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Mostrando postagens de novembro, 2019

Beleza perfumada

Quem passar pelo Largo do Machado poderá apreciar a exuberante floração – e sentir o doce perfume – dos abricós-de-macaco ( Couropita guianensis ). Árvores que podem atingir mais de 25m de altura, são nativas da Amazônia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana Francesa e Panamá. No Rio, elas foram usadas no paisagismo de vários bairros, inclusive no Aterro do Flamengo. Porém, é no Largo do Machado onde elas mais impressionam, pelo tamanho das árvores. Quem gosta desses frutos são os macacos, daí o nome. O que chama a atenção é o fato de as flores brotarem diretamente do tronco, chegam a parecer artificiais, de tão grandes e cheirosas. Seus frutos também impressionam, parecem bolas de futebol marrons, cascas lenhosas que  pesam até 3kg. Daí o nome dado pelos ingleses: cannon ball tree (árvore-bola-de-canhão). O problema é se essas bolotas despencarem na cabeça de algum desavisado. Especialistas sugerem que se evite o plantio em locais de grande circulação, o que parece não ter si

Floração incontável

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As bolotas

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O revival do Largo do Boticário

Em junho de 2018, a rede francesa AccorHotels convocou uma entrevista coletiva para tornar público seu projeto de repaginar o Largo do Boticário. A ideia era arrojada. Depois de adquirir seis casas do local por R$ 20 milhões, seriam feitos investimentos – próprios, sem incentivos fiscais – de R$ 30 milhões, para fazer ali uma espécie de selo da rede, a Joe&Joe. Trata-se de um espaço aberto de convivência voltado ao público jovem, sem descartar os coroas, com 350 camas em 70 quartos e capacidade para 300 pessoas. Só que, até gora, tudo continua como antes no quartel de Abrantes. O escritório de arquitetura Ernani Freire & Associados, responsável pelo projeto, informa, porém, que a concorrência deve ser finalizada em dezembro e as obras estão previstas para começar em janeiro. Se antes a previsão de conclusão do projeto era para o segundo semestre de 2020, o prazo deve se prolongar por mais um ano e meio. Para quem achou, portanto, que tudo não passava de balela, a esperança

Nos áureos tempos

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O Largo, abandonado e invadido

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Centro, palco consagrado

Entra ano, sai ano, não há bairro do Rio que consiga superar a hegemonia das ruas do Centro. A orla, de Copacabana ao Leblon, bem que tenta, porém, a recente comemoração pela vitória do Flamengo no Peru confirma que o Centro continua com tudo. Estão ai para consolidar essa fama eventos como a Passeata dos 100 mil, das Diretas Já ou pelos impeachment de Collor a Dilma, seja na Avenida Presidente Vargas, na Rio Branco ou em suas artérias. Nos compêndios históricos ou em seus bastidores. Tudo começou pela Rua Direita, a mais antiga da cidade, hoje Primeiro de Março. Ela ligava o Largo da Misericórdia à Ladeira de São Bento e foi batizada de Direita não por algum vínculo político, apenas pelo fato de ser plana e reta.  Uma das curiosidades é que antes da chegada da Família Real ao Rio, em 1808 – a cidade, já capital do império português, recebia recursos para a construir sua Sé. Quando D.João foi procurar a tal Sé para ser coroado, todavia, tudo o que encontrou foram apenas as funda

Paço Imperial, cereja do bolo

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Igreja da Sé

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Princesa Isabel

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SOS na cultura carioca

Era o ano de 2015, quando vi pela primeira vez “O Grito”, síntese do desespero existencial retratada pelo norueguês Edvard Munch (1863-1944), em visita à recém- inaugurada Fundação Louis Vuitton, em Paris. Integrante de uma mostra temporária, a obra me trouxe um forte impacto. Como brasileira, porém, o impacto foi ainda maior quando me deparei com o lendário “Abaporu” - o homem que come gente -   também em mostra temporária, em agosto de 2016, no Museu de Arte do Rio (MAR). Criada em 1928 por Tarsila do Amaral (1886-1973), largada ao Movimento Antropofágico, a obra foi um presente de aniversário da pintora ao marido, Oswald de Andrade. Adquirida em leilão pelo colecionador argentino Eduardo Constantini em 2001, ele a levou para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba). Passados 15 anos, Constantini resolveu fazer uma concessão aos brasileiros e permitiu sua saída do país. O privilégio que eu e os milhares de visitantes tivemos foi apenas um dos pontos altos deste

