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Mostrando postagens de maio, 2022

Sem ar e sem noção

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  Depois da sensação do liberou geral, a Polícia Rodoviária Federal deu um passo atrás, após matar sufocado Genivaldo de Jesus Santos, 38, dentro de um camburão no Sergipe. “ Os procedimentos vistos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes em cursos e manuais da nossa instituição ”,  reagiram os policiais em nota no domingo. Como o crime foi documentado por vídeo, talvez por isso a ficha tenha caído. Aliás, qual a necessidade de investigação diante de provas tão evidentes? “ Afirmo que já estamos estudando nossos procedimentos de formação de aperfeiçoamento e operacionais para ajustar o que for necessário para prestar um serviço de excelência” , disse o coordenador- geral de comunicação institucional da PRF, Marco Territo. Ah bom... Nesse meio tempo, descobriu-se que a cadeira Direitos Humanos foi removida da grade curricular de ensino dos militares. Já explica muita coisa. O morticínio que se viu semana passada na Vila Cruzeiro, aplaudido pelo mandatário, foi out

Mais ataques às eleições

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A nova lei da Improbidade, que só penaliza crimes quando houver intenção de cometê-los, justificou alguns absurdos, como liberar o general Pazuello do morticínio cometido em Manaus por falta de oxigênio. Pode até não ter havido intenção de matar, o que houve foi o crime da omissão. E não basta a perseguição promovida pelo mandatário ao TSE e STF. Agora, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, quer levar o novo Código Eleitoral, outra aberração do Legislativo, direto ao plenário, sem passar pela comissão temática.  O texto, já aprovado na Câmara, repassa ao Congresso resoluções que caberiam ao TSE, em flagrante invasão de território que prejudica o sistema eleitoral ao fragilizar a fiscalização de contas e até censurar pesquisas eleitorais.   Alguns exemplos do que poderá passar a ocorrer: As contas não aprovadas em 180 dias serão aprovadas . Ou seja, na prática não serão analisadas. A jurisprudência de  contas com falhas  sobe de 5% do Fundo Partidário a valores  não superiores a 20%

Crime contra a humanidade

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Se até hoje nada ocorreu ao mandatário pelos crimes que cometeu durante a pandemia, em julho, a três meses das eleições, ele poderá ser condenado pelo Tribunal Permanente dos Povos por crime contra a humanidade. E se até hoje o PGR Augusto Aras sequer respondeu às acusações que recebeu da CPI da Covid contra 80 pessoas, encabeçadas pelo presidente, o tribunal étnico internacional, que determina se os direitos fundamentais dos povos foram violados, deve proferir o seu devido veredito. Embora não tenha poder para aplicar penas, imaginem a repercussão internacional de uma decisão como essa? Vai referendar o que já era de conhecimento geral. As sessões ocorreram nas últimas terça e quarta-feiras, em Roma – na sede - e em São Paulo. Puxaram gritos indignados entre os presentes de “fora Bolsonaro”. As testemunhas foram ouvidas por 12 jurados de sete nacionalidades diferentes.   A denúncia foi organizada há mais de seis meses pela Comissão Arns, pela Articulação dos Povos Indígenas do

Militares vieram para ficar

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  Não se iludam. Mesmo que Bolsonaro saia de cena, será árdua a tarefa de devolver seus coadjuvantes a seus devidos lugares. O cientista político Rodrigo Lentz prevê "tempestade” Autor do recém lançado “República de Segurança Nacional” (Expressão Popular e Fundação Rosa de Luxemburgo), Lentz é estudioso do pensamento político dos militares e acredita numa “deslegitimação da próxima gestão para enfraquecê-la politicamente” já a partir de 2023. E compara o futuro cenário a 1961, quando o então vice-presidente João Goulart só conseguiu tomar posse após o plebiscito que decidiu pelo regime parlamentarista. “Em uma eventual vitória de Lula e no fracasso dessa atual tentativa de desestabilizar o processo eleitoral, vai haver uma negociação envolvendo essa acomodação (para preservar os espaços conquistados por militares na atual gestão)”, previu ele, na Carta Capital. Para Lenz, a ideia de que os fardados teriam abandonado a política após 1985 não passa de mito. Depois disso, “os

