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Mostrando postagens de agosto, 2021

Desponta a Terceira Via

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  A chapa está tão quente para Bolsonaro, agora que o TSE já tem como provar a participação de empresas na campanha de 2018 – da Havan à Madeiro, entre outras -, que o presidente ensaia uma mudança de tom em relação aos atos do 7 de Setembro. Sai o golpe e entra a liberdade de expressão. Para as fake news de seus apoiadores, bem entendido. E, enquanto José Dirceu fornece munição ao presidente, ao defender que só existem dois poderes - o Executivo e o Legislativo, os únicos eleitos pelo povo -, avançam as alternativas da Terceira Via. A mais nova se chama Alessandro Vieira, um dos mais combativos senadores da CPI da Covid. Eleito pelo Cidadania-SE, ele já tem até plataforma: a defesa da anticorrupção e do aumento do valor e do alcance da renda mínima, conforme explica no Globo.   “ Não sou representado pela permanência de Bolsonaro no poder ou pelo retorno de Lula, e sei que milhões de brasileiros têm o mesmo sentimento" , ratifica Vieira. O MDB, por sua vez, deve vir com ou

Agenda presidencial

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Na semana que entra, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já tem dois compromissos agendados. Vai se reunir com o ministro Paulo Guedes para aferir, com seu cordato estilo mineiro, até que ponto a reforma tributária poderá acarretar aumento de impostos. A outra prioridade será uma conversa com o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, para tratar de um dos problemas mais graves, senão o mais grave, enfrentado pelo Brasil: a urgência de um planejamento para combater a crise hídrica e energética.  Ok. E qual a agenda do ilustre presidente da República? Insuflar seus apoiadores a fazerem do 7 de setembro um retrato dos maiores problemas que assolam o país. Que, no seu entender, começam pelas medidas arbitrárias do TSE que podem levar à cassação da chapa que o elegeu em 2018.  E, até o Feriado da Independência, conforme o colunista Lauro Jardim, ele já proibiu seus ministros de tocar em temas negativos ou anunciarem medidas impopulares. Como seria, por exemplo, o raciona

A fonte do caos

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  Vivemos num país em permanente sobressalto. Causas? As ameaças da variante Delta, a crise hídrica com efeitos devastadores ao fornecimento e custo de energia, o desemprego, a fome, a volta da inflação, a desvalorização da moeda, o desmatamento que piora o aquecimento global?  Não. O caos se chama Jair Bolsonaro. Custei a crer nas reações do capitão à Covid-19, sabotando o isolamento social, o uso de máscaras - como volta a fazer - e a vacinação já largamente consagrados pela Ciência, além de disseminar remédios sem nenhuma eficácia contra a doença. O que poderia querer esse desajustado? Assim como agora, em que ameaça o país com invasões armadas ao STF e ao Congresso no 7 de setembro, é mais uma cartada para manter o apoio dos 30% de celerados. E ainda manda essa turba comprar fuzis.  Malu Gaspar antecipou o carnaval que se anuncia, com o crescimento de 1000% na compra de uniformes militares. Serão civis fantasiados, para forjar o tom fardado do ato, o que especialistas já chamam

"Brasil está de ponta-cabeça"

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  Para o coronel da reserva Glauco Carvalho, ex-comandante da PM de SP, o bolsonarismo tomou conta das polícias do Brasil. O que acha incompreensível, já que “Bolsonaro é a pessoa mais despreparada para ocupar função pública ou militar”.  Segundo ele, o mandatário e seus filhos tentam destruir os valores da corporação e representam o que há de pior na vida pública brasileira, como disse ao Estadão. “Servi no Exército por três anos e havia uma grande ojeriza ao capitão Bolsonaro. Não entendo o que aconteceu nesses 25 anos, pois se há uma pessoa despreparada para o exercício das funções política e militar é Jair Bolsonaro. Ele não tem apreço por limitações legais e éticas e tenta a todo custo trazer as PMs para o seu lado." Segundo Carvalho, o bolsonarismo usa de todos os instrumentos para instalar o caos, “é o que tem de mais indecente na vida pública do país”. “O coronel Aleksander (afastado por Dória após convocar seus amigos, armados, para o ato do 7 de setembro) é meu ami