Com o Abaporu

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O abraçaço

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Projeto premiado

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Da cor ocre

Além de serem prédios históricos, o que teriam em comum a Biblioteca Nacional, no Centro; o Instituto Benjamin Constant e o Palácio Universitário - ambos na Praia Vermelha -; o Instituto dos Surdos e Mudos e o Palácio Guanabara - o dois em Laranjeiras - e o Museu Nacional, antes do incêndio? A mesma cor: ocre. Porém, nem sempre foi assim. Os mais velhos se lembram que o Museu Nacional era cor de rosa, assim como o Benjamin Constant e o Instituto dos Surdos e Mudos. Já os palácios da Guanabara, da Praia Vermelha e a Biblioteca Nacional foram brancos, antes das últimas reformas. E o ocre amarelado predomina na maior parte dos prédios históricos da cidade. Porquê? Quem mata a charada é o arquiteto Paulo Belinha, superintendente do Escritório Técnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que tem acompanhado de perto a restauração dos imóveis tombados da instituição, como o Palácio Universitário, o Hospital-Escola São Francisco de Assis e o Museu Nacional. “No fim do século

Museu Nacional

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Biblioteca Nacional

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Instituto Benjamin Constant

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Estrepolias esportivo-culinárias

Conheci Henrique, jovem e simpático  patisseur  paulista, durante evento na Firjan, onde a maior estrela era minha sogra, Laura Góes, por suas toneladas de atributos culinários exibidos na Pousada Alcobaça. Magro e franzino, o que mais me chamou a atenção em Henrique foi sua modéstia. Algumas vezes ele quase se desculpou por nunca ter ido à França, capital mundial da  patisserie , como se se esquivasse de admitir o próprio talento. A primeira vez em que fui ao Café Lilian, no CCBB, onde ele trabalha, fui invadida por sensações gastronômicas que raras vezes senti. Começou pelo  couvert , com manteiga com flor de sal e pasta de grão de bico que ganhavam nobreza no pão caseiro quentinho. De suspirar. Apesar de a casa oferecer um pacote que inclui entrada, prato principal e sobremesa, optei pelas duas últimas etapas. O polvo veio com um molho em que cada garfada me conduzia ao céu. Na falta de arroz ou batata para    absorver aquela maravilha, pedi mais uma poção de pão. E me senti n

Bolo de cacau com chantilly de passoca

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O prato vegano

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Colunas neoclássicas do CCBB

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Torcida do Flamengo em ação

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Novo lançamento!

Quando lancei meu segundo livro, “Procura-se um milagre” (Nova Era), em 2011, na Argumento do Leblon, (o primeiro foi um trabalho profissional), tive a sensação de completar um ciclo: já tinha duas filhas e plantei árvores.   V er uma enorme fila à minha frente aguardando os autógrafos foi deslumbrante, parecia mentira. Minha maior dificuldade era fazer com que meus garranchos ficassem legíveis, tanto pela emoção quanto pelos hieroglifos que viraram minha letra. Mais de 100 livros vendidos! E, naquela época, não cheguei a usar as redes sociais. Foi só avisar os amigos, os grupos e garantir uma notinha na coluna do Ancelmo. No segundo, “O útil ao agradável” (Chiado), em 2017, foi uma mistura de emoções. Por conta da editora, lancei em outra livraria,a Travessa de Ipanema. A fila também - com direito a notinha no Ancelmo -, era grande. Dessa vez, porém, embora eu já tivesse usado as redes, não chegou aos 100 exemplares vendidos. De qualquer forma, é sempre uma profusão de afetos, ch

