Veneza não é comida
Tive o privilégio de embarcar na magia da Veneza dos anos 1970. Ao final de duas décadas depois, porém, quando ‘apresentei’ a cidade ao meu marido, ansiosa em voltar a me deparar com o impacto da Praça de São Marcos, não apenas me surpreendi com as hordas de turistas – nós entre eles - que nos obrigavam a nos deslocar em blocos, como me decepcionei com a decepção dele, incapaz de se encantar com cenário tão invadido. Imagina os que vivem lá? A calmaria da pandemia, contudo, proporcionou à cidade uma volta no tempo. Ruas vazias e águas límpidas. Agora, diante da possibilidade de retorno das turbas, os moradores se manifestam e formam verdadeiros cordões humanos com as palavras de ordem: “Veneza não é comida”, ou “Não aos grandes navios”. Ninguém ali quer a repetição do pesadelo que se tornou esse passado recente. A questão é que, assim como eu, todos querem o privilégio de conhecer o lugar resultado da estratégica posição geográfica de Veneza, que permitiu a expansão entre os ma