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Mostrando postagens de julho, 2021

A volta da CPI da Covid

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  Nessa próxima terça-feira a CPI da Covid volta à cena. Conforme o senador Omar Aziz, o general Braga Netto será convidado a depor, ainda sem data marcada. “O que não dá é ele achar que pode nos intimidar. Esquece.” “O general tenta envolver as Forças Armadas como se nós, eu pessoalmente, tivesse falado delas. Não. Eu o cito, como coordenador, um zero à esquerda, que não salvou ninguém”, afirma o presidente da CPI no Canal MyNews. Três questões já estão comprovadas pela CPI: os crimes contra a vida e sanitário e a prevaricação. “Temos dados da Universidade do Rio Grande do Sul de que daria para evitar mais de 200 mil mortes caso o governo tivesse agido com o mínimo de competência” sustenta.         O que ele ainda nem sabia na tarde de ontem é que Maximiano, o presidente da Precisa, conseguiu adiar mais uma vez seu depoimento, previsto para esta terça-feira, quando devem ser ouvidos o reverendo Amilton e o advogado da Precisa, Túlio Silveira.” Na semana seguinte será a vez de

Circo de horrores

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  O circo de horrores está armado. Ciro Nogueira toca os malabarismos para conter os ânimos do  impeachment.  Arthur Lira doma vozes dissonantes com dinheiro a rodo do orçamento secreto, já a mágica de Ricardo Barros é segurar o tranco das vacinas superfaturadas. E as Forças Armadas? A essas alturas sócias do Centrão, pipocam aqui e ali sintomas de insatisfação. Afinal, ao que tudo indica, partiu delas a montagem do Frankenstein que, de insubordinado que ameaçou com atos terroristas por maiores vencimentos da tropa, tornou-se o candidato ideal para reconduzir as Forças Armadas ao poder. Sem golpe. E se nos subterrâneos do ministério da Saúde foi travada uma guerra surda por quem ficaria com o butim das vacinas superfaturadas, na administração da máquina os milicos perdem espaço para o Centrão, antes demonizado tanto pelo presidente quanto pelos generais.  Sobretudo pela turma do Haiti, que topa tudo o que seu mestre mandar. Hamilton Mourão acabou escolhido de última hora para vic

Declínio da sociedade falida

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Lembra aquela imagem do país do carnaval, da alegria e das belezas naturais? Esquece. Na pesquisa  Broken-System Sentiment in 2021 da  empresa Ipsos feita entre 19 mil participantes,de16 a 74 anos, em 25 países, os brasileiros lideram a sensação de declínio (69% para a média global de 57%) e de viverem em uma sociedade falida (72%, para 56%). Os números não surpreendem, diante do cenário crítico vivido pelo país durante a pandemia. Como tem vindo à tona na CPI da Covid, o negacionismo que, agora se sabe foi a cortina de fumaça para a aquisição das vacinas superfaturadas, causou um número de óbitos muito acima do que deveria ter ocorrido. Eleitores e não eleitores de Bolsonaro assistem atônitos ao cenário de um governo sem nenhum projeto ou que não seja o da reeleição. E, para isso, subverte todas as promessas de campanha, como se elas não passassem de acessórios, como de fato foram. O deslocamento do chefão do PP ao coração do governo abre espaço para a entrada em cena na CPI – ú

De trapaça em trapaça

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  Agora que já sabemos o que estava por trás do negacionismo de Bolsonaro – as negociatas levantadas sobre as vacinas pela CPI estão aí para explicar -, o estilo dissimulado e mau caráter do presidente volta à cena.  Exatamente como havia profetizado o ex-aliado Marcelo Ramos (foto), vice presidente da Câmara, Bolsonaro vetou o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, para aprovar o de R$ 4 bilhões. O valor é mais que o dobro dos R$ 1,7 bilhões de 2018. Ok, a inflação voltou, só que não nessa ordem de grandeza.   Assim como fez com as vacinas, o capitão manipulou a aprovação para ficar bem com o Centrão. Afinal, quem havia decidido pelos R$ 5,7 bilhões foram aliados de Bolsonaro e seus filhos. Só que pegava mal demais. 6 bilhões. Algo semelhante à casa de R$ 6 milhões adquirida pelo 01.  E o que tornou Ramos inimigo foi Bolsonaro tê-lo responsabilidade pelo valor abusivo, porque ele apenas dirigiu a sessão que ratificou a decisão. A decisão não era de Ramos, e sim da turma do próprio p