Fome assola brasileiros

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  Se quiser mesmo ser reeleito, a ficha do presidente precisa cair o quanto antes. Além de sua guerra para baixar os preços dos combustíveis e garantir 5% de aumento ao funcionalismo, ele terá de olhar para os 36% de brasileiros que não tiveram como alimentar a si ou à família nos últimos 12 meses. A estatística é da pesquisa de Marcelo Neri, diretor do Centro de Pesquisas Sociais da FGV. Nosso nível de insegurança alimentar está 35% acima da média mundial e é a primeira vez em que isso acontece desde 2006, quando a fome começou a ser mensurada no Brasil. A pandemia provocou um salto de 6 pontos percentuais na insegurança alimentar, enquanto em 120 países o crescimento foi de 1,5 pontos, aumento quatro vezes maior que o mundial. Entre os fatores apontados por Neri para essa catástrofe está o congelamento nominal do Bolsa Família, “que ficou por muitos anos sem recomposição de valor. Foi um choque sobre outro choque. E quando isso acontece, o segundo choque tende a atuar sobre as

Projeto para engessar a nação

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  Desde que o general Villas Bôas interferiu no julgamento do STF sobre o  habeas corpus  a Lula, os militares têm botado suas asinhas de fora. Cada vez mais insuflados pelas benesses financeiras e institucionais do governo que ajudaram a eleger. Pois bem, na segunda-feira esse movimento, apoiado pelo vice Hamilton Mourão, chegou a seu ápice com o “Projeto de Nação”. Em 93 páginas, os fardados discorrem sobre o que esperam “de bom” para o país nos próximos 13 anos. Enquanto nadam em dinheiro, com generais palacianos ganhando acima do teto, e cresce o número de brasileiros que se aproximam da linha da miséria, eles pregam que a partir de 2025 o SUS terá de ser pago, assim como as universidades. O documento, parceria dos institutos Villas Bôas e Federalista com a Consultoria Sagres, Política e Gestão Estratégica Aplicadas, aborda sete eixos temáticos. A saber, geopolítica mundial, governança, desenvolvimento e defesa nacionais, ciência, tecnologia, educação, saúde e segurança.    A coord

Troca de seis por meia dúzia

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  Parece piada de mau gosto. Basta o ano eleitoral para o mandatário fazer a terceira mudança na presidência da Petrobras, como se a empresa fosse seu brinquedo pessoal. Mais uma vez, deve ser uma troca de seis por meia dúzia. Conforme a colunista Bela Megale, Caio Paes de Andrade (foto) também não está disposto a conter os preços dos combustíveis, segundo pessoas próximas a ele. Isso se o mandatário conseguir superar o impasse do escolhido não ter o tempo mínimo exigido pela lei para cargos de administração pública. Ou tampouco experiência em companhias do setor de energia. Aparentemente o birrento dará seu jeito para superar o problema, enquanto as ações da estatal nos EUA já caíram 13,6% com a decisão atabalhoada. Azar dos investidores... Como se sabe, o general Silva e Luna passou menos de um ano no comando. Assumiu o cargo em 18 de abril de 2021 para substituir o economista Roberto Castello Branco, que também teimava em acompanhar os preços internacionais. José Mauro Coe

Golpe ao avesso

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Nunca se ouviu falar tanto em golpe quanto nessa nefasta gestão que nos governa. O ápice, por sinal, ocorreu no 7 de setembro, quando o presidente subiu o tom de suas ameaças e acabou contido por Michel Temer. Ou quando tanques fumacentos desfilaram pela Esplanada dos Ministérios (foto). Enquanto isso a ladainha de ataques do mandatário a tudo que possa atrapalhar sua reeleição continua. Firme e forte. E não é que ele agora tenta virar tudo do avesso? No domingo, o capitão compartilhou em seus grupos de mensagem um artigo do jornalista bolsonarista J.R.Guzzo, que fala de um “golpe em preparação”. Não se trata, porém, das manobras que temos acompanhado diariamente, do mandatário insuflando seus seguidores a copiar o Capitólio de Trump caso perca as eleições. Esse tal golpe em questão seria para impedir a reeleição do presidente. Seria cômico se não fosse trágico. Como se não tivéssemos vivido 37 anos de normalidade desde a redemocratização. Na mensagem compartilhada pelo presi

