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Mostrando postagens de junho, 2023

No império da mentira

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  Enquanto o julgamento da inelegibilidade do capitão ganhou mais um dia (se Nunes Marques não pedir vista do processo), a CMPI dos Atos Golpistas tem sido uma frustração. Primeiro foi a mentira incólume do ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques. Assim como o coronel Jean Lawand Júnior (foto com Cid), leão nas mensagens golpistas ao ex-faz tudo Mauro Cid, gatinho covarde que miou na CPMI – não convenceu nem os bolsonaristas – também saiu livre. Na próxima terça-feira será a vez de Cid depor. Apesar do colunista Lauro Jardim ter antecipado que o filé mignon de seu celular – a troca de mensagens com o inominável – ainda virá à tona, o aliado do mi(n)to já conseguiu autorização do STF para permanecer calado. Se a tal bomba não vazar a tempo, tem tudo para ser mais uma suculenta pizza. Já o depoimento do coronel Jorge Eduardo Naime foi adiado sem nova data marcada por um atestado médico. Naime foi preso por suspeita de envolvimento nos atos golpistas. Convocado como testemunha, era o

Entre a cruz e a calderinha

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  Hoje conheceremos o destino imediato do capitão. De início ele parecia ter entregado os pontos, como se não houvesse amanhã. Quando se aproximou o julgamento por sua inelegibilidade pelo TSE, porém, começou a apelar. Nessa montanha russa de emoções, disse à Folha que “ninguém falava em fraude”, subestimando a inteligência dos que o detestam e também dos que continuam a adorá-lo. Acredite: eles ainda existem! (Embora não deem sinais de incontroláveis revoltas em caso de condenação). Especialistas já fazem previsões sobre se o ex-presidente levar a pior. Estimam que os evangélicos correrão feito almas penadas rumo a Lula, enquanto até o agro ogro não terá alternativa senão aderir ao novo futuro oferecido pelo atual governo. Que já inclui um Plano Safra turbinado. O inominável também soltou que “o ministro Alexandre de Moraes já teria enquadrado todo mundo para não pedir vista”. O que se sabe, de fato, é que Moraes deixou claro a seus pares que não interessa ao Brasil e a ninguém

Não passarão!

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  Além do malfadado início do governo do capitão, em 2019 começamos a sentir os pavorosos efeitos da pandemia do coronavírus. Em meio a um presidente negacionista e despreparado, nosso consolo era a voz assertiva do então ministro da Saúde, o médico Luiz Henrique Mandetta. Só que essa voz era tão assertiva que começou a fazer sombra ao chefe. Não durou muito. Foi substituído por outro médico, mais inseguro que o anterior, porém, discordante quanto à tão amada cloroquina do ex-presidente. Também rodou. Em seu lugar entrou um pesadelo ambulante que, antes de assumir, deixou claro seu estilo: “um manda, o outro obedece”. Durou mais no cargo. O suficiente para adotar a cloroquina e deixar morrer uma enormidade de doentes em Manaus por falta de oxigênio. Tornou-se um raro caso de fama   - foi o segundo deputado mais votado no Rio – por incompetência e desonestidade. Por essas e outras, quando Lula indicou ao cargo a ex-presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, foi uma inebriante lufada

A derrocada do rei Arthur

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  A chapa borbulha para o todo poderoso presidente da Câmara. Se desde o dia 1º de junho a situação de Arthur Lira já era delicada com a operação de busca e apreensão da PF – no desvio de R$ 8 milhões na compra de kits de robótica - com seus aliados, o bicho agora pegou de vez. Segundo a Piauí, no endereço de Wanderson de Jesus – motorista do principal auxiliar de Lira, Luciano Cavalcante - foram encontradas 11 anotações a mão com o nome Arthur, acompanhadas de valores que somam cerca de R$ 265 mil. Em 8 de abril passado, "Arthur" teria recebido R$ 20 mil, e no dia 17, R$ 3.652 para “Hotel Emiliano=Arthur”.Não por acaso, endereço nos Jardins onde o deputado tem se hospedado. Neste mesmo dia Lira embarcou num avião da FAB de Brasília para São Paulo. Outra coincidência: "Djair" (Marcelino), que recebeu R$ 29.200 mil, é secretário parlamentar do gabinete de Lira, já denunciado pelo MPF num milionário esquema de rachadinha comandado pelo então deputado estadual na

