros, no milionário esquema de corrupção, enquanto as ruas ampliam o volume do Fora Bolsonaro, analistas políticos crivam o abandono do barco pelo grupo. Melillo Dinis, do portal Inteligência Política, diz no Correio Braziliense que o rompimento de Lira com Bolsonaro não envolve o “se”. Seria uma questão de ‘quando’.   “O namoro já mudou”, sustenta Dinis. “Antigamente Lira, para ser eleito e construir suas relações internas e externas na Câmara, era fiel a Bolsonaro." Agora, segundo ele, Bolsonaro é quem precisa ser fiel a Lira. "E ambos vão se trair”, prevê. Conta final: o custo

Fogo se alastra no parquinho

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Fogo no parquinho dos Bolsonaro. Tudo indica que seremos sacudidos pelo odor putrefato destampado pela Covaxin. Por trás do escândalo de corrupção, das milhares de mortes que poderiam ser evitadas age uma quadrilha encoberta por bandeiras verde-amarelas do autoritarismo.  Ao que indicam os fatos, são estratégias para enganar os trouxas que ainda acreditam nos discursos incendiários de Bolsonaro. As peças começam a se encaixar. Como diz Jânio de Freitas, não se trata apenas de saudosistas da ditadura a empurrar a democracia de volta ao abismo.  “Ligações com milicianos, compras sucessivas de imóveis, facilidades ao desmatamento ilegal e ao contrabando de madeira, como ao garimpo ilegal e ao contrabando de ouro, negócios com cloroquina aqui e no exterior, desvio de dinheiro público em Câmaras, medidas para bloquear a ação legal das polícias, e mais e mais. Nada disso vem da índole autoritária: é bandidagem muito lucrativa”, disfarçada, ainda, pelo desdém à vacina. Intenções golpistas da

Índios, foco da extrema direita

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  Que mal têm nos feito os olhos azuis. A começar pelos do presidente, agora alvo de envolvimento com corrupção. Ricardo Salles é outro que nos alçou a vexames internacionais, ao seguir as ordens do chefe e destruir nossa natureza, quando se sabe que a biodiversidade é nossa maior riqueza. Os investimentos internacionais que virão com a floresta em pé que o digam. E se na Alemanha nazista os cidadãos de segunda classe a serem exterminados eram os judeus, aqui o foco da eugenia da extrema direita são as populações indígenas. E negros. Quem vai gostar de saber disso é a Corte de Haia... Não por acaso, essa semana foi inserida na pauta do CCJ – presidida pela bolsonarista-mor, Bia Kicis – o PL 490, que só prevê como terras indígenas aquelas definidas até outubro de 1988, quando foi promulgada a constituição. Os índios, por sinal, foram tratados a balas de borracha e spray de pimenta ao protestarem contra o projeto, como se seu direito à manifestação infringisse alguma lei.  Claro que

Juntos pela democracia!

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  O AI-5 só seria decretado cinco meses depois. Ainda assim, há 53 anos, a Passeata dos Cem Mil reuniu, naquele mesmo palco, o brado da multidão contra a ditadura militar, as prisões arbitrárias e tortura. Neste sábado 26, no aniversário da data histórica, espera-se que outra multidão volte a se reunir na Cinelândia, a partir das 10h, para gritar em uníssono o seu Fora Bolsonaro, agora turbinado pelo Covaxingate! O também Dia Internacional de Luta Contra a Tortura é convocado pelos organizadores nos mesmos moldes do 29M e do 19M: todos de máscara, munidos de álcool gel e mantendo o distanciamento possível. Ao contrário do ruído de motocicletas, o encontro promete muita música e alegria. Informalmente batizado de "Sonhos não envelhecem" ou “Geração 68 sempre na luta”, o que não impedirá, claro, que as demais gerações se unam a esse brado pela democracia. Uma das motivações ao então movimento começou pela invasão do Restaurante Calabouço, no fim de março de 1968, onde estud