Liberdade, só em 100 anos

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O presidente mandou matar Lula. Só que os dados sobre essa investigação estão sob sigilo de 100 anos. Nenhuma das duas informações surpreenderia, se verdadeiras, pelo andar da carruagem do atual governo. Como se sabe, incomodou, vira sigilo de 100 anos. Quando vimos isso no país? Nunca antes. Esse é o tapa na cara dessa nefasta gestão na Lei de Acesso à Informação (LAI), que completou dez anos na última segunda-feira. Só o portal Transparência Brasil reuniu 40 casos em que a LAI foi violentada. No último mês de abril houve um verdadeiro bombardeio às informações às quais os brasileiros têm todo o direito de saber. Exemplos: O GSI negou o acesso a registros de visitas tanto dos pastores acusados de cobrar propina para liberar verbas do FNDE, como ao comparecimento de Valdemar da Costa Neto ao Planalto. De onde se conclui: censura velada. No mesmo mês o Itamaraty classificou como sigiloso o itinerário  e as informações sobre a viagem da comitiva brasileira à Rússia, quando o pres

O início do fim

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  A paranoia dos militares com as questões da soberania brasileira são nossas velhas conhecidas. Porém, nesse momento em que a aliança entre os fardados e o presidente parece um navio fadado ao naufrágio, eis que surge uma boia de salvação. Ela atende pelo nome de Elon Musk. A aparente casualidade do encontro do mandatário com o homem mais rico do mundo na última quinta-feira, na devida presença de generais, não foi obra do acaso. Havia um plano. Bem articulado, que interessava a ambos os lados.   "Não tem contrato, é um acordo. Vamos facilitar tudo. Com ligeireza e desburocratização", declarou o capitão, no ansioso afogadilho que lhe é peculiar. A pretexto de monitorar a Amazônia – o que já é feito, de graça e com competência pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e pelo Sistema de Vigilância da Amazônia -, estaria a liberação da Base de Alcântara para voos espaciais, antes negada aos EUA. E, sobretudo, a exploração de lítio e nióbio, fartos por aqui, compone

A tragédia da homeschooling

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         Não bastou a tragédia que se abateu sobre a Educação com a pandemia, que deixou 5 milhões de crianças a ver navios, por não disporem de equipamentos para acessar as aulas online.          E nem os pastores lobistas que se apoderaram das verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, ou ministros especializados em andar para trás.          Vem aí mais uma trágica promessa de campanha do presidente. Tão medonha que é disfarçada pelo título em inglês, homeschooling . Quer condenar os alunos às limitações e asfixia das quatro paredes do universo paterno.        Tudo em nome de poupar os pequenos das maléficas influências da esquerda no ensino. Por que quem sabe das coisas é a extrema direita. Quem pode contestar que todos os cidadãos devem andar armados, que as vacinas são danosas ou que a democracia é um perigo?          Como se sabe, a Câmara aprovou o projeto de lei que regulamenta a criminosa proposta que, sob o pretexto de livrar as crianças de perigosas inf

Movidos a amor e ódio

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  Poderia ser roteiro de filme. Porém, qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. Dois adversários se enfrentam na disputa pela presidência. A situação, com todas as vantagens de sua caneta Bic, e a oposição. O concorrente, um ex-presidente, viúvo, acaba de se casar pela terceira vez, movido que é pelo amor. Entre os convidados da cerimônia, artistas, o vice, até então, seu pseudo inimigo, um punhado de políticos e amigos. Aquele um, alvo de tantas críticas, não foi sequer convidado. Só não vai ter lua de mel, apenas o fim de semana de descanso para recarregar as baterias. Do outro lado, já havia escrito aqui sobre os comentários – sim, limitaram-se a comentários por falta de provas – dos jornalistas de Brasília sobre o contrato de manter seu também terceiro casamento ao menos até o pleito. Embora ele já tivesse para lá de encerrado, o que não surpreende para quem é movido pelo ódio. Enquanto isso, a primeira-dama se presta a lamentáveis papéis: chora e reza n

