Extrema-direita militar em ação

 

Os sucessivos chiliques golpistas de Bolsonaro aparentemente apoiados pelo Grupo do Haiti (generais Villas Boas, Mourão, Braga Netto, Ramos e Heleno) têm outros aliados fardados, com objetivos distintos. 

Nasce nas entranhas da extrema direita o “Concepção do Projeto Nação", documento de 11 páginas criado pelo general Valério Stumpf Trindade (foto abaixo), comandante militar do Sul. Propõe, já para 2021, o estímulo a uma candidatura presidencial própria.

A pedido de Stumpf, um coronel distribuiu essa semana um e-mail para dar a largada ao tal projeto, que pretende "criar condições objetivas para o Brasil proporcionar um futuro de justiça e felicidade ao povo brasileiro.

" Trata-se de um plano de governo para o país, de militares da ativa e de institutos privados que pertencem a militares."

Os pais da ideia são também o general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva e Thomas Korontai, ex-candidato à presidência em 2018 – entre suas promessas estava a extinção do MEC. 

Korontai lidera o Instituto Federalista, responsável, entre outras iniciativas, por disparos de fake news contra o voto eletrônico. 

A iniciativa se fortaleceu com a adesão do general Villas Boas, que ameaçou o SFT se fosse dado um habeas corpus a Lula em 2018. Bolsonaro atribui ao general sua eleição.

Fã do torturador Brilhante Ustra, Rocha Paiva assinou em 8 de março o texto “Aproxima-se o ponto de ruptura”, em seguida ao ministro Fachin ter retirado os processos de Lula de Curitiba. É ele o principal responsável pela “Concepção do Projeto de Nação” que, além de propostas sem pé nem cabeça, foca na sucessão presidencial. (Fonte: Intercept)

Na medida em que a CPI tem revelado o que o senador Omar Aziz chama de “lado podre” das Forças Armadas - como se sabe, alvo de reação desproporcional do ministério da Defesa -, a ameaça é mais um sinal de alerta para o país que a cada dia convive com uma nova bravata contra a democracia.

Algo que tem sido repetido por cientistas políticos e jornalistas é até quando os militares não bolsonaristas vão admitir distorções não apenas como esse obscuro projeto, como a ação de coronéis corruptos que denigrem as Forças Armadas, envolvidos com o superfaturamento de vacinas. Algo definitivo para o morticínio que se abate sobre o país.

Assim como em qualquer setor, também existe corrupção nas Forças Armadas e nossas instituições precisam se proteger contra os riscos a que estamos a cada dias mais expostos.