República das milícias bolsonaristas





A origem de Fabrício de Queiroz, sua relação com Adriano da Nóbrega, líder do Escritório do Crime eliminado pela polícia da Bahia e seus elos com o clã Bolsonaro é trocada em miúdos por Bruno Paes Manso, o jornalista que acaba de lançar “República das Milícias, dos esquadrões da morte à era Bolsonaro" (Todavia).

A partir de entrevistas com ex-milicianos e traficantes, Manso levanta como nasceram as milícias no Rio, que hoje ocupam 57% do território do estado, conforme o recém divulgadoMapa dos Grupos Armados do Rio”. Crescimento, por sinal, respaldado pelo 18° BPM, de Jacarepaguá, bairro onde esses grupos se expandiram, a partir do modelo de Rio das Pedras.

 

Fabrício de Queiroz, que também foi motorista do vice, Hamilton Mourão, é cria do 18° BPM. E foi Bolsonaro, de quem ele era amigo nos anos 1980, no Exército, quem sugeriu sua entrada na polícia. A partir de 2003, ele começa a trabalhar no batalhão e fica amigo do então tenente Adriano da Nóbrega, um dos maiores bandidos da história moderna do Rio.  Ambos eram intimamente ligados ao gabinete do futuro presidente do Brasil.

“Flávio, um garoto inexperiente, criado na Tijuca, entra na política aos 22 anos. Ele aproveita o prestígio do pai e Queiroz passa a ser o homem de confiança de Bolsonaro para cuidar do mandato do filho, até ser contratado para o gabinete, em 2006”, lembra o autor. Nesse contexto, não é difícil imaginar de onde vêm a prática das rachadinhas, a compra em série pelo clã de imóveis em espécie e por que Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da primeira-dama .

Adriano da Nóbrega é preso após matar uma testemunha em Parada de Lucas, que denunciaria a extorsão praticada pelo grupo de policiais que ele comandava.  Na prisão, ele começa a ser o RH de matadores e nasce o Escritório do Crime, associado à contravenção, na guerra travada entre os filhos pelo espólio dos pais. A polícia e os investigadores de homicídios fecham os olhos para essas mortes.

Em 2006, Flávio contrata a mulher de Nóbrega para seu gabinete. Em 2016, a mãe do miliciano também é contratada. Flávio condecora o assassino, cuja fama no mundo do crime era mais que conhecida, a Medalha Tiradentes, maior honraria concedida pela Câmara estadual, quando ele estava preso por homicídio e não pode receber a condecoração pessoalmente. Um aval de que, independente de qualquer circunstância, estaria do seu lado para apoiá-lo. 

Os fatos, que incluem o assassinato de Marielle, até hoje não desvendado, são conhecidos e convenientemente esquecidos com a blindagem conquistada pelo presidente. Manso lembra que se este tipo de contexto envolvesse um desconhecido político do interior já seria espantoso. ”As ligações de Nóbrega com Queiroz e deles com o presidente e sua família são escandalosas”, definiu. (Fonte: Conversas dom o Meio)

Quando essa novela mexicana será devidamente desmascarada e punida? 

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