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Eleições regidas pelo imponderável

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  Do alto do seu comprometimento com o bolsonarismo, voz dos interesses da extrema direita no Brasil, Arthur Lira retardou o que ele já havia derrubado: a votação do PL2630, a oportuna e necessária regulamentação das redes sociais, atrasando até a criação do grupo de trabalho. Já foi um escárnio quando o presidente da Câmara jogou no lixo quatro anos da árdua dedicação do relator Orlando Silva (PCdoB-SP), diante das absurdas críticas que apontam os necessários limites às redes sociais como censura, típicas dos bolsonaristas, experts em torcer a realidade.   Além de invalidar o que já havia sido feito, impôs a condição de mudar a relatoria e propôs a criação de um grupo de trabalho para começar tudo da estaca zero. O que já era um atraso ficou mais atrasado ainda, porque o grupo de trabalho não foi sequer criado até agora. E azar de quem considera essa uma causa essencial à democracia, sobretudo após a invasão de privacidade do abusado bilionário Elon Musk, um dos mais poderosos

24 milhões saem do Mapa da Fome

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  Os que me leem, sabem que tomo o cuidado de não fazer propaganda do governo Lula. Meu foco é denunciar os podres da extrema direita e do inelegível. Contudo, não há como escapar da notícia de que 24 milhões de brasileiros saíram da situação de fome em 2023, segundo a Pnad Contínua. Em 2022, os 33,1 milhões que passavam fome, ou 15,5% da população, passaram a 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Ainda há muito a fazer, porém, a queda de 73% da fome é um avanço concreto que merece ser registrado. Alguém acha que o governo anterior se preocuparia com esse tipo de avanço? O ministro Wellington Dias enumera algumas das medidas que levaram ao resultado: "O amplo conjunto de políticas e programas sociais do Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo." O objetivo, de Lula, conforme Dias, é voltar a tirar o Brasil do Mapa da Fome. Não é difícil de acreditar, para alguém que já padeceu na pele deste mesmo mal. Para Valéria Burity, secr

Tiradentes não foi enforcado

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  Como jornalista, deveria publicar esta incrível versão da história   em 21 de abril. Porém, só a recebi após a dia em que Tiradentes teria sido executado, no ano de 1792. Não consegui descobrir no Google quem e o que faz o autor do texto, Haroldo Nogueira. Contudo, tenho total confiança nos citados Machado de Assis e no histórico jornalista Hipólito da Costa (1774-1823). Segundo eles, Tiradentes nunca foi enforcado ou esquartejado. Relata o autor de “Dom Casmurro”:   “ Com outro passo chega-se à prova de que ele nem mesmo morreu; o vice-rei mandou enforcar um furriel muito parecido com o alferes, e Tiradentes viveu até 1818 de uma pensão que lhe dava D. João VI…” Tiradentes e toda a Inconfidência Mineira - o movimento para separar Minas Gerais de Portugal e do Brasil, inspirado na revolução francesa - eram maçons. Todos foram perdoados pela coroa portuguesa, porque D. Maria I, a Piedosa (e louca), não gostava de guilhotinas, forcas ou fuzilamentos, que vitimaram suas tias e pr

A saga dos 'inocentes' úteis

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  O grotesco espetáculo de depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, não foi uma iniciativa popular, e sim da “arregimentação e do suporte direto do grupo” do inelegível, conforme relato da PF ao ministro Alexandre de Moraes. Nova denúncia da PGR contra a golpista paranaense de Maringá, Shirley Faethe de Andrade, ilustra a informação. Segundo o colunista Lauro Jardim, ela propunha um plano de “investida para tomada de poder, que não teria dia para acabar”, conforme mensagens de texto e áudio no WhastApp. Shirley pregava a violência abertamente: “Bolsonaro deveria é entrar dentro do STF com uma metralhadora e metralhar todos os ministros, kkk”. Com receituário e tudo: “Preparem as máscaras de gás, pano úmido e água no cantil, spray de pimenta, colete, capacete; bala de borracha não vai faltar”. E sustentou, depois do quebra-quebra: : “Daqui não sairemos até que seja decretada a GLO. Só sai se o Exército vir. Senão nós vai (sic) preso”. Sorte que Lula não cai

Acuado pelas provas

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  No meu entender, a condenação mais justa, ou gritante, ao inelegível, seria por suas tentativas de golpe. No entanto, como lembra Ricardo Noblat, ele poderia se declarar preso político e vítima de uma injustiça. Só que seu 'algoz', o ministro Alexandre de Moraes, cerca-se de outras provas cabais, que não deixarão a ele chances de espernear. Agora mesmo a PF está nos EUA para investigar a venda das joias das Arábias, sobre as quais o ex-faz tudo, Mauro Cid, também voltou a depor. Isso sem falar na falsificação dos cartões de vacinação para si e seus familiares. Todos recheados de provas, que crescem. Poderiam ser considerados crimes de um ladrão de galinhas, contudo, teriam um peso oportuno no cômputo geral.  E, com sua liberdade de ir e vir mantida no Brasil, ele tem a exata medida da decadência do apoio que sofre: o ato no Rio atraiu menos de 20% do que o de São Paulo. Ainda teremos de aturar mais um, em Santa Catarina, o reduto mor dos reacionários. Cujo resultado tam

A volta da Comissão da Verdade

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  Quando participei da volta do Jornal do Brasil impresso, em 2018, fui à Casa da Morte, em Petrópolis, e me escandalizei ao ver ao vivo aquele macabro centro de tortura. Até entendo que Lula precise contemporizar com os militares, porém, foi muito bem vindo o parecer favorável da gestão Lewandowski à reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Famílias foram destroçadas pela perda de jovens idealistas que deram a vida por uma causa, e terminaram aniquilados nos porões que de vez em quando voltam a nos assombrar. Entre as atribuições do grupo estão emitir pareceres sobre indenizações a familiares e mobilizar esforços para localizar os restos mortais das vítimas do regime militar. Conforme a Comissão Nacional da Verdade, dos 243 desaparecidos políticos, só 35 foram identificados. O Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Unifesp tem 1.049 caixas com ossadas encontradas, descobertas em 1990. Claro que as Forças Armadas não querem remoer este

Se correr o bicho pega, se ficar, ele come

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  Aos poucos, o ministro Alexandre de Moraes abandona o papel de vilão dos bolsonaristas. Como se viu, ele não considerou crime o fato do capitão ter passado dois dias na embaixada da Hungria. (Estaria ele se guardando para a hora final?) E agora é a PGR – ativa, ao contrário da anterior – que defende a rejeição pelo STF contra a decisão do TSE pela inelegibilidade do ex-presidente. O recurso movido pelo mi(n) to é uma das últimas chances de a decisão ser revertida. Quer dizer, o inelegível continua achando absolutamente normal o fato de ter convocado embaixadores à sede do governo para disseminar fake news e atacar nosso sistema eleitoral. À distância, a ficha dele poderia ter caído... E agora tem a cara de pau de questionar a decisão do TSE, de junho de 2023, quando a maioria dos integrantes do tribunal viu na tal reunião um abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Foi o vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa Barbosa, quem considerou que o