A escalada do bem

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  Gabriel Tarso é o meu herói. Além de escalar o Everest, ele chegou ao topo do mundo, pela segunda vez, portando um recado essencial em sua faixa: “Fora Bolsonaro”. “ Esse segundo cume é para todos que têm uma segunda chance para fazer diferente em outubro gritarem por um Brasil melhor, pra que a gente possa voltar a sentir orgulho do verde e amarelo”, registrou o atleta e filmmaker,  no seu Instagram. E, para quem ainda possa ter alguma esperança de que o mandatário sequer chegue ao fim de seu mandato – apesar dos Aras e Liras da vida -, seguem aqui cinco motivos: Em abril de 2020, foi aberto o inquérito sobre a possível interferência do presidente na Polícia Federal, conforme denunciou o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, após se demitir do cargo. Se confirmadas as investigações, o capitão poderá ser afastado da presidência. Já em fevereiro, a PF abriu outro inquérito para apurar o crime de pandemia cometido em outubro de 2021 pelo presidente, quando ele afirmou em live q

Fake news do conto de fadas

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  Encontro de jornalistas costuma ser um local profícuo. Ainda mais quando esses jornalistas convivem com jornalistas de Brasília. Esses sim, detentores de um grau de informação que costuma ser bem acima da dos simples mortais. Foi o que aconteceu no lançamento de “Pandemia, o medo e o riso na quarentena”, do amigo Romildo Guerrante. No simpático Bar do Gomes, em Santa Teresa, fui brindada com uma saborosa dica, fruto desse tipo de relações especiais. Alguém mencionou que Michelle telefona para o presidente antes de dormir. Conclusão: os dois já não dividem a mesma cama. E possivelmente o casamento se transformou em mais uma fake news , a ser mantida a ferro e fogo até o pleito. Sim, porque os resultados na aversão feminina ao capitão, inclusive das evangélicas, já deu sinais de melhora após a encenação da primeira-dama no dia 4 de maio, em pleno Congresso de um governo supostamente laico. Como se sabe, a morena que já foi loura – a julgar pelas mulheres anteriores, parece ser

A relatividade do golpe

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Sabemos que, ao contrário da Argentina e do Chile, não passamos pela faxina pós ditaduras militares. Isso por causa do perdão concedido pela Lei da Anistia a torturadores e assassinos dos porões do regime instaurado em 1964 . Sabemos também o quão foi intragável aos militares encararem o livro “Brasil nunca mais”, de 1985, assinado por Dom Paulo Evaristo Arns –, ele mesmo, inicialmente um apoiador do golpe de 64. Sabemos ainda que eles não engoliram a Comissão da Verdade, nomeada pela ex-presidente Dilma Roussef. A iniciativa completou 10 anos ontem. Instituído em 16 de maio de 2012, o colegiado trabalhou até dezembro de 2014. No relatório final, foram detalhadas prisões, tortura – como a sofrida pela própria Dilma - e assassinatos. Ao todo, 434 mortes e desaparecimentos. Ficou claro que a repressão e eliminação de opositores era uma política de Estado, compactuada pelo presidente verde-oliva da vez e pelos ministérios militares em atos violentos. A reação ao livro veio com ORV

O bem vence o mal

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  O magnífico Omar Sy nos brinda na Netflix com a comédia francesa “Opostos sempre se atraem”, em dupla com  o narcísico  Laurent Lafitte. Eles conseguem desvendar um tenebroso crime que partiu um homem ao meio. O assassinato leva ao grupo de supremacistas brancos liderados por um prefeito do mal no sul do país, capaz de cometer as maiores atrocidades. Em ritmo frenético, o filme é uma visão contemporânea de nefastos movimentos como o nazismo, cujo auge se deu na Alemanha de Hitler. A violenta praga surgiu na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). E sua mais forte expressão ocorreu entre 1933 e 1945, quando o Führer liderava o Partido Nacional-Socialista. Foram exterminados 7 milhões de judeus, no Holocausto. Jamais se imaginou que esse tipo de ideologia voltaria a proliferar na humanidade. E é dessa fonte que bebem as ideias de defesa de uma dita liberdade de expressão usada como arma, como vemos em episódios que envolvem Daniel Silveira e Gabriel Monteiro, por exemplo.   "