Educação relegada às traças

 


Desde o início de sua (indi) gestão, Bolsonaro relegou dois setores ao ostracismo: a Cultura e a Educação. Ambos, sob o argumento olavista de que são áreas que precisavam ser destruídas para depois serem reconstruídas conforme as regras dos conservadores e reacionários.

O desastre que se viu na Saúde de alguma forma foi contornado pelo SUS. A Cultura e a Educação, contudo, foram entregues à ineficiência e inoperância de gestores que nos levaram a um atraso difícil de recuperar.

O colombiano naturalizado brasileiro, Ricardo Vélez Rodrigues, nos encheu de barbaridades, entre elas, a de que "a universidade não seria para todos.” Portanto, essa que é ferramenta fundamental para a redução das desigualdades foi reduzida por ele a um playground da elite.

Seu substituto, Abraham Weintraub, esse olavista raiz, acabou alvo de um inquérito por ter classificado os ministros do STF – naquela fatídica reunião ministerial de 22 de maio – de “vagabundos”. Além de outro, por provocar a China nas redes sociais, que vem a ser nosso maior parceiro comercial.

Seu estilo ficou claro quando cogitou cortar verbas das “escolinhas dos sem terrinha”. E agora volta a nos assombrar como candidato ao governo de SP - rechaçado por Bolsonaro, que tem outra aposta para o cargo -, e a deputado federal.

Depois veio Carlos Decotelli, cuja falsificação de currículo não convenceu nem o presidente e sequer assumiu o cargo, preenchido por Milton Ribeiro, evangélico com trejeitos do Gordo, personagem de Oliver Hardy na dupla com Magro.

Já mostrou quem era quando declarou: "alunos com deficiência atrapalham os demais".

Até cavar a própria sepultura, com o devido cuidado de não levar junto Bolsonaro, Ribeiro não fez absolutamente nada para reverter o dramático quadro que deixou 5 milhões de crianças e adolescentes sem escola por causa da pandemia. Segundo estudo da FGV, evasão que cresceu 197,8%.

Políticas públicas para contornar essa realidade que deixará profundas cicatrizes no país, alguém viu alguma? Não, o que se viu foi um ministro à mercê do lobby de pastores evangélicos, com projetos antagônicos às nossas urgências.

Após criar o neologismo de “botar a cara no fogo” por Ribeiro, Bolsonaro, que arrastou o incendiário Ricardo Salles por muito mais tempo, dessa vez foi vencido pelo ano eleitoral. Só que, mesmo assim, a poderosa munição permanecerá à disposição de seus opositores.

  

Comentários

  1. Essa infiltração evangélica de segunda linha se soma à infiltração militar e vai nos cobrar um custo elevado pra desmontar.

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  2. Ricardo José Lopes Clemente
    Sua capacidade maior de concentração não passa da leitura do tio Patinhas!!!

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  3. Regina Costa
    Destruidores, colocam a religião, só para destruir a educação, nunca passamos por momentos tão obscuros

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  4. Sandra S. Peleias
    Imagem com texto "os RELIGIOSOS MUÇULMANOS VÃO A MECA PARA FAZER SEUS PEDIDOS. NO BRASIL, "EVANGÉLICOS" VÃO AO MEC!"

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  5. Sandra S. Peleias
    É o mesmo pessoal que atacou Paulo Freire, as Universidades Públicas, cortando verba e reduzindo bolsas de estudos. Chamam os educadores de esquerdistas. O melhor é não estudar pra fazer bravata e mamata. Entendi. #ForaBolsonaroeSuaQuadrilha

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  6. M Christina Fernandes
    Mas que estamos numa situação desalentadora, estamos.

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  7. Nelson Cardoso
    Caiu o pior ministro da educação, que sucedeu o pior ministro da educação e deve ser sucedido pelo pior ministro da educação.

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    1. Realmente o páreo é duríssimo, e já tem foto do interino, que pode ser definitivo, entre os mesmos pastores!

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  8. José Correa Neves
    Esse homem é muito ignorante e quem vota nele e muito mais

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  9. Regina Costa
    tristeza ver isso acontecer.

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