Com uma legião de queridos na Argumento

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Com Joãozinho Príncipe, na Flip

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Com Pessoa, na livraria da Chiado, Lisboa

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No Rio, o céu era o limite

A atual decedência do Rio nada tem a ver com seu passado. Ruy Castro que o diga, com seu recém lançado “Metrópole à beira”, o próximo livro da minha lista. Independente da beleza natural que nenhum administrador, por pior que seja, seria capaz de destruir, a cidade esconde inúmeros tesouros de seus tempos de glória, dos quais, destaco os portões nos estilos art nouveau (1890-1920) e art déco (1910-1939), não por acaso, coincidentes com esses tempos áureos. Capital imperial e republicana até 1960; alvo de uma grande faxina a partir de 1900 para redução de sua insalubridade, o Rio foi uma espécie de capital cultural do mundo. Era capaz de sediar, simultaneamente, o melhor balé russo e caçadas a onças na Floresta da Tijuca. Deste legado, predominante no Centro, Flamengo e Copacabana, pinço três exemplares de real valor. Uma delas está na Praia do Flamengo 158, sede do Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho, o prédio de estilo eclético que parece saído de um filme de Harry

Entrada do Castelinho do Flamengo

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Antes do escoramento e canteiro de obras

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Entrada do Edifício Itahy

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Crônica de uma tragédia anunciada

Roga-se para que papai do céu não alivie a barra do nosso alcaide evangélico. A última mancada foi usar menos brita que o necessário para a aderência do asfalto usado para recapear o Aterro do Flamengo. Resultado: o que era para turbinar a sucessão municipal de 2020 virou um tiro pela culatra. Acidentes, com mortes, se sucedem  no local. Outro tiro no pé, que pretendia conquistar eleitores com o barateamento do pedágio da Linha Amarela depois de assumido pela prefeitura, foi ainda mais longe. A agressividade da destruição dos postos de cobrança da atual operadora do trecho não poderia ser pior. Além de perder na Justiça o almejado direito de operação da via, o município do Rio conquistou a rejeição de possíveis investidores e adivinha que vai pagar essa conta? Os contribuintes, claro. Difícil acreditar, também, o destino da Avenida Niemeyer, projeto que começou a nascer em 1891 pelas mãos do engenheiro militar Conrado Jabob Niemeyer, ilustre fundador do Clube de Engenharia. O qu

Temporal interdita Niemeyer

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Prefeitura destrói posto de pedágio

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Acidente no Aterro recapeado

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Comédia de erros

Ontem, enquanto os cariocas desfrutavam do feriado de Zumbi, um grupo passou a tarde em frente ao Palácio Guanabara. “Parem de matar nas favelas”, dizia uma faixa vermelha, balões de encher amarelos flutuando no vai e vem dos veículos que passavam, indiferentes, pela Pinheiro Machado. Na véspera, a Polícia Civil entregou um relatório de investigação à Justiça, provando que o tiro de fuzil que matou a menina Ágatha, aos 8 anos, partiu de um cabo da PM. Justificativa: erro de execução”. Não foi a única. Nos primeiros nove meses de 2019 morreram outras quatro crianças assassinadas em favelas por balas perdidas. As estatísticas mais que explicam a manifestação à frente do Guanabara. Enquanto isso, o governador assina um artigo no Globo – o mesmo jornal que ontem fez um passaralho com um bando de jornalistas experientes, apesar da queda dos índices de desemprego -   onde assume seu “compromisso de combate à bandidagem para asfixiar o crime organizado com inteligência policial”. É essa

