Farsa de erros e crimes



Uma infeliz sequência conduziu Bolsonaro à presidência. A insatisfação com a corrupção de governos petistas, o anseio pelos donos do dinheiro por uma economia liberal e a facada, que transformou o candidato em vítima e o poupou dos debates, seriam os principais fatores. 

O que não dá para entender é como as Forças Armadas mantêm seu apoio ao ex-capitão, que leva seu nome à lama com essa desastrada, para não dizer criminosa, condução da pandemia por um general da ativa. Só poder e salários explicariam, afinal, são 6.157 militares em postos civis, sendo 3.029 da ativa.

É também incompreensível a manutenção do apoio pelo mercado financeiro, para quem a demissão do presidente da Petrobras, com vistas a um populista controle dos preços dos combustíveis, já deixou claro que esse governo não tem nada de liberal como deseja a turma da Faria Lima. Nem vai ter.

Quando Sérgio Moro, a maior bandeira da luta contra a corrupção, foi defenestrado na queda de braço pelo aparelhamento da PF, supunha-se que haveria uma debandada de apoiadores. 

O que se viu, contudo, foi uma adaptação de seu eleitorado, que parece ter fechado os olhos para a causa, com o enterro da Lava a Jato e a sequência de aparelhamentos que vão da Anvisa à Abin, passando pela PGR e pelos ministros que seguem o chefe sem pensar no Brasil.

Outro susto foi ver os resultados de recente pesquisa, pela qual um alto percentual da população aprova a condução da pandemia pelo governo.

Como as pessoas podem ser tão cegas para não ver que estamos nessa dramática situação totalmente fora do controle, com mais de 250 mil mortos e de 10 milhões de infectados por causa do negacionismo de Bolsonaro? 

Essa semana ainda teve a cara de pau de atacar medidas de isolamento defendidas por governadores e o uso de máscaras. Quantos mais ele vai querer matar?

Quinta-feira a Folha publicou uma reportagem trocando em miúdos a tentativa do então capitão Jair Bolsonaro de estourar bombas em unidades militares em protesto contra os baixos salários, em fevereiro de 1988, aos 32 anos.

Como se não bastasse a iniciativa, ele e seu comparsa negaram culpa, porém, acabaram absolvidos, fatos já mencionados neste blog.

Pesquisadores dizem que o capitão que virou deputado foi apoiado por parte dos militares, não pela instituição. Enquanto isso, Bolsonaro segue blindando sua família de atos de corrupção, armando milícias para sustentar sua permanência no cargo e nomeando novos militares para funções no país, como o general Luna e Silva para comandar a Petrobras.

E assim nós vamos, nessa farsa de erros e crimes, ainda ignorada por de 30% dos brasileiros, sem que as forças democráticas se organizem para combatê-la. Até quando?

Comentários

  1. Essa inércia está levando o Brasil a um caos sanitário parecido com o da gripe espanhola até porque não temos vacinas. Espero estar exagerando.

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  2. Eu não aguento mais. E estou absolutamente chocada, decepcionada e enojada com o apoio das Forças Armadas a este desgoverno.

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  3. Os cientistas brasileiros continuam dando alegria aos 70%, mas o pessoal da linha de frente do combate à pandemia está nas cordas, à beira de um colapso Resistir é preciso, mas como sair da inércia?

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