Maconha & Covid-19


Enquanto o presidente considera serviços essenciais os salões de beleza e academias de ginástica, a Abrace – primeira e única instituição no país autorizada a cultivar e comercializar a maconha medicinal – foi afetada por uma liminar após a chegada do coronavírus. Além do risco de deixar na mão 4,6 mil pacientes com doenças como Parkinson, Alzheimer, psoríase, epilepsia refratária, síndrome de Tourette e auxílio no tratamento de alguns tipos de câncer e doenças raras, a instituição tem fornecido insumos aos pesquisadores envolvidos em estudos voltados ao combate da Covid-19.  
Conforme publicado no UOL, as quatro pesquisas que usam a cannabis para tratar a doença em andamento aguardam a certificação do comitê de ética. Para o farmacêutico Murilo Gouvêa, da Abrace, "está mais do que claro que os estabelecimentos de cannabis são serviços essenciais". Sem entrar em detalhes, ele aposta nos resultados de uma dessas pesquisas: "É um estudo com grande potencial, reflexo de uma visão promissora para os tratamentos relacionados à planta", disse, lembrando que há muitas pesquisas do gênero em desenvolvimento no mundo.
Com estufas e laboratório instalados em João Pessoa (PB), a Abrace tem encontrado caminhos para manter a produção, com escalas de trabalho, regime de home office e uso obrigatório de máscaras. “Muitos dos pacientes que usam os medicamentos têm patologias crônicas que precisam de tratamento contínuo", afirma Gouvêa. 
Murilo Gouvêa na estuda da Abrace
Por outro lado, o confinamento se tornou fator de ansiedade, o que pode ter levado mais norte-americanos a aumentar o consumo de maconha durante a quarentena. Pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia indica que 42% das pessoas que já faziam uso adulto (sem fins medicinais e terapêuticos) e afirmaram ter aumentado o uso. "A cannabis pode ser considerada adjuvante para terapias e enfermidades, além de provocar alterações no apetite, na indução do sono, na mudança do humor e no bem estar. E é menos nociva que o álcool", compara Renato Filev, que pesquisa o uso da planta em psiquiatria e neurologia desde 2008.
Por aqui, de origem e qualidade questionáveis, a maconha é a substância ilícita mais consumida. Conforme pesquisa de 2017 sobre o uso de drogas no Brasil, coordenada pela Fiocruz, 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já usaram cannabis ao menos uma vez na vida, enquanto 1,5% disseram ter consumido nos últimos 30 dias.



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