Direita quer impeachment de Bolsonaro

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  Parcelas da centro-direita e da direita não bolsonarista começam a articular um golpe. O plano é estimular o impeachment de Bolsonaro por uma causa maior: evitar que Lula e o PT voltem ao poder.  Empresários, militares e alguns políticos não querem a volta de Lula, nem que Bolsonaro seja reeleito e trabalham pela Terceira Via. Mesmo que ela ainda não esteja visível. O afastamento do presidente evitaria a polarização em 2022, assim como a intervenção das Forças Armadas para garantir os projetos golpistas de Bolsonaro. Aos empresários não interessa o caos preconizado pelo capitão.  Ninguém acredita mais nos projetos liberais de campanha e o objetivo é a retomada da economia e dos negócios. Como a possibilidade de Bolsonaro renunciar é remota, o grupo trabalha pelo impeachment e, neste sentido, vê com bons olhos a CPI da Covid - que hoje deve pegar fogo com o depoimento dos irmãos Miranda -, com suas contribuições para trazer à tona os absurdos cometidos pelo presidente.  Por mais

Eles passarão. Nós continuaremos

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  Emburrecemos. Voltamos atrás nos séculos. A conclusão é do filósofo e escritor italiano Domenico de Masi, referindo-se aos brasileiros. A causa desse retrocesso é uma só: “Neste momento, vocês estão nas mãos de um ditador”, defende o autor do célebre “O ócio criativo”. Ele lembra ainda que Mussolini, Hitler e Erdogan também foram eleitos. “Esta ditadura reduz a inteligência coletiva do Brasil. Durante esta pandemia, Bolsonaro se comportou como uma criança, de um jeito maluco. Ou seja, o ditador conseguiu impor um comportamento idiota em um país muito inteligente. Porque é isso que fazem as ditaduras”. Para de Masi, quando um país é comandado por líderes tacanhos “a tendência é o rebaixamento geral do nível cognitivo da sua população.” E ele explica o por quê. “Sob Bolsonaro, Damares, Araújo, Pazuello, Salles, Guedes & Cia, nos obrigamos a retomar debates passados, alguns situados na Idade Média, ou no século 19, como se fossem novidades.” Entre eles, como se sabe, estão o t

Mentiras do bolsonarismo

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  Quem são os bolsonaristas e o que defendem?  Por ordem: o homem é superior à mulher; o branco é superior ao negro; toda sexualidade que não for hetero deve ser extirpada; polícia deve praticar na hora a execução sumária de quem julgar bandido; ter dinheiro daria o direito de fazer o que se deseja; os caprichos dos grupos superiores estão acima do direito coletivo da sociedade; a ciência deve ser negada. Eles acreditam ainda na força da arma e a ela atribuem a manutenção de uma comunidade organizada. Defendem a violência do mais forte. São princípios que podem soar tão reacionários à maioria que seus defensores preferem apelar à mentira ao invés de assumir sua defesa abertamente.  E assim surgem falácias, como, as armas são para defesa pessoal; ativistas dos Direitos Humanos não deixam a polícia trabalhar, a família está ameaçada. A derrota eleitoral, por sua vez, só pode ser explicada por fraude. A íntegra do pacote é batizada de ‘liberdade’. Quem acredita em tanta lorota? Após p

Mito dos infernos

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  Entre os 17 países que aderiram aos protestos do 19J, o mais contundente veio da Inglaterra. Além da passeata que percorreu as ruas da capital londrina durante o dia, à noite a Torre de Londres que, não por acaso, também presídio entre os séculos 15 e 20, foi alvo de projeções onde se destacava a imagem " Jail Bolsonaro ". A associação de ‘jaula’ com Jair, caiu como uma luva. A iniciativa conjugou ativistas brasileiros e britânicos do grupo Projections on the walls (projeções nos muros), e incluiu na projeção a imagem do presidente brasileiro junto à frase “ The Hague Bolsonaro ". Dessa vez, a alusão era à Corte de Haia, a qual espera-se que interceda para afastar o capitão pelos crimes cometidos contra a humanidade, sobretudo em relação às populações indígenas, como já foi dito aqui. “Trabalhamos em colaboração com ativistas brasileiros para mostrar nosso apoio ao povo brasileiro e ecoar seu chamado para que Bolsonaro responda por seus crimes contra a humanidade