Evangélicos: "Bolsonaro veio para roubar"

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  Os evangélicos têm sido uma das bases de apoio a Bolsonaro? Foram. Isso é o que demonstra o manifesto subscrito por mais de 40 associações evangélicas, que abandonaram o governo. De mala e cuia. Leia abaixo trechos do documento lançado na quinta-feira 22 e reproduzido pelo site 247:   “Em Jesus, vemos a valorização da vida, e vida em abundância.   (...) Ele deixou evidente a valorização da vida e dignidade humana como cernes da vontade divina e alvo maior de sua vida e ministério. Na contramão, vemos o (des)governo de Bolsonaro como um agir maligno, que já permitiu a morte desnecessária de mais de meio milhão de irmãos e irmãs em nosso querido Brasil. Bolsonaro nega o auxílio emergencial de R$ 600 ao combate à fome e socorro dos mais pobres – mas concede bilhões de reais ao parlamento via emendas parlamentares; ignorou 101 e-mails da Pfizer, que poderiam ter feito do Brasil um exemplo mundial de vacinação em massa.  Comprou insumos superfaturados para produção de cloroquina – s

Londres: impeachment por crime ambiental

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  Se em junho a Inglaterra se destacou no seu Fora Bolsonaro – pela projeção na Torre de Londres propondo “Jail Bolsonaro”, prisão na tradução, com sonoridade de Jair –, nesse último sábado não foi diferente. Dessa vez, a projeção foi no Palácio de Westminster, sede do Parlamento inglês que, além de pedir a prisão do presidente, o chamava de “criminoso ambiental”. Os manifestantes do grupo britânico  Projections on Walls  voltaram a usar o termo “The Hague”, ao lado de “Divest  & Jair Bolsonaro”, em referência ao Tribunal de Haia, na Holanda, a corte internacional que julga possíveis responsáveis por genocídios e massacres.  Como se sabe, já foram encaminhados ao Tribunal Internacional processos sobre a destruição das florestas e dos povos indígenas promovidos pelo atual governante brasileiro. A projeção mostrava ainda que Bolsonaro “está queimando a Amazônia e matando povos indígenas”. Já o verbo “ divest ” também significa “ tirar algo de alguém ”. No caso de figuras públic

Brasil lidera ultraconservadorismo

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  Ao fim do governo Trump, adivinhem quem foi o país eleito para assumir a ofensiva internacional ultraconservadora? Acertou quem disse Brasil. Em janeiro, funcionários do alto escalão de Trump enviaram mensagens aos cerca de 30 países que integram a Declaração de Genebra, indicando Bolsonoro como destino dos projetos da Casa Branca. O presidente brasileiro lideraria internacionalmente as ações para influenciar as tomadas de decisão por órgãos como OMS e ONU, entre outros. A atribuição consta do e-mail enviado a colaboradores por Valerie Huber, que respondia por temas de saúde feminina na gestão Trump. E adivinhem com quem ela costurou a coalisão no Brasil? Acertou quem disse Damares Alves, a mulher que viu Jesus na goiabeira. Em nome da defesa da religião, da família, da moral e dos bons costumes, Huber ofereceu-se para coordenar essa “conexão histórica”. Será que ela chegou a saber que Damares teve um caso com um pastor casado?     O mais recente encontro do seleto grupo ocorre