Manifestação no Palácio Guanabara

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Conclusão de Darcy Ribeiro

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Fio da meada literária

Outro dia uma amiga jornalista me perguntou se eu tinha cursado oficinas de literatura para entender o que me levou a escrever livros. Sim, fiz dois cursos no início dos anos 1980 com Maria Amélia Mello, o que me move, porém, é a compulsão pela leitura e o prazer de escrever. Tudo começou com Marta de Senna, professora de literatura no ginásio do Colégio São Patrício. Me lembro como se fosse hoje. Para escrever é preciso ler. Muito. Não só acreditei no que ela disse, como   botei  em prática. Minha largada foi Agatha Christie, o tipo da leitura instigante, que prende. Profunda conhecedora de Machado de Assis, Marta nos introduziu aos clássicos brasileiros. A começar pelo olhar oblíquo de Capitu em “Dom Casmurro”. Me apaixonei pelo poder de concisão e as frases curtas de Graciliano Ramos. Fiquei fascinada com o  l eit  motiv  do pio das corujas em São Bernardo e li tudo dele que encontrei pela frente.  No jornalismo, tentei adotar o estilo curto e grosso de Graciliano. Seco. Clar

Guimarães Rosa e suas longas frases

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O bruxo do Cosme Velho

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A concisão de Graciliano

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Furo de reportagem

Passados um ano, sete meses e cinco dias do brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, cogita-se em federalizar a apuração do crime, diante dos resultados até agora pífios obtidos pela Policia Civil e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, incapazes de chegar aos mandantes. A única certeza é a de que o idealizador jamais poderia imagina a repercussão da macabra iniciativa. A lembrança que trago desse caso é diretamente ligada à minha vida profissional. Após uma intensa mobilização dos coleguinhas por uma vaga no Jornal do Brasil, que voltaria a circular no papel no início de março sob a batuta do empresário Omar Peres, fui convidada a assumir a sub-editoria da Cidade, onde transitei por muitos anos na década de 1980, no mesmo veículo. Após adquirir ícones cariocas como o Bar Lagoa e a Fiorentina, entre outros, foi a vez de Catito, como é conhecido, tentar resgatar aquela que foi a maior voz da esquerda durante a ditadura militar. A volta da direita ao poder, po

Quem mandou matar?

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Feliz, no JB

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Salve-se quem puder!

O tempo que gastei de ônibus neste feriadão entre Ubatuba e o Rio ultrapassou as nove horas e meia regulamentares de viagem da capital carioca a Lisboa. Sendo que a segunda atravessa o oceano, a bordo de um avião. Cheguei ao terminal rodoviário Naim Elias Abdall - que está à venda, talvez isso explique alguma coisa - no domingo, às  oito e quarenta e cinco da noite, para pegar o ônibus das vinte e uma horas. A caminho, todavia, constatei o nó na estrada sentido São Paulo, inverso ao meu. Porém, de onde viria o coletivo de São Sebastião com escala na cidade onde eu estava. A atendente da Útil informou que o atraso previsto era de duas horas. M eio atônita ao  me dirigir às cadeiras externas do prédio, o portão fechou às minhas costas. Eu e as oito pessoas que aguardávamos ficamos entregues à própria sorte: o 0800 da empresa   só funciona de segunda a sexta. Pode? Pensei em voltar para casa e pegar o ônibus do dia seguinte. Contudo, nada me garantia que conseguiria lugar e perde

Ubatuba, história e natureza na veia

Devia ser o ano 1972, quando passei pela primeira vez por Ubatuba, em viagem  com amigos do Rio à Ilha Bela, na inauguração da Rio-Santos (BR-101). Chovia muito e mal paramos na cidade. Desde então, não me atraía muito voltar, até que o primogênito do meu segundo marido mudou-se para lá. Foi primeiro para a Praia de Itamambuca,paraíso na terra e point de surfistas, com um rio em cada extremidade. A exuberância da natureza de Mata-Atlântica é explicada pela intensidade das chuvas, talvez um pouco menor hoje que no passado. Depois a família mudou-se para um local mais próximo ao Centro, para viabilizar a vida escolar dos três filhos. Compraram uma casa simpática num condomínio gostoso, hoje repaginada por uma reforma tão radical que quase separou o casal. Valeu a persistência, porém. A má impressão inicial se desfez por completo. Além da intensidade da natureza na veia, é um lugar de muita história. Seus primeiros habitantes foram os Tupinambás, índios que inauguraram a escravizaç

