Postagens

Mostrando postagens de março, 2022

Urucubaca ronda Bolsonaro

Imagem
  Para quem já não vai muito bem nas pesquisas de opinião, apesar de uma leve recuperação, Bolsonaro começou sua pré-campanha com o pé esquerdo. Em meio a mais um discurso para iludir otários, as redes, dominadas por bolsonaristas, optaram, majoritariamente, pela censura ao Lollapaloosa. Como se sabe, o censor, o ministro Raul Araújo, do TSE, é aliado do presidente. Mesmo tendo voltado atrás de sua decisão, o ônus sobrou para Bolsonaro, rechaçado pela plateia do primeiro grande evento pós-pandemia, que conseguiu ofuscar seu desempenho na largada da campanha (embora ela só pudesse começar a partir de 16 de agosto). A sequência do que poderia ser considerado mau agouro pelo presidente - por quê será? -, não para por aí. Nessa mesma semana, o quinto ministro da Educação escancarou o que Bolsonaro sempre negou: a corrupção em seu governo. Pior que isso, recursos que deveriam ser destinados às crianças brasileiras, acabaram nas mãos de dois pastores lobistas, com os quais o interino,

Educação relegada às traças

Imagem
  Desde o início de sua (indi) gestão, Bolsonaro relegou dois setores ao ostracismo: a Cultura e a Educação. Ambos, sob o argumento olavista de que são áreas que precisavam ser destruídas para depois serem reconstruídas conforme as regras dos conservadores e reacionários. O desastre que se viu na Saúde de alguma forma foi contornado pelo SUS. A Cultura e a Educação, contudo, foram entregues à ineficiência e inoperância de gestores que nos levaram a um atraso difícil de recuperar. O colombiano naturalizado brasileiro, Ricardo Vélez Rodrigues, nos encheu de barbaridades, entre elas, a de que "a universidade não seria para todos.” Portanto, essa que é ferramenta fundamental para a redução das desigualdades foi reduzida por ele a um playground da elite. Seu substituto, Abraham Weintraub, esse olavista raiz, acabou alvo de um inquérito por ter classificado os ministros do STF – naquela fatídica reunião ministerial de 22 de maio – de “vagabundos”. Além de outro, por provocar a Ch

Cala boca já morreu

Imagem
  Em meio à apatia generalizada que tomou conta do país, foi uma dádiva assistir ao sacode promovido pelo festival Lollapalooza, em São Paulo, no primeiro grande encontro de multidões pós-pandemia. Remeteu aos protestos contra a ditadura dos festivais da canção dos anos 1960 e 1970. Curiosos são os critérios dos bolsonaristas. Quando se fala em bloquear o Telegram, principal canal usado por eles para difundir fake news , é censura. Agora, quando artistas sobem ao palco com imagens de Lula e críticas a Bolsonaro é propaganda antecipada que tem de ser censurada. Foi bom ver Gabriel o Pensador incendiando mais de cem mil pessoas com agressividade digna do gabinete do ódio, com gritos de fdp, entre citações como “chamando políticos ridículos de mito” e esclarecendo “o pensador é contra a violência, mas a gente peca por excesso de paciência”. O ministro Raul Araújo, do TSE, já homenageado pelo presidente, tentou impor censura ao evento, atendendo ao pedido do PL (cancelado ontem).  Qu

O rei da mamata

Imagem
  Fui frequentadora assídua da rede Mundo Verde, natureba que sou. Porém, não voltei mais lá ao saber que o proprietário é o bolsonarista Carlos Wizard. Saí da Smart Fit pelo mesmo motivo: pertence a outro bolsonarista, Edgar Corona. Após integrar o gabinete paralelo, que trabalhou para demonizar as vacinas e prescrever a cloroquina – denunciado pela CPI da Covid e (por hora) cancelado pelo PGR - , Wizard fatura outro agrado de seu aliado. Segundo a Tribuna da Imprensa, os quitutes e tira-gostos consumidos por Bolsonaro em suas viagens aéreas – até agora gastos de R$ 2,6 milhões – são resultado de um contrato iniciado na gestão de Michel Temer e mantido por ele. Adivinhem quem é o principal acionista da International Meal Company Alimentação , responsável pela alimentação aérea de Bolsonaro? Acertou quem disse Carlos Wizard. O escândalo foi denunciado pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), a partir de informações do Portal da Transparência. O convescote inclui café da manhã, almoço

