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Mostrando postagens de novembro, 2020

Bem vindo Paes, agora, mãos à obra!

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  H oje, com a volta de Eduardo Paes à prefeitura, o Rio amanhece melhor. Ainda distante daquela cidade maravilhosa que provocava suspiros por quem aqui chegasse, porém, a caminho de voltar as ter as ruas limpas, os buracos tampados, a valorização de nossas festas populares e a alegria que sempre nos caracterizou. Há muito por fazer. Não só pelo nefasto legado de Crivella, um preguiçoso que não gosta de trabalhar e sequer tem a competência para escolher as pessoas certas para os lugares certos. Ainda temos uma monumental batalha em meio à pandemia que não dá trégua, aos alunos sem poder aquisitivo para manter as aulas virtuais. E se há uma inegável vantagem em relação ao antecessor é a vontade de trabalhar de Eduardo Paes e seu descomunal amor pela cidade. Sim, por que é preciso amor demais para dar conta desse território partido, em que as diferenças entre pobres e ricos só fez crescer com a crise sanitária. Tempo perdido demais para ser recuperado. Pelo que se vê, ainda não ser

Viva o estado laico!

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  A melhor notícia da véspera do segundo turno estava ontem na coluna de Ascânio Saleme, no Globo: “o voto religioso de cabresto perdeu força.” O festival de fake news antes do pleito, que chegou a amealhar mais algumas adesões de incautos em Crivella, porém, não foram suficientes para garantir o voto neopentecostal ao   ‘pai da mentira’. Como bem disse Ascâneo, “o eleitor evangélico, que até outro dia parecia apenas parte de um rebanho ideologicamente garroteado, provou que não cai mais em lorotas tão facilmente.” Quer dizer, os evangélicos também optaram por Eduardo Paes, pela simples razão de que o sobrinho do bispo Edir Macedo foi tão ruim, mas tão ruim,   que não teve sequer competência para ajudar o tio a pavimentar seu projeto nacional de poder.   Tenho acordado para o crescimento dos evangélicos no país, que se em 2010 eram 10% dos eleitores , agora são um terço, turbinados por rádios e redes de televisão. Analistas políticos apontam os evangélicos como o esteio de poder d

Patrocínio da destruição ambiental

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    Ou Bolsonaro não tem noção do que se passa em seu governo, ou é de um maquiavelismo inédito. Na semana passada, o presidente ameaçou denunciar quem são os países que compram madeira ilegal no Brasil.  Não é nem questão de não saber o que se passa, e sim ignorância ou má orientação sobre quem compra: não os países, e sim empresas. Será que ele não imaginou que poderia haver algo de errado com o lado de quem vende? Com uma canetada, esses comerciantes ilegais passaram a comprar ipê, a madeira de lei mais cobiçada no mundo, pelo preço de um reles eucalipto.  A mágica ocorreu pelo afrouxamento do processo de exportação do ipê, o que contrariou parecer técnico do Ibama, assim como o pedido de que a espécie fosse inserida na lista de ameaçados de extinção, ou mesmo em situação de alerta da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção. Tudo isso, porém, é apenas a ponta do iceberg. Ontem o Globo, em reportagem de Leandro dos P

Trapalhadas do clã

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  Não é a primeira vez que Eduardo Bolsonaro, o 03, cria caso com a China, nosso maior parceiro comercial.  Se em março ele comparou a pandemia ao acidente nuclear de 1986 em Tchernóbil, na Ucrânia, como se a China tivesse provocado a crise sanitária, agora declarou apoio do governo à aliança Clean Network, patrocinada por Trump (a ficha dele ainda não caiu de que o aliado já era), “criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”. Claro que a diplomacia chinesa voltou a chiar. Afirmou que o parlamentar “solapou” a antiga relação amistosa entre os países com “declarações infames” e que o Brasil poderá “arcar com as consequências infames”. E sabe o que o Itamaraty fez? Partiu para a defesa do 03, em detrimento do país que representa. Sim, porque Ernesto Araújo não exerce o cargo de chanceler para cuidar dos interesses brasileiros, e sim da família Bolsonaro. “O tom e o conteúdo ofensivos e desrespeitoso da referida “declaração” prejudicam a imagem da China junt

