Macabra linha do tempo
Sintetizo a “mais macabra linha de tempo” já produzida na história da saúde pública brasileira, assinada pelo Centro de Pesquisas e Estudos de Direito Sanitário da Faculdade de Saúde Pública da USP e Conectas Direitos Humanos:
“Nossa pesquisa revelou a existência de uma estratégia institucional de propagação do vírus, promovida pelo governo brasileiro sob a liderança da Presidência da República”.
De 1 a 7
de março, 19 óbitos. Bolsonaro: “Temos uma pequena crise, no meu
entender, mais fantasia. É a questão do coronavírus, não é tudo o que
a grande mídia propala.”
De 5 a
10 de abril, 699 óbitos. Bolsonaro demite o ministro Mandetta, Congresso aprova
auxílio emergencial de R$ 600, equivocadamente associado ao presidente. “E daí?
Lamento, quer que eu faça o quê? Sou Messias mas não faço milagre.”
De 3 a 9
de maio, 3.877 óbitos. O presidente abre guerra contra os governadores, novo ministro
Teich se demite. “Vocês têm que lutar contra o governador”, referindo-se a João
Dória, de São Paulo, seu inimigo político.
De 7 a
13 de junho, 42.720 óbitos. O presidente incita seus seguidores a invadir
hospitais e filmar, alegando exagero na ocupação. “Arranja uma
maneira de entrar e filmar...”
De 5 a
11 de julho, 71.469 óbitos. O presidente veta a obrigatoriedade de uso de
máscaras em locais fechados e medidas de proteção aos indígenas. Tenta encobrir
o número de mortos. O Exército paga 167% a mais pelo principal insumo da
cloroquina. “Lamento o número de mortes. Morre gente todo dia de uma série de
causas. É a vida”.
De 2 a 8
de agosto, 100.477 óbitos. Governo ignora proposta da Pfizer, que garante
entrega de primeiro lote de vacinas em 20/12. “Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”.
De 6 a
12 de setembro, 131.210 óbitos. Anvisa flexibiliza prescrição de remédios sem
comprovação científica. Pazuello é efetivado ministro da Saúde. “Estamos praticamente vencendo a pandemia”.
De 4 a
10 de outubro, 150.198 óbitos. O presidente afirma que a pandemia foi
superdimensionada, atribui à cloroquina 100% de cura e cancela a compra de 46
milhões de doses da CoronaVac. “Está
acabando a pandemia no Brasil.”
De 1º a
7 de novembro, 162.269 óbitos. O presidente afirma que o Brasil foi um dos
países que menos sofreu com a pandemia. Comemora a suspensão dos testes da
CoronaVac. “Morte, invalidez, anomalia, esta é a vacina que o João Dória queria
obrigar todos a tomar”.
De 6 a 12
de dezembro, 181.123 óbitos. Ministério apresenta o Plano de Vacinação, sem ter
vacinas a oferecer. “A pandemia realmente está chegando ao fim (...) A pressa
da vacina não se justifica”.
De 10 a
16 de janeiro de 2021, 209.296 óbitos. Vetos do presidente subtraem R$ 9,1
bilhões de investimentos na ciência. Avião adesivado para buscar a vacina de
Oxford na Índia sequer decola, indianos atrasam entrega de 2 milhões de doses. “O
Brasil está quebrado, não consigo fazer nada.”
Fonte: El País.
Macabra w situação do Brasil
ResponderExcluirSim, eqto esse desqualificado continuar no poder
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