Derradeira estocada



Após estimular o desrespeito ao isolamento e ao uso de máscaras, a adoção de remédios inócuos, a não obrigatoriedade da vacinação, o desdém pelo provável primeiro imunizante disponibilizado no país e manter um interino no ministério da Saúde que sequer sabia o que é o SUS, o presidente ainda extrapolou: ele acaba de assinar o decreto que abre caminho à privatização do SUS.

É isso mesmo. Acabar com a única tábua de salvação da saúde dos brasileiros, sobretudo nesses sinistros tempos de pandemia. O decreto 10.530 já saiu no Diário Oficial. Sob o pretexto de “parcerias com a iniciativa privada”, na prática, ele retira a obrigação e responsabilidade constitucional da União de cuidar do nosso povo.

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) foi rápido no gatilho, em linguagem apropriada ao Capitão Corona: ele acaba de protocolar na Câmara projeto de decreto legislativo que suspende imediatamente os efeitos da nefasta medida.

“O decreto de Bolsonaro propõe que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) saiam da esfera pública e se transfiram para a iniciativa privada”, conforme Correia. 

“E as UBS são as portas de entrada do SUS, o que o governo quer de fato no fim das contas é privatizar todo o sistema de saúde público brasileiro”, completa o deputado.

Está cheirando a estratégia do Paulo Guedes para cavar recursos para a manutenção do auxílio emergencial, principal trunfo para a reeleição do crápula. 

Se for isso mesmo, não poderia ser mais trágico: roubar do povo seu mais vital suporte e devolver migalhas em troca de voto. Claro que tudo devidamente manipulado pelas mágicas mentirosas das redes sociais e da comunicação oficial.

Tudo bem que eu possa ter viajado nesta última especulação. Porém, algo está mais claro do que água: se não houver uma forte pressão generalizada pela cassação dos efeitos do decreto, os brasileiros estão fritos. 

Teremos  um modelo semelhante ao americano, sendo que os níveis de miséria que nos assola é incomparável.

O SUS foi criado em 1988 pela nossa Constituição. Determina que é dever do Estado garantir saúde a toda a população brasileira. A mesma que o deputado Ricardo Barros (PP-PR) teve a pretensão de propor o extermínio. 

Após a prisão de Queiroz, Bolsonaro viu que não teria a adesão dos militares ao golpe. Agora, apela a uma constituição nos seus moldes, imagina só a tragédia?

Na prática, o que se vê é o dólar a R$ 5,68, mais de 150 mil brasileiros mortos sob as bênçãos do governo, a explosão do desemprego e o desamparo generalizado. Acorda Brasil!  

PS: Acabo de saber que Bolsonaro não segurou a onda: revogou o decreto do UBS!

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