Olha a cabeleira do Zezé

Imagem
  A louríssima gaúcha Georgia Paiva Azambuja, que namorava Carlos Bolsonaro desde 2018, rompeu o casamento, marcado para o último sábado. As informações não batem. Embora se comportasse como uma legítima bolsonarista nas redes, ela teria desistido em função do perfil político do ex-noivo. Segundo o jornal Zero Hora, Georgia mudou de ideia após ouvir o sermão de um clérigo sobre casamentos. Seria a estudante de administração, de 26 anos, tão imatura a ponto de cancelar suas núpcias após a falação de um padre? O fato é que o casal sempre manteve a discrição em relação ao relacionamento, iniciado após muitas visitas de Carlos à fazenda da família, em Bagé. A ideia do namorado protetor era preservá-la do assédio da mídia. Conforme o jornal, Geórgia teria pensado duas vezes sobre seu futuro com um parlamentar sob permanentes polêmicas. A última delas, a viagem em que acompanhou o pai à Rússia. Embora o pretexto fosse garantir o fornecimento de fertilizantes ao Brasil, ao invés dos m

Cerco começa a se fechar

Imagem
  Após tantos escândalos sem nenhuma consequência, ontem me deixei levar pela descrença de que algo possa acontecer ao ministro Milton Ribeiro e a Bolsonaro pelo nítido episódio de corrupção. Só que em meio ao salto alto do PT e à indiferença da opinião pública, é hora de fazer barulho. O PGR Augusto Aras mandou investigar, o que, até agora, nunca quis dizer qualquer coisa. A tal ponto que na quinta-feira Bolsonaro cunhou nova expressão: “boto minha cara no fogo pelo ministro”. Claro, ambos fazem o mesmo jogo. O caso, porém, subiu um degrau, quando a ministra do STF, Cármen Lúcia, autorizou a abertura de um inquérito para investigar a atuação de Ribeiro nesse lobby dos pastores Gilson Santos e Arilton Moura no ministério da Educação.   E o que classificou de “fatos gravíssimos” – sim, são gravíssimos, antes que os bolsonaristas tentem provar o contrário -, inclui a possibilidade de inserir Bolsonaro na apuração, hipótese encaminhada ao PGR. Afinal, Ribeiro estaria seguindo a ori

Projetos casados

Imagem
  Sabemos que o orçamento da União está nas mãos do Centrão. Os militares provavelmente voltariam a engrossar sua participação no governo com o general Braga Netto na vice-presidência, caso Bolsonaro seja reeleito. O que passamos a saber com a gravação revelada pela Folha é que os evangélicos mandam no ministério da Educação. A sequência do escândalo é igualmente escandalosa. Em seguida a algumas reações, como a de Arthur Lira – "se for o áudio como é (?), ele (Ribeiro) extrapola um pouco a atividade de ministro da pasta" -, parece que tudo continuará como antes no quartel de Abrantes. O governo teme afastar Milton Ribeiro e ele sair atirando, em hora tão imprópria de ano eleitoral.   Já o líder da bancada evangélica, Sóstenes Cavalcante, tirou o corpo fora: “Não fomos nós que colocamos, não somos nós que vamos pedir para tirar”.  E tudo isso teria a ver com Bolsonaro (na foto com Gilmar) já ter recebido os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura três vezes antes da poss

Clã movido a rachadinhas

Imagem
  Walderice Santos da Conceição é uma ponta de iceberg, que ajuda a entender o modus operandi do clã Bolsonaro. Conforme a Folha, em depoimento ao MP Federal, a ex-secretária Wal do Açai negou que tenha ido uma única vez a Brasília durante os 15 anos em que trabalhou no gabinete do então deputado federal, Jair Messias Bolsonaro. Como se trata de uma investigação cível, ela terá continuidade no MP que, como se sabe, é submetido à PGR do aliado Augusto Aras. Que vai dar seu jeito para que esse caso de improbidade administrativa do capitão não dê em nada. Walderice mora em Angra dos Reis, onde Bolsonaro tinha uma casa, e entre suas tarefas estava a de cuidar do cachorro do patrão. No caso, não o deputado, e sim a pessoa física. O exemplo mais escandaloso, porque veio à tona antes de Bolsonaro tomar posse, foi o do filho Flávio, quando era deputado estadual na Alerj. A ex-assessora Luiza Souza Paes foi uma que confirmou ao MP-RJ que era obrigada a devolver mais de 90% de seu salário

