Agruras da democracia fardada

 


Muito antes dos mero mortais prestarem atenção em Bolsonaro, ele já se movimentava pelos bastidores dos quartéis para se oferecer como uma alternativa viável de direita (batizada por alguns de "idiota útil"). Hoje são pelo menos 6.157 fardados na administração do país.

 “As Forças Armadas servem tanto como base política-eleitoral para o governo Bolsonaro, mas também como instrumento de intimidação da oposição”, argumenta com o El País o cientista político Octavio Amorim Neto, da FGV.

Já foram gastos o equivalente a R$ 86,8 bilhões em privilégios, a saber, benefícios na reforma da Previdência, reajuste salarial de 13% (5% acima dos demais) e comissionamentos aos militares que integram conselhos administrativos de estatais, entre outros mimos.

Os PMs dos 26 estados brasileiros também são bajulados e poderiam acatar Bolsonaro, ao invés dos governadores. Só esses dois contingentes seriam um apoio crucial a um golpe do presidente. Enquanto a PM tende a seguir o mais forte, “as Forças Armadas terão de decidir se agem dentro da legalidade e rompem com Bolsonaro”, avalia Neto.

Para o ex-ministro da Defesa e das Relações Exteriores, Celso Amorim, a discussão se restringe a alguns generais da reserva. “Por mais que boa parte da tropa concorde com as ideias do presidente, ela vai contra o que pensa o Alto Comando do Exército. Ela não vai ultrapassar essa linha”, defende.

Como se sabe Bolsonaro – assim como Trump – inventou o risco de fraude para 2022 com a mesma urna eletrônica que o elegeu. E, enquanto distrai a opinião pública, muda leis e atos que independem do Congresso. 

Disse a jornalistas estrangeiros que não há fome no Brasil, quando 5,2 milhões de brasileiros vivem essa situação. Nesse mesmo dia, promoveu um revogaço de 324 atos administrativos – outra das fontes de erosão da democracia neste governo que permitiu, por exemplo, a ampliação de vendas de armas no país.

Assistimos, enfim, a corrupção travestida de negacionismo e a inédita destruição de nossas florestas em meio à existência de um robusto grupo de simpatizantes armados. Sinistro.

E se o presidente da Câmara mantém na gaveta 126 pedidos de impeachment, o vice, Marcelo Ramos, pediu cópia de todos. Nada a ver com patriotismo. Se tiver de assumir o lugar de Arthur Lira, abri-lo será sua vingança por Bolsonaro tê-lo responsabilizado pelo fundão eleitoral de R$ 5,7 bilhões.

Ao mesmo tempo, quem gostaria de ter como presidente um general que viaja para Angola às nossas custas para defender os interesses da Igreja Universal?


Comentários

  1. Marlene Alves

    Que venha o impeachment
    Aposto em impeachment para setembro

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  2. Beatriz Coelho Silva
    Só a esquerda brasileira - petistas e seus penduricalhos - não percebeu como o coiso crescia eleitoralmente. Na sua arrogância, debochava dele. Ainda debochava. Porque é privilegio dele não reconhecerem e repetirem o erro.

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  3. Também acho que de setembro esse psicopata não passa, digo isso desde março.

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