Cai a máscara da integridade

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  Ontem comecei meu post com ‘as voltas que o mundo dá’, explorando a ironia dos destinos de Sérgio Moro e do agora juiz do STF, Cristiano Zanin.  Só que a cada dia o buraco fica mais embaixo. O afastamento do juiz Eduardo Appio da 13ª Vara de Curitiba, que cuidava da Lava Jato, parece ir além de uma suposta gravação do filho do desembargador Marcelo Malucelli, João Malucelli, sócio de Moro e namorado de sua filha. Investigações do Conselho Nacional de Justiça encontraram um rombo de R$ 1 bilhão na contabilidade da Java Jato. Algo que vinha sendo investigado por Appio antes de ser afastado. Ao que tudo indica, os justiceiros, heróis da luta contra a corrupção – me faz lembrar um tal de Caçador de Marajás...- Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e colegas (ou comparsas?) fizeram a bufunfa desaparecer como num passe de mágica. Ladrões que penalizam ladrões? Como numa brincadeira de gato e rato, Appio foi temporariamente substituído pela juíza Gabriela Hardt, da turma de Moro. E agora

Dois pesos, duas medidas

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  As voltas que o mundo dá. Quando Sérgio Moro tornou-se ministro da Justiça do capitão, havia ali uma promessa implícita de que ele seria indicado a uma cadeira do STF. O ex-juiz, porém, brigou com o chefe, tentou uma candidatura à Presidência da República, acabou por contentar-se com a vaga de senador, voltou a jogar nas hostes do inominável e corre o risco de ser cassado. O que ele provavelmente jamais suporia era que aquele advogado branquelo, que batalhou tanto por Lula – a quem  crucificou com estratégicos 580 dias de cadeia que o impediram de concorrer à presidência – acabaria por ocupar a tão desejada cadeira. Praticamente sem oposição até da oposição. Já na CMPI dos Atos Golpistas, a oposição deitou e rolou. Ao menos no depoimento de Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF. Ele teve a cara de pau de afirmar que apenas cinco ônibus foram detidos em blitzes no Nordeste, onde Lula liderava. Bastava àqueles parlamentares, muito bem providos de salários e mordomias, consultar

Canto do cisne

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  Tanto o capitão quanto o cacique do PL, Valdemar da Costa Neto, pareciam ter entregado os pontos quando à certeza de inelegibilidade pelo TSE.  De repente, resolveram correr atrás do prejuízo. O inominável tentou ressuscitar a velha tática de forjar popularidade nos aeroportos, que turbinou sua campanha em 2018. Repetiu a estratégia em Porto Alegre no dia do julgamento. E editou nas redes imagens que forjavam adesão. Desde que voltou ao Brasil, tem seguido o conselho de apoiadores, de manter o bico calado para não atiçar os maus bofes de Alexandre de Moraes. Cumpriu também as convocações para depoimentos na PF. Tudo pelo perdão. Durou pouco, porém. Em Porto Alegre, ressuscitava aquele velho personagem que chamou Moraes de canalha no 7 de setembro de 2021: " Começa o meu julgamento político. Ou melhor, não é político, é politiqueiro. Da mais baixa intenção por parte de alguns. Não estou atacando o TSE. Mas a fundamentação é inacreditável: ‘Reuniu-se com embaixadores’.”

Apenas uma questão de tempo

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Muito oportunamente, recebi do deputado Chico Alencar o Dossiê Bolsonaro, já mencionado pela jornalista Monica Bergamo. Trata-se de um verdadeiro soco no estômago – sobretudo aos de memória curta- , sobre a extensa trajetória criminal do inominável. O levantamento, do coletivo independente Projeto Capivara, é dividido em quatro categorias de crimes. Cada um deles com o respectivo levantamento com links das notícias publicadas, categoria, pena e status atual. Começa pelos crimes eleitorais e contra o estado democrático de direito, com a reunião de embaixadores que começou a ser julgada ontem e está prevista para terminar na terça-feira 27. Como se sabe, pode levá-lo à inelegibilidade por oito anos.   É seguido por outros 15 crimes na mesma categoria. Entre eles, ataques infundados ao voto eletrônico, capazes de levar  de quatro a 12 anos de prisão. Os Crimes contra a Pandemia são abertos pelo relatório final da CPI. Mostra como o governo atrasou a compra de vacinas contra a Cov