Digitais de Flávio na compra de vacinas

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O mesmo senador que comprou uma mansão em Brasília por mais de R$ 6 milhões e que teve até loja de chocolates Kopenhagen para lavar o dinheiro ganho no esquema das rachadinhas, também teria suas digitais em operações nebulosas para aquisição de vacinas.  No caso, da Vaxxinity, ainda em fase de testes e sem aprovação por nenhuma autoridade sanitária do planeta. Segundo a IstoÉ, este foi um dos assuntos tratados por Flávio Bolsonaro em sua viagem aos EUA em junho último. As informações, já nas mãos da CPI da Covid, têm os mesmos moldes de esquemas já identificados pelos senadores, de companhias desqualificadas, interesses escusos e empresários duvidosos, muitas vezes ex-militares. Em 8 de junho o gabinete do 01 recebeu seguinte e-mail de Stelvio Bruno, dono de uma pousada em Itacaré, na Bahia:  "(...) Solicitamos reunião entre o senhor e a Vaxxinity nos EUA ainda hoje ou amanhã (ou enquanto estiver nos USA). Oportunidade para o governo obter preferência para solicitar a reserva

O próximo vassalo

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  O que já era esperado aconteceu. Augusto Aras foi reconduzido ao cargo por ampla maioria, após abusar da habilidade de garantir aos parlamentares que eles já não precisam se preocupar em ser processados pela Lava Jato. Até mesmo daqueles que preferem prevenir qualquer risco futuro, como parece ter sido o caso do petista Rogério Carvalho. Na contramão do que havia afirmado Lula (“Eu não quero um amigo meu. Quero uma pessoa em que a sociedade possa ter confiança”), Carvalho chegou a participar do tapete vermelho de boas-vindas a Aras, conforme o colunista Bernardo Mello Franco. Foi um jogo muito bem jogado por Bolsonaro para se manter invicto a qualquer ameaça incômoda. Entre outras iscas, Aras prometeu criteriosa análise do relatório da CPI da Covid – o que não significa que se disporá a enviar Bolsonaro à forca. Apesar das sucessivas evidências, negou alinhamento com o presidente e tirou o corpo fora das rachadinhas de Flávio, o 01, alegando que o caso nunca chegara a Brasília...

Manifestar o quê?

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  No próximo dia 7, bolsonaristas se organizam – e para isso recebem marmita gourmet e transporte gratuito bancados pelo agro e setores evangélicos – para um ato antidemocrático.  Como Jânio Quadros, Bolsonaro tenta um autogolpe, para extirpar sobretudo os incômodos causados pelo STF, única instituição que tem sido capaz de barrar seus delírios. O que o capitão chama de ‘falta de liberdade’, como se sabe, são as prisões de Daniel Silveira e Roberto Jefferson. Ambos ameaçaram ministros do Supremo.  Jefferson chegou ao requinte de posar armado com duas enormes pistolas em suas redes. Todos sabem que ameaça não é a mesma coisa que liberdade de imprensa, embora finjam não saber. Enquanto isso, a Economia, que o Posto Ipiranga dizia estar decolando e segundo ele foi derrubada pela precoce campanha presidencial – a quem ele estaria se referindo? – despenca. Os indicadores futuros são holofotes vermelhos: nessa segunda-feira os juros futuros atingiam 9,980; o dólar bateu R$ 5,3802 – sem

Antes que seja tarde

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  Como ratificam as pesquisas de opinião, Bolsonaro não prima pela inteligência. Muito menos pela cultura. Porém, é esperto como o diabo. Com um 'prontuário' de dois projetos aprovados em 27 anos de parlamento, ameaça de bomba que o expulsou do Exército, discursos pró-ditadura, misógeno, homofóbico e racista, elegeu-se presidente da República. Com a injeção de dinheiro, técnicas e ânimo da extrema-direita, desde que passou a suceder a liderança do Trump da América como o Trump dos Trópicos, o capitão ensaia um golpe. Inusitado por anunciado. As peças, contudo, estão aí. Bastou os ministros do STJ subirem o tom para gerarem a reação desesperada pela popularidade perdida, movida ainda pelo medo de prisão a si e aos seus. Capaz de subverter o teto de gastos para garantir o tal Auxílio Brasil – tão necessário, embora usado para fins meramente eleitoreiros. As ameaças de  impeachment  a ministros do STF e de uma virada autocrática no 7 de setembro são combustível para o gado. Que, n