Corrupção em nome de Deus

Imagem
  Que nossa Educação está jogada às traças está na cara. Basta ver como a população é facilmente manipulada, por não conseguir sequer distinguir o bem do mal. Após o colombiano naturalizado brasileiro, Ricardo Velez – que propôs revisar os livros didáticos que retratam o golpe de 64 -, Abraham Weintraub, com sua sucessão de sandices, e Carlos Decotelli, falsificador de currículos, agora temos Milton Ribeiro, um ministro teleguiado pelos evangélicos. Primeiro ficamos sabendo, pelo áudio flagrado pela Folha, que Ribeiro prioriza a liberação de verbas a prefeituras cujos pedidos foram negociados pelos pastores Gilmar dos Santos (foto) e Arilton Moura. A justificativa do ministro foi pior que o soneto: ele disse atender a uma solicitação de Bolsonaro. Sabemos, porém, que o presidente é inimputável, graças ao aparelhamento de instituições que deveriam ser de Estado.  A última demonstração de poder desse povo tão abençoado por Deus foram pedidos de explicação ao ministro sobre a tal co

Todo poder ao Centrão

Imagem
  A gula do Centrão é insaciável. Após Ciro Nogueira conquistar a chave do cofre, deixando para trás o ex-todo poderoso Paulo Guedes, Arthur Lira ainda quer mais. Como se sabe, ele criou um grupo de trabalho para estudar o semipresidencialismo. Na medida em que Bolsonaro fez suas asneiras e o grupo político passou a assumir o vácuo de poder, como foi alardeado que aconteceria – enquanto olavistas e militares se enfraqueciam -, eles continuam a querer mais. O país já fez dois plebiscitos para votar a mesma decisão. Nas duas vezes negada pelo povo brasileiro. Espertamente, Lira se aproveita de um presidente fraco para tentar assumir – ele mesmo – a posição de um Luís XIV, o Deus Sol. Como lembrou o colunista Bernardo Mello Franco, os dez deputados escolhidos para resgatar a proposta pretendem criar a figura de um primeiro-ministro. Algo que soa eficaz quando se pensa em um Reino Unido, na Alemanha ou na Espanha. Aqui, os parlamentares terão o suporte de jurisconsultos, integrados

Indígenas sob ataque

Imagem
  A questão indígena está, como nunca, em polvorosa. A Câmara pede urgência para a votação do PL 191, que permite a exploração de terras indígenas, sob o pretexto de retirar potássio do solo para os fertilizantes – embora se saiba que o potássio está fora dessas áreas demarcadas. Como uma facada no coração, o ministro da Justiça concedeu a Bolsonaro – durante a pandemia acusado de genocídio dos povos indígenas, autor do elogio às cavalarias americanas por terem dizimado os índios – a Medalha do Mérito Indigenista. E ele fez festa de cocar na cabeça. Se o presidente teve a cara de pau de curtir a honraria a caráter, o indigenista Sydney Possuelo – esse sim, digno de ostentá-la – a recusou por entender que a medalha perdeu seu sentido, após ser concedida a Bolsonaro e autoconcedida ao próprio ministro Anderson Torres. Eles gargalham, enquanto nós choramos. Já o militar reformado Jussielson Gonçalves confirmou que os milicos estão longe de inspirar confiança, ainda mais nesse govern

Maracutaias em sequência

Imagem
  Faz o que eu quero, tá dentro. Caso contrário, rua. A lógica seria válida se Bolsonaro agisse assim para administrar sua casa ou até o seu cercadinho. Porém, há algo de muito errado se o comportamento refere-se a órgãos de Estado, como a Polícia Federal, ou de economia mista, a exemplo da Petrobras. O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, é um que já teria rodado se sua função não fosse um cargo. Como se sabe, Bolsonaro admitiu ter tentado interferir na Petrobras, que teve a ousadia de aumentar os preços dos combustíveis em ano eleitoral. Embora ele também tentasse deixar bem claro que não tem nada a ver com isso, a jornalista Malu Gaspar já revelou o jeitinho do mandatário para afastar o general Silva Luna. Se for de fato o indicado, resta saber qual será o jogo de cintura de Rodolfo Landim – peixe gordo para atrair votos dos flamenguistas – para escapar da escalada de preços provocada pela guerra da Ucrânia. Luna não conseguiu mudar a política adotada por seu

Telegram já era

Imagem
  Bolsonaro deve ter surtado. Ontem o ministro Alexandre de Moraes determinou que plataformas e provedores suspendam o uso do Telegram. Como se sabe, é a principal ferramenta dos bolsonaristas para disparar  fake news  em massa. O clã tem acesso a 1,3 milhão de seguidores pela plataforma. Em outubro de 2021, Bolsonaro já acumulava 1 milhão deles. E quem desobedecer a ordem judicial estará sujeito a multa diária de R$ 100 mil. Usuários que tentarem furar o bloqueio via Virtual Private Network (VPN) também serão multados.   A decisão ministerial não tem prazo de validade. Vai durar até que o aplicativo atenda às ordens judiciais de que é alvo. Com isso, o Brasil é o 12º país a bloquear o Telegram, ao lado da China e de Cuba. E, embora nem na Rússia o boqueio tivesse funcionado, aqui, segundo o pesquisador David Nemer, poderia dar certo, na lógica do siga o dinheiro. Hoje o aplicativo é usado no Brasil por 53% dos donos de celulares. O bloqueio atingiria a maioria deles, que for