Hora de reagir à nossa tragédia

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  Como sempre acontece, toda vez que Bolsonaro se sente acuado o Brasil vive emoções fortes.  O interessante é que a ameaça feita pelo general Braga Netto, no mesmo 8 de julho em que Bolsonaro declarou que não haveria eleições em 2022 se as urnas forem eletrônicas estremeceu mais o país que a fala do desacreditado capitão. Com a ascensão de Ciro Nogueira à Casa Civil, por sua vez, os militares foram raquetados do tabuleiro do poder. Como se sabe, o general Luiz Eduardo Ramos sequer foi avisado de seu rebaixamento.  Isso quando a CPI descobre que as negociatas com vacinas eram divididas entre o Centrão e os milicos. Parece que só os primeiros subirão ao Olimpo. Todos acompanharam o sincericídio de Bolsonaro ao assumir ser do Centrão e ter nascido lá. O que poucos devem ter se dado conta é que ao passar a faca e o queijo para a mão desse grupo (são aproximadamente 200 parlamentares), o presidente assinou o que foi chamado pelo Poder360 de “contrato de semipresidencialismo rústico”.

Hora de ir para a rua!

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“Um homem sem juízo e sem noção/ não pode governar essa nação”, é o refrão de “Desgoverno” (de Zeca Baleeiro e Joãozinho Gomes), reagge que vai embalar o Fora Bolsonaro deste sábado 24.  Se os mais de 540 mil mortos fossem enfileirados, formariam uma distância de uma vez e meia entre a Terra e a Lua. O Brasil tem um remédio para estancar o morticínio: Impeachment já!, propõe a canção. Estarei lá (todos mascarados e munidos de álcool gel) e espero ser parte de uma multidão. No Rio, o encontro continua a ser no Monumento de Zumbi (Av. Presidente Vargas), a partir das 10h (pena que os organizadores não transfiram o ato para a Candelária, um ponto de partida mais aglutinador em direção à Cinelândia). Dia 12 de setembro será a vez dos movimentos de direita MBL e Vem Pra Rua, os mesmos que ajudaram a derrubar Dilma Roussef. Pena também que esquerda e direita não se casem, em nome do impacto provocado pelo volume de gente que não aguenta mais esse (des) governo. Talvez mais adiante. Isso pos

Dique contra o impeachment

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  Os escândalos que surgiram com a CPI da Covid, a perda de popularidade de Bolsonaro e o crescimento dos protestos de rua contra o governo já têm um efeito colateral:  A próxima nomeação de Ciro Nogueira para a Casa Civil. Como diz o Antagonista, não se trata de mini reforma ministerial, e sim de um dique para conter o impeachment . Até o titular da pasta, o general Luís Eduardo Ramos, foi pego de surpresa. Nesse mesmo embalo será recriado o ministério do Trabalho para alojar Onyx Lorenzoni, na retirada de uma costela da Economia.  Se Paulo Guedes também foi pego de surpresa não se sabe, já que ele, que sempre reclama ao perder poder, festejou a mudança como capaz de criar empregos. E a denúncia sobre as vacinas levada a Bolsonaro pelos irmãos Miranda não teria envolvido apenas Ricardo Barros, como o próprio Ciro Nogueira e Arthur Lira. O que ajudaria a entender por que – independente do seu grau de envolvimento – o presidente não levou a denúncia à PF, como prometeu. O quadro

Agruras da democracia fardada

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  Muito antes dos mero mortais prestarem atenção em Bolsonaro, ele já se movimentava pelos bastidores dos quartéis para se oferecer como uma alternativa viável de direita (batizada por alguns de "idiota útil"). Hoje são pelo menos 6.157 fardados na administração do país.   “As Forças Armadas servem tanto como base política-eleitoral para o governo Bolsonaro, mas também como instrumento de intimidação da oposição”, argumenta com o El País o cientista político Octavio Amorim Neto , da FGV. Já foram gastos o equivalente a R$ 86,8 bilhões em privilégios, a saber, benefícios na reforma da Previdência , reajuste salarial de 13% (5% acima dos demais) e comissionamentos aos militares que integram conselhos administrativos de estatais, entre outros mimos. Os PMs dos 26 estados brasileiros também são bajulados e poderiam acatar Bolsonaro, ao invés dos governadores. Só esses dois contingentes seriam um apoio crucial a um golpe do presidente. Enquanto a PM tende a seguir o mais for

