Seria cômico se não fosse trágico

 




Depois da politização da vacina, atentado contra a saúde dos brasileiros, Hélio Rodak, assíduo leitor do Intercept, constatou na prática o que já se sabia: o governo não fez nada para combater a Covid-19. Por quatro meses Rodak - de maio a setembro - perambulou por órgãos federais em busca de informações sobre o que estava sendo feito para minimizar a pandemia do coronavírus, que já levou mais de 150 mil vidas e infectou acima de 5,3 milhões de brasileiros.

Em maio, ele começou a via crucis pela página de informações do governo federal, solicitando uma cópia do plano nacional para reagir aos efeitos sanitários e econômicos da pandemia. Direcionou seu pedido direto à Presidência da República, de onde foi repassado à Casa Civil.

Um mês depois, em 8 de junho, recebeu as seguintes informações: seus pedidos referiam-se a ‘documentos preparatórios’, que não poderiam ser fornecidos, sob o argumento “para que as informações pudessem ser disponibilizadas devido ao risco de frustrar a própria finalidade em caso de divulgação antecipada".  Eram acrescentadas ainda ações isoladas e uma menção sobre o programa Pró Brasil. Puro Odorico Paraguaçu.

Não satisfeito, Rodak recorreu da resposta, que não era resposta, uma semana depois. Outra semana se passou quando recebeu: ‘negado’, junto a iniciativas isoladas e nova menção ao Pró Brasil. Ele justificou assim seu novo recurso: "Aquilo que me foi apresentado não se trata de um plano, mas de uma página de divulgação das ações já realizadas pelo governo".  

Passada outra semana, outra negativa, acompanhada de outra desculpa esfarrapada: "Nesse momento é muito importante zelar pela segurança jurídica e pela confiança dos administrados”, recebeu, entre outras delongas, enquanto os óbitos subiam para 60 mil. Mais Dias Gomes na vida real.

O incansável Rodak voltou a recorrer, já no âmbito da Ouvidoria-Geral da União. Em 3 de setembro a resposta chegou, curta e grossa: o recurso não poderia ser atendido porque a informação não existe. Portanto, só na última instância o governo teve a pachorra de admitir a mais pura verdade: não existe plano nacional para reagir aos efeitos sanitários e econômicos da Covid-19.

Isso sem a encheção de linguiça, de que teriam sido criadas para este fim “estruturas temporárias dinâmicas”, e que cada ministério tinha suas próprias ações, que deveriam ser solicitadas a cada um deles. Quer dizer: planejamento, articulação centralizada? Nada, zero à esquerda! Estavam ocupados com outras prioridades...

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