O fã clube de Bolsonaro
Bruno Brandão, da ONG Transparência Internacional
Ontem algo me chamou a atenção na fabulosa série Borgen, sobre o parlamento dinamarquês. A primeira-ministra sugere que uma polêmica ministra renuncie, após vir à tona a falsificação de seu currículo.
Aqui, amanhã começa a sabatina no Senado de
Kássio Nunes, indicado pelo presidente com a bênção do Centrão, para o STF. A falsificação de seu currículo e cópia de teses
é mais que sabida, porém, alguém duvida de que a vaga já é dele?
Essa é apenas
mais uma peça no tabuleiro da regressão do combate à corrupção no país, integrada ainda pela invasão de Bolsonaro aos poderes constituídos para blindar a si e à sua família. O diretor
da Transparência Internacional, Bruno Brandão, apontou, no Huffpost, a sequência de atos do presidente
para meter o bedelho onde não é chamado e, assim, minar a nossa frágil democracia.
Ele começa por cenas recentemente protagonizadas pelo presidente: o jantar na casa de Dias Toffoli acompanhado de Nunes, seu apadrinhado; a indicação do amigo Jorge Oliveira ao TCU e, por fim, a afirmação do término da Lava a Jato, desnecessária porque 'não existe corrupção no meu governo", feita pouco antes de seu íntimo, o senador Chico Rodrigues, ser flagrado com dinheiro na cueca.
Pior ainda por serem valores desviados do
combate à pandemia do coronavírus.
A ingerência na PF veio à tona com o afastamento do ex-ministro Sérgio Moro. Antes disso, porém, muitas águas podres já haviam rolado naquele esgoto.
Começamos pelo esvaziamento do Coaf, órgão que identificou as transações nada ortodoxas do filho 01, Flávio Bolsonaro, e do faz tudo Fabrício Queiroz com as rachadinhas.
O
presidente também não hesitou em atropelar a lista tríplice da
Associação Nacional dos Procuradores da República para cravar Augusto Aras na PGR, outro apadrinhado. Até na Anvisa ele se meteu, e volta a politizar a pandemia, ao negar a obrigatoriedade da vacinação. Mas essa é outra história.
Brandão considera muito grave junto às principais convenções internacionais de combate à corrupção e ao crime organizado a influência indevida do poder Executivo junto aos órgãos de controle, do poder Judiciário, MP e TCU.
Para o diretor da Transparência Internacional, a sequência de iniciativas do presidente – um fã clube construído com a clara intenção de proteger seus filhos, familiares e amigos – tem tudo para barrar o país no baile do seleto grupo de países que integram a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Porém, diante da destruição de nossos biomas, da
desnecessária morte de mais de 150 mil brasileiros pela Covid-19, quem se
importa com isso?
Que bênção ler algo tão lucido e bem escrito neste "imperio" de mediocridade. Parabéns Celina.
ResponderExcluirNão me admiro nada de que esse sujeito venha a se reeleger e altere a constituição para se perpetuar no poder, sinais não nos faltam para "adivinhar" essa desgraça e vc apontou vários.
ResponderExcluirO circo está armado para isso, já tem até outdors espalhados pelo país com essa proposta indecente
ResponderExcluirO Brasil tem o que merece, essa mula foi eleita. Resultado de ignorância ancestral.
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