Terceira via entra na guerra

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  Como se sabe, há espaço para uma terceira via presidencial entre os que não querem votar em Lula ou em Bolsonaro. Ao menos nove partidos – MDB, DEM, Solidariedade, PV, Podemos, PSL, Cidadania e Novo – que investem na alternativa à polarização em 2022 já formam um grupo de WhatsApp com esse objetivo. Os integrantes pretendem a união dos nove em torno do nome mais competitivo antes da disputa do primeiro turno. Na mais recente pesquisa do Datafolha, o único candidato que aparece até agora com intenções de voto é Ciro Gomes. O PDT, seu partido, contudo, não faz parte do tal grupo. Uma das apostas mais consolidadas é a do MDB em torno do nome da senadora Simone Tebet. Segundo Baleia Rossi, o partido lança até o fim de agosto o documento “Ponto de Equilíbrio”, costurado pela Fundação Ulisses Guimarães. Segundo Baleia Rossi, Simone Tebet será o nome favorito para defender esse projeto, como afirmou ao UOL. Apesar do  destaque da senadora na CPI, o partido não pretende misturar esse d

Lobistas da destruição

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  Que o desmatamento e as invasões de terras indígenas aceleraram nesse governo não é novidade. O que impressiona são os nomes que fazem o lobby dos garimpeiros em Brasília, apurados pelo Repórter Brasil:  Hamilton Mourão, os ex-presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, os ministros Augusto Heleno, Bento Albuquerque e Onyx Lorenzoni, o ex, Ricardo Salles, além de outros deputados, senadores e empresários. O resultado dessas alianças se fazem sentir, por exemplo, na reserva Mundukuru, às margens do Tapajós, rio que vai do Mato Grosso ao Pará. Tanto Mourão quanto Heleno devem ser impregnados da ideologia militar, na qual o que vem em primeiro lugar na democracia é a segurança nacional, em segundo o desenvolvimento e por último, o voto. Claro que o lobby encontra as porteiras abertas neste governo favorável ao garimpo em terras indígenas. Com o respaldo, os garimpeiros atacam indígenas e ativistas e ficam impunes. Até o ministério da Saúde se vê obrigado a rec

Extrema-direita militar em ação

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  Os sucessivos chiliques golpistas de Bolsonaro aparentemente apoiados pelo Grupo do Haiti (generais Villas Boas, Mourão, Braga Netto, Ramos e Heleno) têm outros aliados fardados, com objetivos distintos.  Nasce nas entranhas da extrema direita   o “Concepção do Projeto Nação", documento de 11 páginas criado pelo general Valério Stumpf Trindade (foto abaixo), comandante militar do Sul. Propõe, já para 2021, o estímulo a uma candidatura presidencial própria. A pedido de Stumpf, um coronel distribuiu essa semana um e-mail para dar a largada ao tal projeto, que pretende "criar condições objetivas para o Brasil proporcionar um futuro de justiça e felicidade ao povo brasileiro. " Trata-se de um plano de governo para o país, de militares da ativa e de institutos privados que pertencem a militares." Os pais da ideia são também o general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva e Thomas Korontai, ex-candidato à presidência em 2018 – entre suas promessas estava a extinção do M

Se ficar o bicho come, se correr, ele pega

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  Nesse momento em que a indignação segue aos píncaros, quando se vê Pazuello negociando a Coronavac pelo triplo do preço - embora dissesse na CPI que ministro não negocia vacinas -, se você é daqueles que não aguenta mais a incompetência e desonestidade desse governo, saiba que já existe um projeto para eliminar o monopólio do presidente da Câmara para decretar o impeachment. A deputada Adriana Ventura, do Novo-SP além de outros parlamentares da sigla, apresentaram o chamado projeto de resolução (PRC), que daria a Arthur Lira um prazo total de 60 dias para responder aos 130 pedidos de afastamento que descansavam em sua gaveta desde o último dia 13. O pedido contra o presidente já poderia começar a tramitar ao receber o apoio da maioria absoluta (257) dos deputados. Alguns desses pedidos foram desconsiderados por problemas técnicos. A maioria, porém, aguardava um despacho de Lira que, assim como o PGR, joga a favor de Bolsonaro. Assim como a proposta já era defendida por partidos