"Inimigo que não faz barulho"

Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio
O Projeto Voz das Comunidades, criado em 2015 para dar voz às favelas, acaba de ganhar seu aplicativo, com notícias sobre o avanço da Covid-19, destaques como estatísticas - na última quarta-feira eram 607 casos e 174 óbitos em 13 comunidades, tão subnotificadas quanto no resto do país -, alertas sobre fake news, serviços e informações gerais. 
E nesse momento em que o Rio chora a morte a tiros por uma operação policial do jovem João Pedro,14 anos, dentro de casa em Itaoca, São Gonçalo, a edição de ontem do app trouxe o contundente texto da talentosa ex-colega de Viva Rio, Thaís Cavalcante, moradora do Complexo da Maré.
"De repente, fomos tomados por um inimigo que não faz barulho como os tiros, não deixa buraco nas paredes ou pessoas baleadas, mas mata tanto quanto. Até mais. Só que ninguém vê e isso diminui o problema que é a rápida transmissão (...) principalmente nas favelas e periferias do país. (...) A falta de cuidado está atrelada à consciência social, mas não só. Para famílias que não têm direitos básicos e historicamente lutam por eles há uma lista de preocupações e a principal é a falta de dinheiro, consequentemente de comida e outras necessidades básicas." Thaís enumera os problemas, cuidados, estatísticas, as parcas iniciativas públicas e conclui: "Viver na favela é estar exposto e ter a consciência dos riscos, e de tudo o que faz diferente esse contexto social de luta e vulnerabilidade." 
A intrépida Thais salta poça em foto de Rio Gandara
Iniciativa de René Silva, o app traz um panorama geral do que acontece entre as 763 favelas cariocas no Rio e seus aproximados dois milhões de moradores. O combate às fake news foi decisivo para atrair o patrocínio do consulado dos EUA. “Com o avanço do coronavírus nas favelas, percebemos que há muita desinformação e notícias falsas nas redes sociais", diz René, que direciona o app sobretudo aos que não sabem o que fazer durante a pandemia.
René Silva, o pai do projeto
Que o aplicativo consiga evitar mais mortes e aumentar a visibilidade às populações mais vulneráveis e necessitadas. Vida longa!










Comentários

  1. Beleza de iniciativa. Os favelados sempre foram esquecidos e agora não será diferente. Não entendo porque eles votam nos Crivelas da vida. Sem educação, eles sempre serão marginalizados, mas não é por culpa deles, eu sei. A culpa é conjunta do LULA/DILMA/CABRAL/WW/ PAES/CRIVELA. Presidentes, Governadores e prefeitos recentes.

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  2. Vida longa para o projeto e que possa cumprir seus bons propósitos.

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