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Mostrando postagens de junho, 2020

Veneza não é comida

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Tive o privilégio de embarcar na magia da Veneza dos anos 1970. Ao final de duas décadas depois, porém, quando ‘apresentei’ a cidade ao meu marido, ansiosa em voltar a me deparar com o impacto da Praça de São Marcos, não apenas me surpreendi com as hordas de turistas – nós entre eles - que nos obrigavam a nos deslocar em blocos, como me decepcionei com a decepção dele, incapaz de se encantar com cenário tão invadido. Imagina os que vivem lá? A calmaria da pandemia, contudo, proporcionou à cidade uma volta no tempo. Ruas vazias e águas límpidas. Agora, diante da possibilidade de retorno das turbas, os moradores se manifestam e formam verdadeiros cordões humanos com as palavras de ordem: “Veneza não é comida”, ou “Não aos grandes navios”. Ninguém ali quer a repetição do pesadelo que se tornou esse passado recente. A questão é que, assim como eu, todos querem o privilégio de conhecer o lugar resultado da estratégica   posição geográfica de Veneza, que permitiu a expansão entre os ma

Guerra da persuasão

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João Cezar de Castro Rocha   Quando Bolsonaro virou presidente, nunca imaginei que chegaríamos onde chegamos, o desprezo pela vida humana na total ausência de gestão da pandemia, a destruição de instituições ligadas à cultura, ciência, educação, Meio Ambiente, Direitos Humanos e Cidadania. Para o especialista em Linguagem Comparada, João Cezar de Castro Rocha, “a guerra cultural bolsonarista é mais grave e ameaçadora do que a ditadura militar brasileira”. Essa guerra de persuasão, que ainda não pegou em armas (a não ser pela liberação do acesso a elas promovida pelo presidente) se sustenta em três pilares, também apoiados pela conexão entre Steve Bannon e Eduardo Bolsonaro: uma tradução insensata da Doutrina de Segurança Nacional da Guerra Fria, que justificou assassinatos, perseguições e tortura pela ditadura militar brasileira.   Em segundo vem o livro “Orvil” (livro ao contrário), que inspirou os generais Mourão, Augusto Heleno e o próprio Bolsonaro a assumirem uma revanche ao q

Vacina à vista!

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Agora vai. Em dezembro começará a ser distribuída no Brasil a vacina  ChAdOx1 contra a Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca. A parceria com o m inistério da Saúde foi anunciada ontem e inclui pesquisa e troca de tecnologia com a Fiocruz, que assumirá a produção nacional. De todos os imunizantes pesquisados no mundo, este é o  mais adiantado, na terceira e última fase, de testes em humanos. Este mês foram iniciados dois mil testes em São Paulo e mil no Rio.   Se comprovada sua eficácia, o que deve ocorrer entre outubro e novembro, serão inicialmente 30 milhões de doses entregues em dois lotes: 15 milhões em dezembro e 15 milhões em janeiro de 2021, com prioridade ao grupo de risco e profissionais de saúde. S e a vacina for licenciada, a  próxima etapa prevê a produção de mais 70 milhões de doses para distribuição pelo SUS, com valor estimado de US$ 2,30 (cerca de R$12,60) por dose. A Fiocruz será devidamente preparada par

Gafanhotos chapados

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Se alguém ainda duvida de que nossa situação tem tudo a ver com a do Egito dos faraós, quando o país sofreu as 10 pragas até a libertação do povo hebreu, os gafanhotos estão aí para provar. Tudo começou em Wuham, nos mercados de animais silvestres da China. Dai seguiu a sucessão de mortes aos milhares, como um castigo divino à humanidade. Aqueles que dispunham de mais sabedoria, solidariedade e recursos econômicos conseguiram se livrar da tragédia mais rapidamente, outros porém, liderados por incompetentes e insensíveis, como foi o caso dos EUA e do Brasil, estão comendo o pão que o diabo amassou. Aqui, porém, a desgraça não para de se alastrar. Se existe alguma similaridade entre o Egito AC e o que vivemos no Brasil, podemos começar pela destruição da floresta, pela permissividade com as milícias e, sobretudo, com o total descaso pela vida humana. O Rio Amazonas, como ocorreu com o Nilo, não se tingiu no vermelho sangue, metaforicamente, porém, o que se viu foram os óbitos em progre

