FHC e Lula juntos no 1º de maio


Após 31 anos, Fernando Henrique e Lula voltam a dividir um palanque. A boa notícia é do jornalista Ricardo Kotsho, sobre o encontro que vai marcar o próximo 1º de maio. Os políticos, que no passado chegaram a aproximar seus credos, acharam por bem que já é hora de voltar a juntar os trapos, em meio à sucessão de desatinos vividos pelo país sob o julgo de Bolsonaro. O populismo ao lidar com a pandemia, a adesão às manifestações pela volta da ditadura e a derrubada dos ministros da Saúde e Justiça numa hora dessas foram mais do que bons motivos para operar o milagre.
O último encontro da dupla ocorreu durante a campanha de Fernando Collor, o caçador de marajás derrubado pelo impeachment. Em 1978, porém, quando os dois egos ainda não entravam em choque, Lula chegou a fazer campanha por FHC na presidência.
Agora, as comemorações pela data dos trabalhadores não vão se limitar à dupla, unida às seis principais centrais sindicais brasileiras – CUT, Força Sindical, UGT, CBT, Nova Central e CSB - no palanque virtual para o qual também são esperados Ciro Gomes, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre e Flávio Dino, governador do Maranhão.
O perigoso desempenho de Bolsonaro à democracia serviu, pelo menos, para insuflar os ânimos da oposição, após tantos anos de imobilismo e apatia. E assim como os anos de chumbo motivaram alguns de nossos mais ricos arroubos de criatividade cultural – os exemplos são tantos que nem cabe aqui citá-los -, os atos que pregaram a volta do AI-5, entre outras barbaridades, foram o estopim para motivar essa adormecida mobilização.
A única pena foi ela não ter ocorrido antes das últimas eleições, para evitar que o Brasil fosse tomado por um desvairado capitão - agora pronto a praticar a velha política que tanto atacou, fazendo concessões a ícones da corrupção, como Roberto Jefferson e Valdemar da Costa Neto - e sua turba de seguidores, prontos a levar a população à morte, seja pelo estímulo ao uso de armas de fogo, seja pelo relaxamento da única vacina existente contra o coronavírus: o isolamento.


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