O que vem depois do golpe

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  Já passamos dos 19 milhões de brasileiros que não têm o que comer, nossa moeda derrete, o desemprego cresce, a inflação volta, nossos óbitos pela Covid são acima dos mundiais, nossas florestas ardem, a educação despenca. Do quê se fala?  Do impeachment do ministro que mais trabalha para cortar as asas do demônio e do golpe contra as instituições democráticas. Isso porque o voto impresso já deu. Enquanto bolsonaristas se arvoram para tomar o espaço público no 7 de setembro, o governo de São Paulo já bateu o martelo de que a Avenida Paulista será dessa tropa de choque que toma nossas bandeiras verdes e amarelas de assalto.  Porque havia reivindicado o espaço antes dos demais. Melhor assim, menos riscos de combates, mortes e pretextos. Vai ser um picnic e tanto para deixar o pão com mortadela petista na saudade. Com o dinheiro arrecadado pelos apoiadores da soja e de setores evangélicos, manifestantes do repúdio à democracia terão direito a três refeições e os mais abastados a esta

Democracia é coisa nossa

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  Ontem citei aqui a técnica da “Janela de Overton”, tão usada por Bolsonaro. O desfile de tanques e os últimos depoimentos dos generais nada mais foram do que prévias do que se avizinha: o sonhado golpe.  Já o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes e o já anunciado de Luís Roberto Barroso são chamas para inflamar os seguidores. E assim segue o país, aos trancos e barrancos, sob os permanentes solavancos fabricados pelo presidente.  Isto posto, resta a dúvida: quem banca essa movimentação subversiva? A resposta está no Intercept, que passou as últimas semanas atrás dessas pistas. Eles chegaram a um dos grupos mais ricos do país: o do agronegócio de Antônio Galvan, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja. “O agro é pop, o agro é tech, o agro é tudo. Agora o agro também é golpe”, crê o site. O mesmo Galvan  que aparece com o cantor Sérgio Reis no vídeo pregando a tal greve para pressionar o STF e o Congresso foi cotado para o ministério da Agricult

PGR resolve trabalhar

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  Após ser acusada de omissão ao sustentar que Bolsonaro não pode ser criminalizado por não usar máscara em locais públicos, a subprocuradora Lindôra Araújo parece que resolveu arregaçar as mangas. Isso às vésperas da sabatina que deve reconduzir o chefe, Augusto Aras, à sua segunda gestão como PGR, mesmo sem constar da lista tríplice.    Ou ela resolveu trabalhar, ou se envergonhou do papel que tem desempenhado, ou quer fugir da Justiça, ou tudo junto. Araújo enviou ao STF um Raio X das movimentações antidemocráticas, deu nome aos bois e mostrou que eles sabem muito bem o que acontece. Só que até então não faziam nada. Por quê será? Começa pela live “Vamos fechar Brasília”, de 7 de julho, onde Marcos Antônio Pereira Gomes usa como pretexto a greve dos caminhoneiros que pararia o país para incitar seus seguidores a invadirem o STF e o Congresso. Manda “partir pra cima” dos senadores Omar Aziz e Renan Calheiros.    Já em 25 de julho, ela cita reunião de 20 pessoas em um hotel em

Tentáculos de Bolsonaro

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  Senadores reagiram à arapuca armada por Bolsonaro. Pela primeira vez, eles pedem ao STF investigação sobre o PGR pelo óbvio, omissões em relação à função que lhe cabe: acusar o presidente da República. A inação de Augusto Aras se deve à esperança de ser indicado ao STF ou, ao menos, reconduzido ao cargo.  Pergunta que não quer calar: com quê argumento o Senado poderia aprovar tal recondução na sabatina dessa próxima terça-feira? Essa não seria a única chance de afastar esse vaso ruim de cargo tão essencial à democracia? Ontem Aras encontrou-se com os senadores que lideram a CPI da Covid e lançou uma isca: se disse aberto a encaminhar as denúncias contra o presidente que virão no relatório final. Desde que seja reconduzido ao cargo. Se continuar, ele já não teria motivação para puxar o saco de Bolsonaro. Podre. Enquanto isso, ao invés de cumprir a ameaça de abrir um processo de impeachment contra os ministros do STF, Bolsonaro preferiu brincar de soldadinho na Operação Formosa, on

7 de setembro: nitroglicerina pura

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O 7 de setembro promete. A oposição decidiu espaçar mais os movimentos Fora Bolsonaro e marcou essa data para a próxima manifestação. O presidente, por sua vez, é um poço de contradições em relação ao feriado da Independência.  Quando transferiu sua cortina de fumaça do voto impresso ao impeachment dos ministros do Supremo – irado com a prisão de Roberto Jefferson e ao saber do encontro entre o vice, Mourão, e Luís Roberto Barroso - , convocou seus seguidores às ruas “em contingente absolutamente gigante”. Ao mesmo tempo, partiu dele a ordem para cancelar o desfile, conforme disse o ministro Braga Netto em audiência na Câmara, assim como em 2020, "em virtude da pandemia". Diga-se de passagem, a variante Delta avança...  O fato é que a convocação simultânea das duas falanges inimigas - é o que nos resta nesses tempos de ódio – já acendeu o sinal vermelho em São Paulo. Os grupos rivais disputam o mais cobiçado espaço do país, a Av. Paulista, embora os atos da oposição ocor