Saldo da destruição

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O pedido de vista de seu processo é a última esperança do capitão para não se tornar inelegível no julgamento de hoje pelo TSE. Enquanto isso, efeitos de suas teorias – leia-se golpe – já representaram prejuízos de mais de R$ 26 milhões. É a estimativa inicial do Portal Metrópoles do que já foi gasto com a destruição dos vândalos no 8 de janeiro. Não foi só um prejuízo material. Além de minutas de golpe encontradas com os auxiliares próximos do ex-presidente – o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-faz tudo Mauro Cid -, o vandalismo feriu nossa democracia. O governo já desembolsou  R$ 297,7 mil para recuperar as estruturas externa e interna e os bens danificados. Os custos mais altos concentram-se no conserto dos elevadores e na compra de vidraças para substituir as estilhaçadas.     Os gastos, porém, não contabilizam os objetos históricos e obras de arte. Um exemplo é o relógio de Balthazar Martinot, presente da Corte Francesa a Dom João VI. Brasil e Suíça assinaram um acordo

"Nunca quisemos dar nenhum golpe"

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  Apesar dos vários momentos em que nos sentimos à beira de um golpe, ele não se consumou por um motivo simples: não houve adesão do Alto Comando das Forças Armadas.  Tanto que o capitão se mandou para os EUA, de onde assistiu ao circo pegar fogo pela televisão. Em rara entrevista, concedida ao Estadão, o general Fernando José Sant’Ana Soares e Silva (foto), número dois da linha de comando, diz com todas as letras: “Nós, o Exército, nunca quisemos dar nenhum golpe. Tanto não quisemos, que não demos. Não houve uma única unidade sublevada”, garante. Admitiu, contudo: “Fomos totalmente capturados pelos assuntos políticos. Tragados pela percepção do golpismo.” Reconhece, porém, que muitos setores ainda “não aceitam a ideia de que o Exército é apartidário e apolítico”. Ele atribui essa errônea crença aos quatro anos de governo do ex-presidente, “no qual militares da ativa e da reserva participaram da administração e silenciaram diante das ameaças golpistas , de intervenção armada f

Sem final feliz (para o próprio)

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  A dois dias do julgamento no TSE que pode torná-lo inelegível por oito anos, o capitão parece uma barata tonta. Recentemente admitiu seus próprios prognósticos sobre seu futuro próximo: “Vamos enfrentar isso no dia 22. Já sabemos que os indicativos não são bons, mas estou tranquilo”, mentiu. Para ele, portanto já parecem ser favas contadas. Ainda assim, viveu um daqueles seus habituais acessos durante evento de filiação ao PL em Jundiaí, daqueles de dia sim e outro também dos últimos quatro anos: "Agora vocês vão cair para trás. A vacina de RNA tem dióxido de grafeno, tá. Onde ele se acumula segundo a Pfizer que eu fui lá ver aquele trem lá, no testículo e no ovário. Eu li a bula", assegurou, voltando a mentir.  Dias depois, manifestou uma rara reviravolta, quem sabe quando a ficha caiu de que ele não tem mais o poder de presidente para mentir a bandeiras despregadas:   “Como é de conhecimento público, sou entusiasta do potencial de emprego do óxido de grafeno, por

Treva se instaura no Congresso

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  Ao menos 18 deputados e senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária – a bancada ruralista - receberam doações de fazendeiros cujas propriedades se misturam às terras indígenas. Dossiê também apontou políticos com fazendas em terras indígenas. Daí a adesão irrestrita ao Marco Temporal. Foram um R$ 3,64 milhões doados por 15 fazendeiros. Segundo o Congresso em Foco, as informações foram obtidas pelo cruzamento de dados da ONG “De olho nos Ruralistas” a   partir de doações   eleitorais de 2018 e 2022, junto ao cadastro de imóveis do Incra. São propriedades com parte ou todo o terreno dentro de terras indígenas homologadas ou em processo de homologação. Outro exemplo desse comportamento tóxico de nossos representes no Congresso é a perseguição – totalmente machista - à bancada feminina, no caso, às parlamentares Célia Xacriabá (PSOL-MG), Sâmia Bonfim (PSOL-SP), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Fernanda Melchiona (PSOL-RS) e Juliana Cardoso (PT-SP). Os ataques p

