A força das estátuas equestres
A imponência de D. João VI na Praça 15
Houve tempos em que o fino do marketing era uma estátua equestre. Tempos ancestrais. O Rio guarda, contudo, dois exemplos que não apenas confirmam a máxima, cujo trabalho seria infinitamente maior que o de uma campanha publicitária, como se mostram fora de lugar.
Houve tempos em que o fino do marketing era uma estátua equestre. Tempos ancestrais. O Rio guarda, contudo, dois exemplos que não apenas confirmam a máxima, cujo trabalho seria infinitamente maior que o de uma campanha publicitária, como se mostram fora de lugar.
A praça,
antes chamada de Largo do Paço, que ganhou o nome da data da Proclamação da República,
em 15 de novembro de 1889, deveria ostentar a imagem do marechal Deodoro da
Fonseca (1827-1892), responsável pelo golpe de estado que destituiu a
monarquia, montado naquele que com certeza deveria ser um garboso cavalo.
Contudo, a
estátua equestre no maior símbolo da nascente República é a do general Osório (1808-1879).
Além de monarquista, ele ascendeu a barão e visconde e tinha espírito liberal. Cedeu
o nome também à praça em Ipanema e não teve nada, absolutamente nada a ver com
a Proclamação da República, como poderia sugerir sua presença naquele nobre endereço.
Outra presença
que surpreende é a de D.João VI próxima à Estação das Barcas, também na Praça 15. Por muitos anos ela permaneceu quase que invisível sob a equivocada
perimetral, derrubada pela coragem do então prefeito, Eduardo Paes, ao
comprovar o quanto ela foi desnecessária e visualmente poluente naquele belo cenário.
D. João
estaria totalmente dentro do contexto, a não ser por só ter chegado ali em 1965,
quando a monarquia já era mais do que página virada. Foi presente do governo
português pelas celebrações do quarto centenário comemorado pela cidade naquele
ano. Teria sido um acesso de saudosismo das autoridades portuguesas, exercitando
essa tão expressiva palavra exclusiva do idioma lusitano? Nunca se saberá. Nem por
isso, deixa de impressionar o poder emanado pela imponente e poderosa figura,
capaz de convencer qualquer incauto de que ele seria a pessoa certa no lugar
certo.
Talvez uma
similaridade de potência seja a estátua de Carlos Magno (742-814),
primeiro imperador do Sacro Império Romano, em frente à Igreja de Notre Dame,
em Paris. Ele foi um herói da Idade Média, responsável pela
definição da Europa naquele conturbado período (476-1453).
Quem sabe
as estátuas equestres corresponderiam hoje à viralização nas redes sociais que,
aliás, nem mesmo nosso atual presidente é capaz de provocar, com sua
popularidade se esvaindo pelo ralo.
O General Osório errou de praça
Carlos Magno, herói medieval
Celina amo tua alma de jornalista q transparece nos teus textos , apuração , cultura , leveza , VIVA teu blog ! Vida longa a vc e a ele !!!!
ResponderExcluirFarei o meu melhor, prometo!
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