Cabul não é aqui

 


Cena 1. Após a atabalhoada saída dos americanos, os talibãs recuperaram 18 cidades do Afeganistão e acabam de reconquistar, também, a capital, Cabul. Os próprios rebeldes não imaginavam que seria tão fácil: o presidente Ashraf Ghani simplesmente fugiu.

Embora acenem com promessas de ordem, de não atacar civis ou entrar em suas casas, os afegãos, sobretudo as mulheres, sabem bem como a vida vai ficar daqui para a frente. A cultura ocidental será banida, as mulheres obrigadas a se esconderem atrás das burkas, impedidas de trabalhar ou ir à faculdade e as meninas serão proibidas de estudar.

As solteiras deverão ser oferecidas aos combatentes. Casos assustadores como o de Malala, atingida por um tiro na cabeça quando ia para a escola, podem voltar àquele cotidiano. O fundamentalismo religioso passará a dominar a vida, em incontrolável retrocesso.

A vacinação já foi proibida na província de Paktia e deve ser estendida a todo o país.

Será que eles pretendem atuar dentro das quatro linhas da Constituição afegã?

Cena 2. Após Bolsonaro assumir a presidência, passamos a conviver com pregações pela misoginia, o fim do aborto até em casos de estupro; ataques a minorias como homossexuais, negros e índios; incentivo ao desmatamento e desmonte da Cultura – agora simbolizado pela venda do Palácio Capanema -; culto às armas e negação à Ciência.

Esta última, tem seu exemplo máximo no desdém às vacinas, que a CPI da Covid tem mostrado ser motivado pela corrupção e negociatas. E, se os talibãs chegaram sem pressa, comendo pelas beiradas, por aqui o ritmo se intensifica, na medida em que crescem os problemas reais, sempre camuflados pelas cortinas de fumaça criadas pelo capitão.

Na medida em que o presidente sente o cerco se aproximar – Carluxo, o 02, pode ser a bola da vez após Roberto Jefferson, porque ambos figuram do mesmo inquérito de fake news - ele fala agora em "contragolpe".

Segundo o site Metrópoles, Bolsonaro compartilhou por zap o manifesto golpista “Ativistas direita volver”. No documento, ele pede a volta do povo às ruas “em contingente absolutamente gigante” para que dê um contragolpe em reação ao que chama de "golpe em andamento pelo Poder Judiciário, esquerda e todo um aparato de interesses escusos”.

Interesses escusos, diga-se de passagem, são todos aqueles contrários aos seus. Cabul é aqui? Não. Aqui, os brasileiros ainda estão majoritariamente fechados com a democracia.

Comentários


  1. Itacolomy Pires
    Enquanto isso, na Brasiléia do Norte, nação sem povo e não alinhada com nenhum país do mundo mas muito próxima à Venezuela, o Talibãsonaro, um GENOCIDA psicopata, que também não gosta de mulher, se prepara para SE EXPLODIR A PORRA TODA.
    Imagem de Bolsonaro como homem bomba

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  2. Arnaldo Moreira
    Pra lá caminharmos. Kkkkkkkk
    Boa comparação

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