O sobe e desce do ioiô

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Na quinta-feira 18 festejei meu aniversário com a prisão de Queiroz e a agradável sensação de que o cerco se fechava em torno do presidente. A alegria durou pouco. Uma semana depois, Flávio Bolsonaro estourou uma champanhe para festejar: seu processo saiu das mãos do rigoroso juiz Itabaiana e desceu para a 2ª Instância. Ducha de água fria para 70% dos eleitores brasileiros. A defesa do filho do presidente conseguiu o que queria: empurrar o processo com a barriga. Por enquanto, porém, ainda não virou pizza. Tanto a prisão de Queiroz quanto o mandato de prisão de Márcia, sua mulher, estão mantidos, assim como   a devassa nas contas do então deputado. Itabaiana já havia provado que Queiroz, como um PC Farias, bancou o colégio e  planos de saúde   das filhas de Flávio e depositou R$ 24 mil na conta da mulher do presidente. As decisões, contudo, podem ser revistas pela 2ª Instância, que também pode dar uma macha a ré no processo, se tudo voltar à estaca zero. Algo bem parecido com o que

Hortas orgânicas e solidárias

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Ainda no início do isolamento postei aqui sobre a cidade suíça de Avanches, onde os moradores cultivam suas próprias hortas para se abastecer. Inveja do bem. Não é que encontrei um exemplo por aqui, ainda mais elaborado do que o europeu? Mesmo com a pandemia do coronavírus, as obras da  Fazenda Urbana de Curitiba seguem a pleno vapor. Esse mês já será possível aos moradores da capital paranaense conhecer o projeto de perto. Projetada para ocupar uma área de 4.435m² ao lado do Mercado Regional do bairro Cajuru, a ideia é que a fazenda estimule os curitibanos a cultivar seus próprios alimentos, em casa ou nos espaços ociosos da cidade. Assim como em Avanches, usando técnicas sustentáveis .  Para isso, haverá especialistas que ensinarão tudo sobre o tema no local, em aulas e cursos. Estão em construção composteiras, estufas para mudas e hortas comunitárias. Haverá ainda espaço destinado aos ‘Jardins de Mel’, com abelhas nativas sem ferrão, restaurante escola e banco de alimento

O coringa que mandou na nossa Educassão

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Será que a essas alturas ele estará gargalhando nas barbas do Tio Sam? Afinal, conseguiu passar a perna em todo mundo. Quanto tempo levará até que a condição de simples mortal – embora ele deva até hoje desacreditar dela – o obrigue a voltar ao país e cumprir a obrigatória quarentena (ele deve ser sério fator de risco, afinal se expôs muito) ou quem sabe ir parar atrás das grades? O fato é que a esperteza de Abraham Weintraub parece estar com seus dias contados. Essa mesma sensação vivemos aqui no Brasil,   quando o então iletrado ministro da 'Educassão' se ‘imprecionava’ com o que encontrava por aqui, descréditos de que sua sucessão de erros e total inoperância, sobretudo em tempos de pandemia, o levassem ao cadafalso. Nada acontecia, parece que era mesmo o que Bolsonaro esperava dele. As provocações à China, nosso maior parceiro comercial, também não foram suficientes, até que a paciência dos militares começou a se esgotar com a sua participação em atos antidemocráticos,  a

Política na Covid-19

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Alberto Fernández, presidente da Argentina Que os números do Brasil, atual epicentro da pandemia, são assustadores, não é novidade para ninguém. Contudo, o debate online “Covid-19 na América, Proteção Social e Proteção à Saúde: é Possível Evitar uma Tragédia Humanitária?”,  da Fundação Perseu Abramo, feito na última sexta-feira, impressionou ainda mais. Em 13 de março, eram 30 infectados e dois mortos na Argentina. O Brasil tinha 50 infectados e cinco mortos. Em 19 de junho, o Brasil registrava 50 mil mortos e a Argentina, menos de mil óbitos. A comparação diz tudo. Por aqui, um governo que não apoia o serviço público, despreza a gravidade da pandemia e a importância da vida dos brasileiros (exceto a de paraquedistas). Lá, um governo que direcionou o estado e suas estruturas a serviço de uma política de prevenção e combate à doença e de sustentação financeira do povo, conforme o médico Jorge Rachid. Além da experiência argentina durante a pandemia mostrar que a expansão da Covid-19 n

Mentiras que superam fake news

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Anjo, mais para diabo Em meio a esse permanente festival de fake news que assola o país, nos vemos diante da absurda afirmação do Anjo,  muito mais para Diabo, de não saber como Queiroz foi parar na sua casa durante tantos meses. Voando, pulou o muro?, provocou, incrédula, a jornalista Andrea Sadi, diante da cara de pau do advogado Frederick Wassef , que também nega qualquer relação entre pai e filho – Jair e Flávio – no criminoso desvio de recursos da Alerj que envolveu o alto escalão das milicias. Parecido quando Bolsonaro afirmou que as tais forças de segurança de que reclamou durante a fatídica reunião do dia 22 de abril não eram relativas à Polícia Federal, e sim à sua guarda pessoal, que acabara de receber uma promoção e cujo responsável, o general Heleno, continua muito bem obrigada no exercício da sua boquinha. E a quem o presidente quis enganar quando só exonerou o desministro da Educação depois que ele pisou em solo americano, provavelmente para se refugiar nos braços do gur