Vacinas ainda em banho-maria

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  Ainda nem sabemos quando as vacinas chegarão ao Brasil e muitos já se perguntam se vale a pena tomar mais de um imunizante. A resposta de especialistas é: não. Para o patologista USP, Paulo Saldiva, ouvido pelo site R7, como ainda não existem conclusões científicas sobre isso, até porque não há voluntários testados para mais de uma vacina simultaneamente, “o mais prudente, antes que sejam conhecidos os efeitos de cada imunizante, é tomar as doses de um único fabricante.” O pior é que a ansiedade pelas vacinas ainda parece longe de ser sanada. Quando o Brasil fechou acordo para comprar 100 milhões de doses da vacina da Universidade de Oxford, produzida pelo Laboratório AstraZeneca, através de parceria com a Fiocruz, a previsão de entrega do primeiro lote era para dezembro. Foi adiada, porém, para março, e a terceira fase segue em andamento. A única das quatro testadas por aqui que parece corresponder às expectativas é a CoronaVac, da chinesa Sinovac, que acaba de anunciar a conc

Por quê votos no papel?

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  Por que Bolsonaro e seu filho Eduardo defendem com tanto ardor a volta do voto no papel? A resposta está na reportagem do Jornal do Brasil de 17 de novembro de 1994, cujo título era “Roubo no varejo”.  Na 24ª Zona Eleitoral (Bangu e Senador Camará), o juiz Nélson Carvalhal descobriu quatro cédulas falsas, feitas de papel mais fino. Adivinhem a quem elas beneficiavam? Aos deputados federais Jair Bolsonaro (PPR), Álvaro Valle (PL), Vanessa Freire (PMDB) e Francisco Silva (PP). A reportagem começava assim: “Dessa vez, não se descobriram grandes fraudes, as irregularidades voltaram a acontecer no varejo”. A juíza Vilma de Almeida , da 70ª Zona Eleitoral (Paracambi), foi uma que anulou cerca de 200 votos, de cédulas preenchidas com caligrafia idêntica. Entre os 22 mil eleitores da região, ao suspeitar de fraude, a juíza suspendeu a apuração de 76 urnas. Na 25ª Zona Eleitoral (Santa Cruz), prossegue a reportagem, o juiz Roberto Ribeiro descobriu 16 votos fantasmas ainda no primeiro tur

Cerco de fecha para Bolsonaro

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  O cerco se fecha. Tenho ouvido por diferentes fontes que Flávio Bolsonaro poderá ser preso em breve. Desde que as denúncias de rachadinhas contra o senador vieram à tona, o que mais se vê são malabarismos para afastar o filho 01 de trás das grades.  As provas abundam, como a de Luisa Paes de Souza, que já assumiu sua participação como assessora fantasma. Apesar da transferência do Coaf do ministério da Justiça ao da Economia – trunfo que rendeu ao sinistro advogado Frederick Wassef a boa vontade do clã -,   agora o MP-RJ verificou que, de 2007 a 2009, Flávio teria gasto apenas R$ 195,13 por mês, quando ele quase não teria usado serviços bancários. Conclusão: inexplicável predileção pelas transações em espécie, que visam dificultar o mapeamento das mesmas pelos órgãos de controle fiscal. De todas as maracutaias de Bolsonaro para livrar a cara de seu primogênito, a pior aconteceu semana passada, quando o corregedor-geral do TJRJ, desembargador Bernardo Garcez - que vai julgar a açã