Cerco se fecha à formiga rainha

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A imagem que me vem é a de um formigueiro em ebulição. As formigas seriam os militares que fizeram de tudo para evitar, ou ilegalizar, a posse de Lula. Nossa sorte é que as formigas rainha não entraram nessa.  Optaram pela legalidade. A cena se descortina com as novas mensagens apreendidas pela PF no celular do ex-faz tudo Mauro Cid, sobre as quais a defesa do capitão já tirou seu corpo fora. O mais curioso é que a proposta de Estado de Sítio – previsto na Constituição para situações de “comoção grave de repercussão grave, longe de ser o caso – vem em modelito tão conhecido: “Jogando de forma inconstitucional dentro das quatro linhas (...), declaro o Estado de Sítio, e como ato contínuo decreto a Operação de Garantia de Lei e da Ordem”. Bombástico, porém, ainda com um jeitão de rascunho. Apócrifo. Como era apócrifa a minuta achada na casa do ex-ministro Anderson Torres. Tramas que se entrelaçam e desembocam num mesmo lugar - agora engrossadas por novas descobertas no material rec

Estupros explodem no Brasil

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  A rede “Nós por elas”, da Anvisa, faz uma grande mobilização – da sociedade civil e de órgãos de controle, como os ministérios das Mulheres, dos Direitos Humanos e do MP do Trabalho – para estancar a sangria dos estupros e assédios, que explodiram no governo do capitão. O caso do ex-diretor da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, portanto, está longe de ser isolado. A rede veio a público para defender funcionárias do advogado Paulo Cesar Nascimento Silva (foto), ex-assessor do diretor-presidente. Silva foi preso na última segunda-feira, após ser condenado por estupro. Segundo a Folha, o episódio ocorreu antes de Barra Torres tornar-se presidente da Anvisa. "Algumas de nós foram obrigadas a conviver com situações de assédio e de importunação sexual por parte do senhor Paulo César e de outros colegas, por receio de retaliação profissional e medo de perseguição, agressão e outros tipos de violência", denunciaram elas em nota . Sabe-se lá quantas mulheres empregadas em órg

Economia sobe, política desce

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  Apesar de todo o liberalismo de Paulo Guedes, pela primeira vez, em quatro anos o S&P Global Ratings melhorou a perspectiva de nota para a economia brasileira.  O país passou de “estável” para “positivo”. Não é pouco. Os argumentos para a mudança foram o crescimento do PIB e a organização das políticas fiscais e monetárias. Permanecemos no rating BB-, agora com provável elevação em breve para BB+, com a volta do ansiado grau de investimentos no horizonte. Como sempre disse aqui, não estou para fazer posts chapa branca, contudo, embora os esforços da equipe econômica – Fernando Haddad, Gabriel Galípolo, Bernardo Appy e Simone Tebet no Planejamento – mereçam elogios, falta equilíbrio entre os três poderes da República.   É o resultado da polarização – manipulada pelas redes sociais -, que deu margem tão apertada de vitória a Lula, com uma concentração de eleitos de extrema direita nunca vista. Agora colhemos os frutos. Os primeiros meses de governo foram de luta para não

A voz do 'batom na cueca'

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  O que a oposição pretendia transformar em pedra no sapato do governo, inverte a tendência e vira pedra no sapato da própria oposição. Falo da CPMI dos Atos Golpistas. Já foi aprovado, por exemplo, o compartilhamento de dados do celular do capitão, em poder da PF. Ainda não se sabe, porém, se a PF vai atender ao pedido.  Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, comandante da operação que bloqueou as estradas nos locais de maior votação de Lula, a mando de Torres, depõe na terça-feira 20. Os próximos a serem agendados são os auxiliares diretos do ex-presidente, a começar por Torres. Antes mesmo de marcada a data, porém, seus advogados alegam falta de condições psicológicas do cliente para depor, em tentativa de empurrar a fala com a barriga.  Condições essas, entretanto, inexistentes, quando ele mandou levantar os locais de maior votação em Lula, ordenou as interdições pelas operações da PRF e zarpou para os EUA às vésperas do 8 de janeiro. O segundo a falar será o ex-faz tudo, ten