A ascensão da extrema direita

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Gianroberto Casaleggio Ao contrário do que já escrevi aqui, Steve Bannon não foi o culpado pelo Brexit. Sua atuação limitou-se às eleições de Trump e Bolsonaro. Tudo começou com o italiano Gianroberto Casaleggio (1954-2016), engenheiro de software , no fim dos anos 1990. Jeitão de hippie californiano, o milanês era CEO da Webegg, joint venture da  Olivetti e Finsiel, fascinado pela cultura do Vale do Silício. As intranets – redes internas das grandes companhias – foram a primeira fonte de inspiração de Casaleggio. Repositório de informações institucionais, essas redes também abrigavam conversas, muitas vezes emocionadas. E foi assim que o milanês começou seu experimento social, na tentativa de construir consensos. O método consistia em um funcionário da Webegg publicar um post com um tema em debate, enquanto outros engrossavam o caldo com suas opiniões. Após um grande número de envolvidos, a equipe de Casaleggio  arrematava o post com uma "avalanche de consenso", ou, muit

Mistério de “A Noite Estrelada”

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Hoje não vou falar de Covid-19 e nem das boçalidades de Bolsonaro. No ano passado, tive o privilégio de me deslumbrar com a exposição “A Noite Estrelada”, no Atelier Lumière, de Paris. A magnífica obra de Van Gogh era projetada em paredes monumentais de um galpão, como se estivéssemos dentro das telas e da turbulenta trajetória do pintor holandês (1853-1890). O quadro que nomeou a mostra foi criado em 1889, no auge de sua luta com a doença mental  após mutilar a própria orelha , durante a voluntária internação no manicômio. Agora, novas pistas revelam facetas ainda desconhecidas sobre a lendária obra. Quem nos leva a elas é Natalya St. Clair, autora do livro “A Arte do Cálculo Mental”, onde explora como “A Noite Estrelada” lança luz sobre o conceito de fluxo turbulento na dinâmica de fluidos, uma das   mais complexas ideias de física. O conceito é relativo à percepção que o cérebro tem da luz e do movimento, que nos permite ver os trabalhos impressionistas como se estivessem tremendo

Fecha o cerco a Bolsonaro

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Mais uma vez, faço minhas as palavras do jornalista Pedro Dória, editor do site Meio. Para entender a prisão de Queiroz e os últimos acontecimentos de cerco a Bolsonaro ele parte da conclusão: “Ninguém acredita mais no blefe do golpe. O rei está nu”. A primeira peça desse tabuleiro é a prisão de Fabrício Queiroz. Mais importante ainda é que o Ministério Público do Rio pediu, e a Justiça daqui concedeu, a prisão da mulher de Queiroz.   Por quê? Talvez ele segure a onda sozinho, porém, com a mulher envolvida fica mais difícil. Ele já tinha mandado o recado aos Bolsonaro: “Com a família, não”. E se alguém oferece delação premiada? A segunda peça é o PGR Augusto Aras, escolhido por Bolsonaro por ser um engavetador. Só que foi ele quem pediu a abertura desse novo inquérito contra os atos democráticos,  agindo,  pela primeira vez,  com alguma independência. Ele percebe o presidente mais fraco? Seria menos gente temendo o golpe militar. Já a peça três é o Exército. São 2.930 militares da at

Novo antídoto aos óbitos da Covid-19

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E m meio aos casos confirmados no Brasil, próximos da trágica marca de um milhão, eis que surge uma boa notícia, embora ainda não a tão desejada vacina. A Universidade de Oxford, no Reino Unido, que anuncia a chegada do imunizante ao mercado em setembro, conseguiu reduzir em um terço as mortes de pacientes internados com ventiladores mecânicos com o corticoide dexametasona, usado no tratamento de casos graves. Os pesquisadores estimam que se o medicamento tivesse sido adotado no Reino Unido desde o início da pandemia 5 mil vidas poderiam ter sido salvas. O Brasil também   experimenta a droga em um estudo organizado por hospitais como Sírio-Libanês, Albert Einstein e Oswaldo Cruz. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) já passou a recomendar que todos os pacientes internados, seja com ventilação mecânica em UTIs ou que necessitem apenas de oxigênio em leitos de enfermagem, devem receber a dexametasona uma vez ao dia por via oral ou endovenosa. Além de universalmente acessív