Contrabando ilegal vem desde o pau-brasil

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      Em 2019, só 0,02% da madeira extraída de forma ilegal da Amazônia foi exportada para a Europa. O destino da maior parte dessas toras foi o mercado interno. Quem comprou a madeira ilegal não foi a Europa, e sim empresas sediadas naquele continente. E quem vendeu não foi o Brasil, e sim madeireiros criminosos. Se os "da terra" não tivessem vendido, não haveria compra, relata o indigenista José Ribamar no site taquiprati.  Na semana passada, em plena cúpula dos Brics, Bolsonaro pagou um mico, ao tentar se vingar de seus críticos. Ameaçou revelar os países que compram madeira ilegal da Amazônia. Dois dias depois voltou atrás. Porém, se manteve calado sobre a falta de fiscalização ambiental de seu governo. Não é de hoje que isso acontece. Os franceses começaram a piratear a madeira e Portugal  se lixava para a vida dos índios e para a floresta, como alguém que conhecemos. O país luso protestou, contudo, diante do fracasso das negociações diplomáticas. Foi então que Dio

Efeito ignorância na pandemia

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    Em 1904, a desinformação prestou o péssimo serviço de reduzir de 23.021 para 6.036 o número de pessoas imunizadas contra a varíola. Foi justamente quando a obrigatoriedade e politização entraram em cena e eclodiu a Revolta da Vacina. Naquela época, opositores ao imunizante estimulavam campanhas negacionistas – como a de nosso atual presidente. Foram 3.500 óbitos na capital federal, contra as quase 170 mil mortes provocadas pela pandemia até novembro de 2020. Entre as mentiras disseminadas no passado,  a vacina contra a varíola poderia provocar de gangrenas a epilepsia, além de sífilis e até características bovinas, como nascimento de chifres, casco ou pelo de animal.  Enquanto Oswaldo Cruz explicava à população o que era a vacina, opositores alardeavam que ela introduzia doenças no corpo das pessoas, um projeto de assassinato em massa. As próximas vacinas, conforme os atuais  terraplanistas, provocam o  autismo e injetam um nanochip acionado pela tecnologia 5G, capaz de dimin

Entre ficção e realidade

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  Difícil preencher a sensação de orfandade depois de assistir à fabulosa série sobre o (invejável) parlamento dinamarquês, “Borgen”. Me ancorei em “Gambito da Rainha”, interessante trama sustentada pelas disputas de xadrez e pelo fascinante olhar da protagonista Anya Taylor-Joy, na pele de Beth Haron. E ainda na quarta temporada de "The Crown". Em entrevista ao Le Poit Pop, o especialista Stéphane Bern especulou sobre o borogodó da série inglesa, assistida por 73 milhões famílias ao redor do mundo: “Essa coroa une a nação  na diversidade  e, ao mesmo tempo, há coisas extremamente sérias. Nós os insultamos. É uma galeria de retratos pouco lisonjeira e muito caricatural. Mas se você quer fazer boa ficção tem que forçar a linha...” Bern reconhece ali fatos reais, assim como outros nem tanto.   “Mas a série é soberbamente bem feita, há uma dramatização das cenas que incute nos ingleses a ideia de que eles ainda têm um grande poder e que a monarquia os salvará de tudo, embora

Façam suas apostas!

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  O título da coluna “Não existe bolsonarismo” já é um bom motivo para leitura. Carlos Alberto Sardenberg explica o por quê. A vitória de Bolsonaro em 2018 foi um acidente de percurso, motivado por um conjunto de situações: população estarrecida diante dos resultados da Lava Jato, tanto de corrupção quanto do assalto aos contribuintes para financiar a velha política;  Dilma atira o país na recessão e falcatruas de Lula vêm à tona.   O cenário propício de ataque à esquerda culmina com a facada, que poupou o então candidato dos debates que poderiam acabar com ele. Nessas pós-eleições, contudo, Bolsonaro sai derrotado, assim como a esquerda. Ganham o Centrão (que pode mudar de apoio, conforme oscilar seu pêndulo na direção do poder), o Centro (DEM, PSDB e MDB e o que resta de fôlego à Lava Jato). E surge ainda uma nova esquerda, com Boulos, Marília Arraes e Manoela d’Ávila. E o bolsonarismo? Do mesmo jeito que apareceu, já começa a desvanecer no horizonte, por falta de lógica e cons