A rua pode nos salvar

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  As oscilações de popularidade de Bolsonaro são proporcionais às mortes por Covid, conforme detectou pesquisa do PoderData. Ela indica, portanto, que o presidente poderia estar surfando na onda se tivesse investido nas vacinas e na vida. E não em remédios ineficazes, nos ataques às máscaras, ao distanciamento e na morte.   “A pandemia tomou uma proporção que afeta todos os aspectos das vidas das pessoas. Então, a percepção sobre melhora ou piora da situação serve como régua para que as mesmas avaliem o desempenho do governo” , afirma Rodolfo Costa Pinto, coordenador da pesquisa, ao Poder360. O estudo cruzou os casos de Covid e de mortes com os dados que avaliavam o presidente desde abril de 2020, em pesquisas quinzenais. A conclusão não deixou dúvidas: a relação é direta entre a situação da pandemia e a aprovação de Bolsonaro. Com o meio milhão de óbitos e quase o dobro de manifestantes nas ruas do 19J, o presidente deve estar vivendo seu inferno astral e buscando as técnicas d

As ruas contra Bolsonaro

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  Maiores que o 29M, os atos que levaram milhares de brasileiros às ruas para gritar o seu Fora Bolsonaro neste sábado 19 dessa vez não sofreram reações policiais e estamparam as manchetes dos principais jornais do país.  No mesmo dia em que cravamos meio milhão de mortos pela Covid-19, em protestos pacíficos que se espalharam pelos 26 estados, Distrito Federal e em todas as capitais, fora cidades do interior, como a bucólica Visconde de Mauá. Quem marcou presença no centro do Rio foi o aniversariante Chico Buarque, entre outros artistas, criticados pelo ministro da Comunicação por lamentarem os 500 mil mortos. O que ele esperava que eles fizessem, comemorassem? Obrigado a enfiar sua viola no saco, após a pífia e barulhenta motociata com menos de 7 mil participantes, Bolsonaro ignorou os óbitos e homenageou policiais. Lula manteve distância, enquanto Haddad e Boulos saíram às ruas de São Paulo.  Em meio à sequência de desatinos cometidos por esse governo foi um bálsamo sentir o pul

Estamos juntos!

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  O Brasil vive duas coincidências com a Índia. É presidido por um negacionista, que investiu mais na economia do que em vidas, e que resultou nas maiores médias de morte por Covid-19 no mundo. São os únicos que se mantêm com números acima de mil. Por aqui, chegamos a 2.025 na última quarta-feira, estatísticas que voltam a crescer. Na quinta-feira a Índia conseguiu ultrapassar o Brasil nesse macabro quesito, com média móvel de 3.743 óbitos. Não sei se lá esses números assustadores são assimilados com a mesma naturalidade com que passaram a ser vistos por aqui, no embalo de um governo que jamais manifestou sua preocupação com essa dramática escalada. “ Tanto o Brasil quanto a Índia já entraram na terceira onda da pandemia em número de casos há mais de um mês, e esse resultado dos óbitos é um espelho do que acontece a partir de um mês atrás. A circulação do vírus é que gera quase um mês depois essa exacerbação de mortes ”, explica ao Poder360 o cientista Domingos Alves, da USP. E o

Para fugir da polarização

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  Embora o quadro ainda seja muito turvo, a tal alternativa da terceira via começa a ganhar contornos. Essa semana, como se sabe, presidentes do PSDB, DEM, PV Cidadania e Podemos, além de representantes do MDB, se reuniram e, por enquanto, têm apenas um consenso: não apoiam nem Lula, nem Bolsonaro. O número de brasileiros que se posiciona hoje a favor de uma nova alternativa é maior que o apoio a ambos, argumenta o presidente do PSDB, Bruno Araújo. Só que a fragmentação se mantém forte. Embora o presidente do DEM, ACM Netto, afirme que não apoiará Bolsonaro, é recente o rompimento do antigo correligionário, Rodrigo Maia, pela adesão de Netto a Arthur Lira, o candidato do capitão à presidência da Câmara. Ou seja, tudo é possível... Outro problema é o saco de gatos que se digladiam no PSDB. Embora governe o estado mais rico do país e seja o ‘pai’ da vacinação no Brasil, Dória saiu derrotado essa semana. Seus rivais, Tasso Jereissati e Eduardo Leite ameaçam formar uma dobradinha para

