Novas luzes sobre a Covid-19


A Covid-19 não é uma doença respiratória, e sim, sistêmica. A conclusão está em casos recém publicados por médicos italianos, espanhóis e americanos, sobre a maneira como a doença ataca diferentes partes do corpo: no coração, causa infarto; no cérebro, provoca AVCs, além de padrões de lesões visíveis nos pulmões dos doentes. A nova linha de abordagem, já discutida entre especialistas e ainda desconhecida dos leigos, poderá conduzir a novas estratégias de tratar os infectados. 
A insuficiência respiratória é totalmente diferente do que se via até então, daí tratamentos tão diversos. As mais recentes descobertas mostram que a Covid-19 causa hipóxia, a falta de oxigênio no sangue, de maneira prolongada e progressiva. Como? Normalmente, a proteína hemoglobina carrega oxigênio e ferro dentro dos glóbulos vermelhos. Acontece que o vírus se liga a esses carregadores de oxigênio, provocando uma queda nos níveis deste oxigênio, que leva à falência dos órgãos. Isso poderia explicar por que os pacientes retornam ao hospital, depois de já ‘curados’. A provável causa é a hipóxia tardia, resultada dessa ineficiência em fazer uma boa oxigenação, e não por reinfecção pelo vírus, como se vinha cogitando.
No corpo saudável, quando o glóbulo vermelho passa pelo pulmão, ele se oxigena e fica pronto para levar o mesmo ao resto do corpo. O ferro, carregado dentro da hemoglobina, é super importante, porém, tóxico quando não ligado à hemoglobina. A porfirina, por sua vez, age como um container para que o ferro permaneça dentro da hemoglobina. Em seu ataque, as proteínas da Covid-19 se ligam e separam o ferro antes contido pela porfirina. Sem o ferro, a hemoglobina não consegue se ligar ao oxigênio e, sem isso, surge a hipóxia. O tratamento convencional de pneumonia ou da síndrome respiratória aguda que vinha sendo adotado, portanto, não resolve o problema, porque os pulmões estão bem. Ocorre que o sangue que lá chega não consegue se oxigenar, prejudicando o corpo inteiro.
Para compensar o quadro, o corpo infectado tenta produzir mais glóbulos vermelhos, já que os existentes estão lesionados. O ferro, por sua vez, começa a circular livremente pelo corpo e provoca inflamações, confirmadas pelas tomografias desses pacientes. Isso explica o comprometimento bilateral em todos os doentes, o que raramente acontece com pneumonias. Com as baixas taxas de oxigênio o fígado, por sua vez, tenta fazer uma limpeza, só que ele também está lesionado pela falta de oxigênio, e um dos sinais é o aumento da enzima alanina aminotransferase. É o segundo indicador de que o corpo está perdendo a batalha. Nessa fase, se a imunidade não ganhar a guerra contra o vírus os órgãos começam a falhar, independente do uso de ventilador. Só entubar não trata a raiz do problema.
As mais atuais conclusões dos especialistas indicam que o melhor cenário, por hora, é começar o tratamento precoce com as medicações disponíveis - hidróxicocloroquina, heparina, zinco e tamiflu -, desde que com indicação médica, para impedir que o vírus provoque estragos na hemoglobina e evitar o mais rápido possível a replicação viral.   
  

Comentários

  1. Estive em área de garimpo, a gente sabia que na região amazônica,há mais de 40 anos é comum o uso da Cloroquina e hidroxocloroquina. a antiga Sucam levava esses medicamentos para os locais onde haviam surto de malária. havia .Os contaminados tomavam para cura da doença e os que não estavam doentes tomavam como prevenção.O efeito da cloroquina é impedir o vírus de se "ligar" com as células do corpo. Muitos médicos já tem recomendado o uso no início do contágio por trazer melhores resultados. - eu me empanturrava de Água tónica ou tônica , um refrigerante que originalmente continha apenas água gasosa soda, açúcar e quinina.

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  2. Pois é, essa informação acaba associada aos seguidores de Bolsonaro, o que não sou!!! Acho que esses médicos admitem usar o que está à mão enquanto não se chega ao remédio específico.

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  3. Bom dia, Celina. Matéria muito esclarecedora no contexto médico. A cloroquina, nunca ninguém descartou que é um medicamento importante, o que sempre médicos e cientistas veem afirmando é que não pode ser autoministrada pois promove efeitos colaterais graves, como o Bozo alardeia e levou uma ruma de seguidores a esgotar o produto nas farmácias. Se a cloroquina tivesse esse simples efeito "receitado" pelo presidente, doutor da da mula russa, com absoluta certeza não morreriam tantos milhares. de pessoas pelo mundo. O planeta está ansiando pela descoberta de um remédio, uma vacina para controlar essa desgraça da Covid-19, entretanto, vamos usando o que há à mão para evitar a morte de tanta gente.

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