Digitais de Flávio na compra de vacinas

O mesmo senador que comprou uma mansão em Brasília por mais de R$ 6 milhões e que teve até loja de chocolates Kopenhagen para lavar o dinheiro ganho no esquema das rachadinhas, também teria suas digitais em operações nebulosas para aquisição de vacinas. 

No caso, da Vaxxinity, ainda em fase de testes e sem aprovação por nenhuma autoridade sanitária do planeta.

Segundo a IstoÉ, este foi um dos assuntos tratados por Flávio Bolsonaro em sua viagem aos EUA em junho último. As informações, já nas mãos da CPI da Covid, têm os mesmos moldes de esquemas já identificados pelos senadores, de companhias desqualificadas, interesses escusos e empresários duvidosos, muitas vezes ex-militares.

Em 8 de junho o gabinete do 01 recebeu seguinte e-mail de Stelvio Bruno, dono de uma pousada em Itacaré, na Bahia:  "(...) Solicitamos reunião entre o senhor e a Vaxxinity nos EUA ainda hoje ou amanhã (ou enquanto estiver nos USA). Oportunidade para o governo obter preferência para solicitar a reserva de lote de vacinas com negociação prioritária.”

No dia seguinte, a mensagem teria sido encaminhada pela funcionária do gabinete de Flávio, Branca de Neves (só faltaram os 7 anões) ao secretário executivo do ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, substituto do coronel Élcio Franco, investigado na CPI. O texto pede análise para “eventual interesse” na compra da vacina. 

Em nota à revista, o 01 negou encontro com representantes da Vaxxinity em sua viagem aos EUA em junho, ou ter intermediado contato entre a fabricante e o Ministério da Saúde. Já o ministério da Saúde confirmou os contatos com a Vaxxinity, embora não tenha comprado as vacinas.

Outro vínculo entre Stelvio Bruno e Flávio seria coronel da reserva do Exército Gilberto Gueiros. Velho conhecido do clã, Gueiros também seria diretor da Malague Comércio Ltda, no Centro do Rio, especializada em distribuição de equipamentos hospitalares, ao lado de Bruno.

E, como se sabe, o ministro João Otávio Noronha, do STJ, outro amigo da famiglia, suspendeu a investigação contra Flávio, Fabrício de Queiroz e outros 15 investigados no esquema das rachadinhas. Sinal livre para as futuras e novas investidas do próspero senador.