O maior medo de Bolsonaro

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  Dizem que o maior medo de Bolsonaro são as possíveis consequências da crise hídrica para seu governo. Ontem, porém, a colunista Rosângela Bittar revelou no Estadão qual o principal temor do presidente. A origem do sentimento tem a ver com a queda de mais um apoiador no cenário internacional, Benjamin Netanyahu, que deixou o poder essa semana após 12 anos no cargo de premiê de Israel. Através do embaixador do Brasil em Israel, Paulo César Vasconcellos, o ex-primeiro ministro mandou o seguinte recado a Bolsonaro: o presidente corre risco real de ser investigado pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia.  E daí? Se não for reeleito e perder a imunidade, são grandes as chances do presidente ir parar atrás das grades. Seus arroubos de autoconfiança, do tipo “sou imorrível, imbroxável e incomível”, na realidade, são tentativas de esconder algo incompatível com seu machismo: o medo de ir em cana.   Nessa toada, ele garante a realização no Brasil da Copa América, já com 52 contaminado

Racionamento à vista

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  Em 2001 ainda vivíamos no embalo dos efeitos do Plano Real que elegeu FHC, em 1994, quando fomos obrigados a conviver com um racionamento de energia, de julho a fevereiro de 2002. As crises hídricas já ocorriam e foi a única alternativa para o governo nos poupar de um apagão. Na época, a solução encontrada foram as usinas termoelétricas, que passaram a ser acionadas nos períodos de estiagem. Agora, mergulhados nos quase 500 mil óbitos da péssima gestão da pandemia, com a inflação voltando a exibir seus tentáculos e turbinada pela alta da energia, o governo prepara uma MP ao aparentemente inevitável racionamento para superar a maior crise hídrica já vivida pelo país em 91 anos. O pacote vai incluir amplos poderes ao ministério das Minas e Energias, que passará a dispensar a expertise da Agência Nacional de Águas e do Ibama. E continuará a recorrer às custosas termoelétricas, quando nesses 20 anos desenvolvemos alternativas limpas como a solar e eólica, abundantes e baratas em nosso

Sábado tem mais!

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  A Frente Progressista convida para o ForaBolsonaro desse próximo sábado 19, agora com bandeiras mais coloridas pela adesão do centro e da direita. Assim como ocorreu em maio, quando a motociata do Rio foi alternada uma semana depois pelo 29M, serão manifestações espalhadas por todo o país. No Rio, o ponto de encontro volta a ser o Monumento de Zumbi, na Av. Presidente Vargas, a partir das 10h.  A diferença vai se manter. Enquanto no último sábado, em São Paulo, o governo do estado teve de pagar R$ 1,2 milhão pela operação de segurança da motociata (com 12 mil motos participantes, segundo a secretaria de Segurança, ou 1,3 milhão, conforme os bolsonaristas) e Bolsonaro foi multado por não usar máscara – assim como seus correligionários -, a oposição exige em seus atos o uso de máscaras, distanciamento possível e não turbina os gastos públicos. Como se sabe, a placa da moto usada pelo presidente foi encoberta, crime gravíssimo se a via não estivesse fechada ao tráfego. Para quê esco

Partido Militar veio para ficar

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Não é a primeira vez que falo aqui do Partido Militar (PM). Volto ao tema para alertar: ele veio para ficar. É o que sustenta o coronel Marcelo Pimentel, formado em 1987 na Aman, na reserva desde 2018.  Ao lado do general Santos Cruz, ele tem sido uma das vozes de oposição ao presidente. E, do alto de seu conhecimento sobre as entranhas militares, afirma que o PM pretende se manter no poder, "com ou sem Bolsonaro". O grupo a que Pimentel se refere é de militares formados na Aman nos anos 1970, contemporâneos do presidente. No primeiro mandato de Lula atingiram o generalato e chegaram ao comando do Exército no governo Dilma. A maioria está na reserva. "Trata-se de um grupo bastante coeso, hierarquizado, disciplinado, com características autoritárias e pretensões de poder até hegemônicas. Sua finalidade é manter o poder conquistado", diz ele à BBC. Coronel da reserva Marcelo Pimentel A articulação do grupo teria começado a partir da insatisfação provocada pela