Quando a realidade supera a ficção

Guedes, único ministro de máscara
O presente que custou R$ 233,87 em impostos

Quando começamos a quarentena, início de março, eu e meu marido – idosos com respectivamente 63 e 65 anos – não tínhamos nenhuma máscara em casa. E claro que também não as encontramos nas farmácias. Há quatro anos meu marido começou a importar equipamentos de fast-food da China, negócio que despencou com a pandemia não por culpa dos chineses, mas dos bancos brasileiros que cobram juros extorsivos à empresa – que ainda mantém 20 empregados, sem nenhum capital de giro - pelos boletos não pagos pelos clientes.
No meio de março, Jack, um dos primeiros com quem ele começou a trabalhar - que virou seu amigo -, ofereceu-se para nos enviar 200 máscaras. Meu marido trabalha em São Paulo e só vem para o Rio nos fins de semana, e Jack postou as máscaras para o endereço comercial. Resultado: para receber a gentileza foram cobrados R$ 1 mil de impostos.
Lucy, outra amiga chinesa, se prontificou a nos enviar outras 150 máscaras, dessa vez para o endereço residencial, no Rio de Janeiro. Hoje o presente chegou aqui em casa pela bagatela de R$ 233,87 em impostos.
 Continuamos em casa. Muito pior, porém, é o que o governo faz em relação aos demais brasileiros, estimulados a sair para a rua enquanto a pandemia atinge números estratosféricos. E quando deveria estar totalmente voltado a combater o coronavírus, embarca em brigas políticas que derrubaram o Ministro da Saúde e da Justiça.
Pior de tudo foi o patético discurso de Bolsonaro se fazendo de vítima. Pior ainda, porém, foi ver a cabecinha do Ministro da Saúde, lá atrás, perdendo preciosos 50 minutos da tarde de um dia útil, quando deveria estar na linha de frente para evitar a morte em progressão geométrica de brasileiros. O detalhe bizarro foi Paulo Guedes – será ele o próximo a cair? –, único entre os demais ministros protegido por uma máscara, mensagem que, por sinal, deveria ser coletiva naquele representativo grupo em momento tão crucial. Guedes devia estar se defendendo da atmosfera nauseabunda daquele prenúncio de naufrágio. E ainda por cima de meias, sem sapatos!  
Nem Saramago seria capaz de criar trama tão surreal...   
O Brasil é o único país que cobra imposto sobre o frete


Comentários

  1. Não passa pela mente do Governo gemocida isentar de taxação material para nos ajudar a nos manter vivos.
    Genocídio também pode ser lucrativo, afinal de contas
    E, desculpe a minha ignorância em relação ao plantel. Quem á a única (e isolada) mulher da foto?

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    Respostas
    1. A ministra da Agricultura, outro desempenho competente q já começa a ser torpedeado. Nossa sorte é q Damares tb estava, mas nao dá pra ver!

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  2. Pois é........ Nenhum governante precisa fazer pronunciamento com um monte de figurantes atrás...... e na atual realidade pandêmica, sem máscaras!!!!!!! Ainda mais sendo esse o mais patético discurso (até esse minuto) uma vez que usou uma variante da palavra "escroto". É mesmo a "realidade do terror" superando uma incrível ficção.

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