Receita aos populistas de direita

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Quando o Brexit foi aprovado levei um susto, ia contra tudo em que eu acreditava. O mesmo   aconteceu quando Trump se elegeu presidente dos EUA e com a onda que surgiu, e consagrou, Jair Bolsonaro a presidente do Brasil, fama meteórica na qual pegou carona o governador Wilson Witzel (RJ), desconhecido que de repente surgiu do nada, hoje encurralado pelo provável impeachment . Postei aqui que quem estava por trás dessa ascensão da extrema direita no mundo era o americano Steve Bannon, voz amordaçada pela competente ação dos Sleeping Giants . Ontem, através do caro leitor Arnaldo Moreira, descobri o livro “ Os engenheiros do caos – Como As Fake News, As Teorias da Conspiração e os Algoritmos Estão Sendo Utilizados Para Disseminar Ódio, Medo e Influenciar Eleições "”, do italiano Giuliano Da Empoli, com especial atenção à ascensão de políticos extremistas a partir das redes sociais. "No Brasil, os comunicadores a serviço do candidato ultranacionalista Jair Bolsonaro driblaram

WhatsApp ganha funções financeiras

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Se a cada dia o Brasil se aproxima mais da liderança no nefasto ranking de casos e óbitos da pandemia do coronavírus, graças à total ausência de gestão da crise sanitária pelo governo federal, ao menos conseguimos marcar um ponto no setor tecnológico. Nas próximas semanas o país vai inaugurar mundialmente a função de WhatsApp para o enviar e receber dinheiro, a partir de cartões previamente cadastrados. A novidade também permitirá que contas do WhatsApp Business recebam pagamentos por produtos e serviços. Para fazer as transferências, porém, será necessário cadastrar um cartão com a função débito. "Sabemos que os usuários locais amam o WhatsApp e entendemos que o fornecimento desse recurso pode ajudar a acelerar a conscientização e a adoção de pagamentos digitais", observa um porta-voz do aplicativo. Os pagamentos vão ocorrer a partir da função batizada de Facebook Pay (a rede social também é dona do Instagram e do próprio WhatsApp). Haverá uma função, no mesmo menu do en

Novos horizontes à Covid-19

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O líder científico Mikael Dolsten Enquanto a humanidade se debate entre a pandemia e a recidiva de novos casos quando ela já parecia debelada, 136 opções de imunizantes evolui na busca de soluções para acabar com o pesadelo. Além do avançado estágio da vacina pela Universidade de Oxford, aqui já mencionado, que promete entregar à Europa 400 milhões de doses até o fim do ano, o líder científico Mikael Dolsten, doutor em imunologia tumoral pela Universidade de Lund, na Suécia, anunciou que a gigante farmacêutica Pfizer já entrou na fase de testes em humanos nas quatro vacinas que desenvolve, em parceria com a empresa  de biotecnologia  alemã BioNTech. Todas usam a inovadora técnica de mRNA, ou RNA mensageiro. Será escolhida a mais eficaz entre as quatro. Com o objetivo de entregar milhões de doses da vacina em outubro, caso ela seja aprovada, “e gradualmente aumentar a quantidade até chegar a 2021 a centenas de milhões de doses”, acrescenta Dolsten, a previsão é gastar até 1 bilhões de d

Pandemônio no reino animal

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Quando Romeu e Goiabimha conseguiram formar uma família O Parque Guinle volta a protagonizar um drama shakesperiano . Há duas semanas a cisne Goiabinha chocava três ovos e se aproximava a hora em que mamãe e papai – o cisne Romeu – curtiriam sua segunda ninhada de filhotes. Há dois dias, porém, tenho visto Goiabinha de volta ao lago, sem nenhum filhote à vista. Goiabinha chocando a futura prole Ontem o mistério foi desfeito: a diligente voluntária - membro do grupo Abraças Aves, criado pela aposentada Nedina Levy, que viabilizou a volta do Parque Guinle à população -, que diariamente alimenta as dezenas de aves que vivem ali, me contou: “Foi coisa programada, de criadores. Roubaram os ovos de madrugada e eles terminarão em uma chocadeira, para serem vendidos a preço de ouro”, lamentou. Tragédia silenciosa. O drama começou há dois anos, quando Julieta, a fêmea de Romeu, foi morta a pauladas pelo dono do cachorro que a atacou. O casal já havia tido filhotes e foi Goiabinha,