Carta de desejos
Que o Programa Nacional de Imunização (PNI) sempre foi motivo de orgulho para os brasileiros não é novidade. E nessa hora, em que mais precisamos dele, sua estrutura tem sido ignorada pela gestão negacionista de Bolsonaro e Pazuello.
General que, por sinal, jamais fez curso de logística, como acaba de constatar o Correio Brasiliense que investigou seu histórico na AMAN.
Sua
ignorância e despreparo expostos no Senado semana passada até agora só serviram
para o presidente Rodrigo Pacheco endossar o discurso bolsonarista, sentar em
cima da CPI e dar tempo para mais mortes nos assombrarem.
Quem afirma é a microbiologista, Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência: “O PNI não é órgão independente, mas braço técnico do ministério.
Seus
dirigentes, no entanto, deveriam valer-se de canais oficiais e da mídia para
esclarecer a população e os gestores sobre a aplicação correta do protocolo e
tranquilizar quem ainda teme as vacinas”, disse ela em sua coluna no Globo.
“Se o PNI não se faz presente, de que vale o protocolo nacional? A diretriz torna-se uma carta de desejos, não é norma técnica para garantir que a vacina no Brasil seja justa e eficaz”.
Ainda segundo Pasternak, “o atual desgoverno parece ter
conseguido a proeza de desmobilizar o PNI, e seus dirigentes vêm sendo
incapazes de reagir. “Um dos exemplos que cita é a furada de fila dos
caminhoneiros, agora prioritários.
O pior é que os parlamentares se viram obrigados a criar pesadas multas para a crescente horda de fura- filas. Conforme Ascânio Seleme, essa turma é impulsionada pela cultura nacional do jeitinho, do golpe, da maracutaia, do manda quem pode.
“O
que se vê nos dias atuais é a negação sistemática do politicamente correto
pregado por Bolsonaro, seus zeros e sua tropa cega e burra. Se o presidente
decide questões de Estado puxando a brasa para seu filé – como na defesa do
papai para nomear o 03 embaixador dos Brasil nos EUA -, imagina como seu povo
reage”, especulou.
E é desse casamento entre a nomeação de um incapaz para cuidar da Saúde nesse momento em que mais precisamos dela, à destruição dos valores democráticos - tão ao gosto de Olavo de Carvalho -, que vive o Brasil nessa patética gestão.
Para
completar, bolsonaristas começaram a atacar Luiza Trajano, que prometeu vacinar
todos os brasileiros até setembro. É como se ninguém mais pudesse salvar vidas...
Só se espera que essa tragédia não tenha um
segundo ato em 2022, se conseguirmos chegar vivos até lá.
Preocupa-me agora que o Ministro Pazuello diga: - Não se preocupem, governadores e prefeitos, em guardar a segunda dose para os que já receberam a primeira dose, eu garanto doses futuras.
ResponderExcluirLembrei-me de uma frase não sei de qual autor: - De onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada!