Procura-se um milagre


 

Fiquei estarrecida diante da pesquisa da Veja – insuspeita de agradar ao  bolsonarismo pelo fato de seus leitores majoritários, a classe alta, já ter abandonado esse barco – em parceria com o Instituto Paraná. Crava Bolsonaro na cabeça em 2022. Como assim, ele não será afastado antes disso pela sua sequência de atrocidades e, pior, ainda pode concorrer e ganhar as próximas eleições presidenciais?
No primeiro turno, o capitão só seria ameaçado pelo ex-presidente Lula, nome ficha suja que nem se sabe se poderá chegar lá (se é que a sujeira do clã não vai emergir antes disso). Já no segundo turno, contudo, Bolsonaro venceria todos os adversários, a saber, Sérgio Moro/Luiz Henrique Mandetta, João Dória e Luciano Hulk. Resta saber por que Flávio Dino, outro nome emergente, não foi sequer incluído.
Nada disso seria seria difícil de entender. Enquanto Dino se bate pela formação de uma frente progressista, o balaio de gatos da esquerda ainda está longe de chegar a um consenso para enfrentar a besta.
Essa semana o colunista Merval Pereira lembrou a traição política de Lula a Ciro Gomes, confirmada por Delfim Netto no Programa do Bial , que teria aberto as portas para a eleição de Bolsonaro. Ciro Gomes teria jantado com Fernando Haddad e este teria proposto uma chapa comum, deixando claro que não falava em nome de Lula. Em encontro com Delfim, Ciro ouviu a defesa da formação de ampla frente progressista de centro- esquerda. Foi cogitado o nome do jurista Joaquim Barbosa para vice, Ciro, porém, teria sugerido o de Haddad, já negociado.
Em outra coluna, Merval relata que Haddad admitiu sua tentativa de se aproximar do PDT, e que transmitiu a Ciro não apenas o respeito por seu nome, como chegou a admitir a futura chapa independente de quem estivesse na cabeça. A lua de mel, contudo, teria sido rompida ao Haddad cobrar a presença do PDT quando Lula estava para ser preso, já convencido de que a vitória de Trump nas eleições dos EUA levaria a um segundo turno no Brasil.
Ou seja, a tal frente está longe de acontecer. Enquanto isso Dino, ainda distante da projeção de um Haddad ou de um Ciro, tenta prosseguir na sua costura. “É essencial ampliar a audiência do pensamento progressista, o mais importante centro a ser alcançado. Para isso, quem tem a clareza dos seus propósitos não teme o diálogo com os diferentes”.
Será que mais uma vez a esquerda vai nos entregar de bandeja aos braços de Bolsonaro?    

Comentários

  1. Acho que vai, mais uma vez pela vaidade do Lula

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  2. Se continuarmos assim , sim !
    Inclusive com Crivela ,na Prefa, do Rio !
    Freixo abriu para toda esquerda trazer um nome de consenso e já temos 3 nomes fracos ! Grrr

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