As boas novas da Anvisa

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Depois de atrasar a autorização para importação de insumos para a Coronavac e de interromper os testes por conta da morte de um voluntário não relacionada à vacina, a Anvisa deu uma bola dentro. Para acelerar a liberação do uso de vacinas no país, o órgão regulador promete agilizar a análise de laudos, receber informações contínuas sobre as etapas - e não de uma só vez, como ocorria até agora - e permitir que as empresas envolvidas compartilhem informações. Além disso, os diretores vão dispensar a análise de impacto regulatório e a consulta pública para o registro do produto, devido à sua urgência. "As medidas possibilitarão acelerar a disponibilização à população brasileira de vacinas contra o coronavírus, desde que demonstradas qualidade, segurança e eficácia conforme os requerimentos técnicos e regulatórios vigentes", informou a Anvisa em comunicado. A agência ressaltou que quanto mais os fabricantes enviarem informações, mais ágil será a análise realizada, que deverá

Milícias digitais tentam fraudar eleições

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  Qualquer comparação entre Brasil e EUA sempre nos deixa no chinelo. A não ser quando se trata de eleições. Enquanto eles levaram dias para definir o futuro presidente (o piti de Trump não vem ao caso), na noite de domingo já sabíamos quem eram os eleitos e candidatos ao segundo turno nas eleições municipais. Isso posto, primeiro foi o 03, Eduardo Bolsonaro, propondo que voltássemos ao velho sistema dos papeis. E agora o papai.  Pior, contudo, é a conclusão do presidente do TER, ministro Luís Roberto Barroso: nosso sistema sofreu ataques de hackers, para inocular na população o vírus da dúvida sobre as eleições. Essa mania de Trump e Bolsonaro, que já havia questionado até os resultados de sua vitória em 2018. Na manhã de domingo, redes clandestinas de hackers teriam feito uma compra ilegal na darkweb, que permitiu o ataque aos serviços pelo qual computadores zumbis, infectados por vírus sem que seus donos tivessem conhecimento, tentavam gerar milhares de acessos simultâneos a um

Salles, vilão do Meio Ambiente

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  Um breve resumo da trajetória do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles explica o caos ambiental vivido pelo Brasil nos últimos dois anos.  Formado em Direito, começou a carreira política como secretário particular do então governador de São Paulo, Geraldo Alkmin (PSDB). Em 2016, já secretário do Meio Ambiente de SP, foi acusado de fraude no processo do Plano de Manejo da APA de Várzea do Rio Tietê, que o condenou por improbidade administrativa.  Em 2018 ano se candidatou a deputado federal pelo Partido Novo. Não foi eleito, o tom violento de sua campanha, porém, chamou a atenção de Bolsonaro, que o convidou ao cargo de ministro do Meio Ambiente.  Seu primeiro grande feito foi absolver o presidente de uma multa por pescar em local proibido. O responsável pela multa foi exonerado. O início de sua gestão foi marcado pelo desmonte de órgãos ambientais e pela proibição de órgãos públicos de falar com a imprensa. Em seguida exonerou Ricardo Galvão, chefe do Inpe, depois que o órgão

Será que a hora se aproxima?

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É, meu voto útil para o segundo turno não deu em nada. Antes, pensava em votar direto no Paes, para evitar a qualquer custo a continuidade dessa coisa horrorosa que ai está. Achei que não havia riscos. Agora, porém, acordo. O prefeito ainda se ampara numa emergente categoria de evangélicos, cada dia mais numerosa e poderosa.  Marta e Benedita já eram. O PDT de Marta não vai apoiar Paes por causa dos desaforos do candidato contra ela na campanha. PT e PSOL, porém, fecham com o anti-Crivella. Contudo, todo cuidado será pouco. Não há hipótese de correr o risco de encarar mais quatro anos dessa desastrosa administração. Ultimamente, entretanto, têm assustado resultados imprevisíveis, turbinados por um uso desonesto das redes sociais, que agora parece mais sob controle.  O Russomano de Bolsonaro nem sentiu o cheiro de segundo turno, como em outras das três capitais para as quais o presidente pediu votos. E, em meio a uma espantosa abstenção - que mostrou que muita gente ainda respeita o i