A dona do pedaço

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Beleza em dose dupla

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Balanços do parquinho

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Floração da palmeira imperial

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Casa da família

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As novas famílias

Quando Leco juntou com sua primeira mulher, ela já tinha dois filhos do primeiro casamento. O casal teve outros dois. Ao nos encontrarmos e juntarmos nossos trapos, eu já tinha duas filhas. Não tivemos os nossos. Meus pais e os pais do Leco tiveram um único e longevo casamento, graças a fortes doses de paciência da geração deles. O pai das minhas filhas se casou duas vezes depois de mim e teve um filho com cada mulher. Minhas filhas estão em seus primeiros (únicos?) casamentos e ainda não tiveram filhos. O caçula do Leco passou 13 anos com a primeira namorada e juntou os trapos com a segunda, uma italiana que já tinha um filho. O melhor dessa história começa com o primogênito dele, que entrou em sua vida afetiva com uma coleção de namoradas. Um dia o pai puxou sua orelha, chamando a atenção, justamente, para a falta de afeto naquela roda que não parava de girar. Assim como eu e Leco, que nos reencontramos depois de estudarmos juntos no mesmo colégio, dois meses depois daquela co

Neta e avô

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Com marido, filhas e genros

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Natureza em Ubatuba

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Papel ou digital?

“Essa gente” é o melhor romance de Chico Buarque. Em “Prólogo, ato, epílogo”, Marta Góes ajuda Fernanda Montenegro a imprimir realismo à sua própria história. “Escravidão”, primeiro volume da série de Laurentino Gomes é um imperdível capítulo de nossa maior tragédia. Devo essa agilidade de leitura, em tão curto espaço de tempo, ao presente que ganhei em 2018 das minhas filhas, sempre empenhadas em acertar na mosca: um e-book. Nunca pensei que trocaria o prazer de folear as páginas de papel por uma geringonça onde cabe qualquer coisa, da melhor à pior literatura. Resolvi, porém, experimentar. Não custei a descobrir a facilidade de ler livros imensos, antes insuportáveis cargas que levava para todo lado nos transportes públicos. Tamanho, nesse caso, era documento. Costumava optar por exemplares menores para poupar a coluna. Comecei logo pela tora de mais de mil páginas, “Os pilares da terra”, magnífica obra de Ken Follet que traz à tona os primórdios da Idade Média. A segunda satisf

De volta a Ken Follet

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"Essa gente", melhor livro de Chico

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Meus quatro livros

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Cinquenta tons de cinza

Não, depois de contar que voltei a ficar mocinha aos 63(veja no texto anterior), não vou falar das minhas aventuras eróticas, embora assunto não faltasse, para quem está bem acompanhada e sob os efeitos da reposição hormonal. Após um fim de semana buscando algum encanto nas ruas de São Paulo para alegrar minhas caminhadas matinais, constato, aliviada, na volta ao Rio, a beleza da cidade. Mesmo sob a luz difusa dos 50 tons de cinza. Assustada diante da perspectiva de um verão tórrido sem horário de verão, quando o calor já esturrica às seis da matina, me deleito com o clima nublado, de temperaturas amenas neste mesmo horário, quando abrem os portões da Pista Cláudio Coutinho, na Urca. Virou meu roteiro preferido e não adianta chegar lá antes das seis, apesar do sol já estar elevado e o asfalto emanar ondas quentes, quase visíveis a olho nu. Qual a cidade capaz de encantar qualquer visitante mesmo sem uma nesga de raios solares à vista? Respondo, sem titubear: o Rio de Janeiro. Na

O charme do Pão de Açúcar

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Barquinhos ancorados na enseada

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Balé das nuvens e reflexos

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Rara beleza do ipê branco

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Imponência do Cristo no Corcovcado

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