Mercado começa a virar

Imagem
  Em meio ao comportamento cada vez mais mafioso do governo para se manter no poder, eis que surge uma lufada de ar de onde menos se espera. Falando em nome do mercado, o consultor financeiro Alexandre Neves diz: queremos Lula! Após embarcar na canoa furada de Bolsonaro, em sua permanente instabilidade, negacionismo e falta de consistência, eis que figuras de destaque do mercado financeiro começam a acenar para a volta do ex-presidente. O empresário Ricardo Semler foi um que publicou na Folha, no último domingo, um artigo prevendo a situação de pária institucional do Brasil caso Bolsonaro seja reeleito. “É hora de financiar um caminho saudável, manifestar-se contra a barbárie burra em que nos metemos por falta de visão”, reconheceu Semler. Josué Gomes da Silva, o novo presidente da Fiesp, situou Bolsonaro como o que “mais atacou as instituições” em 17 de fevereiro. Enquanto classificou Lula como “o maior líder sindical que o país já conheceu”. Nessa mesma data, relatório do C

Nomes aos bois

Imagem
  Sandra Mara Silveira é a campeã de multas lavradas pelo ICMBio, na Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará (foto), entre 2009 e 2021: correspondem a R$ 95,8 milhões. Para o órgão ambiental, seu marido, Márcio Piovesan Cordeiro, seria o verdadeiro responsável pelo desmatamento. Cordeiro é parente de outro desmatador, Edson Luiz Piovesan, multado em quase R$ 34 milhões por destruir 3,3 mil hectares de vegetação na mesma unidade. As informações estão no levantamento realizado pela Agência Pública, que encontrou aproximadamente 9,4 mil autuações lavradas pelo ICMBio nas 132 unidades de Conservação da Amazônia neste mesmo período. Elas chegam a R$ 3 bilhões. A destruição também é liderada pela Salobo Metais S/A, maior operadora de cobre da Vale; pela Energia Sustentável do Brasil (ESBR) S/A, concessionária da usina hidrelétrica de Jirau e pela Florapac, produtora de chapas de média densidade ao gigante do setor madeireiro, a Concrem. As três foram alvo de R$ 130,8 milhões em multas

Artilharia para a reeleição

Imagem
    A polaridade Lula Bolsonaro tem um traço em comum: Valdemar da Costa Neto. Foi com seu PL, partido do vice José de Alencar, que Lula se elegeu presidente em 2003. Vínculo que acabou levando o político à condenação de sete anos pelo mensalão. Em   2016 o STF extinguiu sua pena e o fênix Costa Neto renasce das cinzas com o provável maior partido brasileiro, que passou a ser chamado de seu por Bolsonaro. Assim como o presidente elegeu 52 deputados pelo PSL em 2018, só no último fim de semana a janela partidária já atraiu para o PL 16 parlamentares do União Brasil, fusão do DEM com o PSL, que deixa de ser a maior bancada do país. O PL lidera, com 63 parlamentares, porém, desde que Bolsonaro se filiou à legenda, passou de 761.640 filiados a 761.415 e continua a perder adeptos. Como se sabe, Bolsonaro começa a diminuir sua distância para Lula, embora este ainda se mantenha à frente. O Bolsa Família de R$ 400 é o motivo mais aparente para este crescimento. A desidratação do União

Bolsonaros não pensam igual!

Imagem
  Bomba! Os Bolsonaro não pensam igual! O furo foi da jornalista Malu Gaspar. Flávio foi semana passada na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde defendeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Seu pai, como se sabe, é admirador confesso de Vladimir Putin, o presidente russo que resolveu transformar esse início de 2022 em inferno, com a guerra – que ele tem a cara de pau de dizer que não é guerra – contra a Ucrânia. É verdade que o elogio embutia uma sardinha para o lado do senador, que não é membro e não costuma dar as caras na CCJ. Naquela quarta-feira 9, o encontro pretendia discutir o PL das armas, do qual Flávio é ferrenho defensor. O desejo do 01 era provar a seus pares que armas salvam vidas. Segundo ele, Zelensky, antes defensor do desarmamento, virou casaca com a guerra e deu fuzis à população. “É para isso que servem as armas”, justificou, como um integrante da Escolinha do Professor Raimundo. Só que nós aqui não estamos em guerra...