A podridão impera

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  Minions enchem a boca para se referir às Organizações Globo como “Globolixo”. Pois bem, ela está entre as emissoras de TV aberta que não embolsaram propina da gestão Bolsonaro. Conforme o Intercept, foram desembolsados entre 2019 e 2020 R$ 4,3 milhões para fazer propaganda do governo entre artistas da Band, Record, SBT e Rede TV!. Segundo o jornal O Dia, os documentos que indicam os pagamentos constam da relação de 263 notas fiscais da Secom já nas mãos da CPI da Covid.  Além de promoverem o comando Bolsonaro, as emissoras simpáticas ao presidente também embolsaram propina para transmitir entrevistas exclusivas. O Instagram cita os programas de Luiz Datena – como se sabe, pré-candidato à presidência pelo PSL -, na Band, e de Sikêra Júnior, na Rede TV!. A justificativa para o investimento de R$ 4.846.601,72 pelas tais 263 notas fiscais seria "pagamento de cachê". Das 139 analisadas pelo site, juntas, somavam o valor de R$ 4,3 milhões. A Rede Globo e afiliadas não const

Cabul não é aqui

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  Cena 1 . Após a atabalhoada saída dos americanos, os talibãs recuperaram 18 cidades do Afeganistão e acabam de reconquistar, também, a capital, Cabul. Os próprios rebeldes não imaginavam que seria tão fácil: o presidente Ashraf Ghani simplesmente fugiu. Embora acenem com promessas de ordem, de não atacar civis ou entrar em suas casas, os afegãos, sobretudo as mulheres, sabem bem como a vida vai ficar daqui para a frente. A cultura ocidental será banida, as mulheres obrigadas a se esconderem atrás das burkas, impedidas de trabalhar ou ir à faculdade e as meninas serão proibidas de estudar. As solteiras deverão ser oferecidas aos combatentes. Casos assustadores como o de Malala, atingida por um tiro na cabeça quando ia para a escola, podem voltar àquele cotidiano. O fundamentalismo religioso passará a dominar a vida, em incontrolável retrocesso. A vacinação já foi proibida na província de Paktia e deve ser estendida a todo o país. Será que eles pretendem atuar dentro das quatro lin

Bolivarianismo de Bolsonaro

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  O enriquecimento ilícito na compra de vacinas contra a Covid – majoritariamente por militares - tem uma explicação bem simples. Como se sabe, os postos chave ocupados por técnicos civis foram substituídos pelos fardados que pouco, ou nada, entendem do assunto. O conhecimento deles vai na direção contrária: matar. O que veio à tona com a CPI da Covid, na verdade, se repete em vários segmentos do país, como na Cultura, onde civis foram trocados por mais de seis mil militares. O Ministério da Saúde, conforme Miguel Lago, do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde, é só a ponta do iceberg. Dolorosamente visível nos quase 570 mil mortos pela pandemia. “Quando cargos técnicos desenhados para receber civis especializados são ocupados por servidores não especializados, e quando estes se tornam ordenadores de despesas, abre-se um ambiente favorável à má qualidade de gestão, falta de transparência e tráfico de influência”, sustenta. O especialista compara o atual cenário brasileiro ao

Abaixo a venda do MEC!!!

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  Quem dá mais? Não se trata de uma feira livre que oferece frutas, legumes ou peixe fresco. E sim do Palácio Gustavo Capanema, ícone da arquitetura moderna brasileira, também conhecido como MEC. Localizado no Centro do Rio, foi sede do Ministério da Educação e Saúde Pública. Não é de se espantar, porém, para esse governo que não dá a mínima para a Saúde e muito menos para a Educação e a Cultura, que o prédio, tombado pelo Iphan, está entre outros 2.236 imóveis que serão leiloados pela União. O anúncio está previsto para o próximo dia 27. Dá para acreditar? A notícia assombrou a comunidade arquitetônica brasileira e internacional, que já se unem contra a criminosa iniciativa. O processo de tombamento nº 375 – T48 foi aberto por Alcides da Rocha Miranda que, em correspondência de 3 de março de 1948, justificou assim a proposta: trata-se “da primeira edificação monumental, destinada a sede de serviços públicos, planejada e executada no mundo, em estrita obediência aos princípios da