Pelo discernimento no voto

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  Ainda sob o encantamento dos efeitos milagrosos do Plano Real, me indignei com a incompetência do governo FHC diante do apagão, de julho de 2001 a fevereiro de 2002. Tantos anos depois, é inacreditável o que se vê no Amapá. Investigações inconsistentes, ausência de explicações plausíveis e o pior: a população sem luz há quase 15 dias. Hoje não haverá eleições na capital Macapá e, quem sabe, em outras das 13 cidades  afetadas  do estado. Não propriamente pela falta de luz, e sim pela escalada de violência observada em várias localidades. Isso em meio à proposta de Bolsonaro de “armar os homens de bem”. Até agora, que se saiba, quem se deu bem foram os milicianos que futuramente poderão servir aos interesses golpistas do presidente. Já se sabia dos riscos de apagão em Macapá, a Agência Nacional Reguladora de Energia Elétrica (Aneel), contudo, jamais botou os pés na cidade. Mais de dez dias após o blackout , apurou-se que a causa foi um incêndio no transformador de uma subestação da

Desconforto dos fardados

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  Ao mesmo tempo em que prestigia as Forças Armadas, Bolsonaro as expõe ao ridículo. Enquanto os generais que estão no governo se calam,  o comandante do Exército, general Edson Pujol, deixou claro que a instituição não pertence ao governo e não tem partido político. Era uma nítida referência ao desastroso comentário do presidente de que usaria pólvora (em plena era nuclear) para defender a Amazônia, achando que seria uma estocada em Joe Biden, presidente eleito dos EUA. Na véspera, Pujol já havia afirmado que “os militares não querem fazer parte da política”. Difícil escapar dessa, porém, com mais de seis mil cargos que ocupam no governo.  Para os generais, os comentários são manifestações de Pujol sobre incômodo da instituição, diante da insistência de Bolsonaro em arrastá-la ao vexame. Como se pudesse dispor deles na hora em que cismar de dar um golpe de estado. Enquanto isso, memes e ataques se multiplicam nas redes sociais, atingindo em cheio os militares. Mais uma vez, Bolson

Efeito pandemia

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  Foram muitas as razões que levaram Trump a perder as eleições e os cientistas políticos ainda estudam essa derrota. Embora ainda não haja uma correlação precisa entre a condução desastrosa da pandemia pelo ex-presidente, não há como negar que esse foi um dos fatores que levaram à vitória de Joe Biden. E Bolsonaro devia acordar para isso. Não é um acaso que Brasil e EUA liderem o número de infectados e de óbitos no planeta. Enquanto o mundo assiste, estupefato, ao desdém com que os dois presidentes lidam com a Covid-19, o cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas, já contabilizou a perda de eleitores de Bolsonaro exatamente por esse motivo. “A pandemia custou eleitores a Bolsonaro, por causa da forma como ele a tratou”, cravou ele. Esse foi um dos dados da pesquisa realizada por Pereira sobre temas políticos e sociais, com mais de 20 mil respostas recebidas até agora.  O “país de maricas” soube distinguir o drama de um dirigente diante de uma crise dessas dimen

Coisas de um boçal

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  A alegria de Bolsonaro durou pouco. A Anvisa autorizou ontem de manhã a retomada dos testes com a CoronaVac. Por mais que o órgão regulador tenha sido aparelhado pelo presidente, pegou tão mal que ele teve de voltar atrás. Bolsonaro continua apostando no pior. Em última análise, por mais mortes de brasileiros que poderiam ser evitadas. Para evitar tanto vexame, o presidente podia estudar um pouco de história. Se informar sobre o que estava por trás da célebre Revolta da Vacina, com vandalismo e mortes, em novembro de 1904. Ela   não foi exclusivamente motivada pela reação popular que se voltava contra a obrigatoriedade da vacina, que acabou com o flagelo da varíola. Populares também foram insuflados por interesses políticos escusos, que se aproveitaram de uma questão de saúde pública para estimular o quebra-quebra. Conforme mostram documentos históricos do Senado, levantados pelo El País, os provocadores tinham nome e sobrenome: o médico Barata Ribeiro (que injustamente nomeou