Ainda reféns do Pesadello



Pior que não nos livramos do Pesadelo, codinome do general que respondia pela (falta de) Saúde nos últimos dez meses. Especialista em logística que nunca fez curso de logística, Pazuello protagonizou uma trágica comédia de erros: 

A inação à falta de oxigênio no Amazonas, a troca da sigla AP por AM que levou 78 mil doses de vacina ao Amapá e 2 mil ao Amazonas. Fora os testes padrão ouro abandonados, a prescrição da cloroquina e o desleixo com as vacinas. Por que fez tudo que seu chefe mandou.

Até a nomeação do médico Marcelo Quidroga, porém, Ludmila Hajjar, a indicada do presidente da Câmara para o cargo, viveu seus piores momentos. Ao entrar na casa do presidente, aguardando o convite para a Saúde, ela jamais poderia imaginar que as milícias digitais já começavam a espalhar fake news para detonar sua carreira médica. 

Isso além das ameaças de morte, extensivas a sua família. Quem passou aos celerados seguidores o nome do hotel onde ela se hospedara em Brasília, também alvo de ameaças de invasão?

O que temos agora é mais um pau mandado do negacionismo à frente do cargo mais crucial para o país nesse momento. O próprio Queiroga já admitiu: a política é do governo Bolsonaro, não do ministro da Saúde.

 Traduzindo: o isolamento continuará condenado, assim como o uso de máscaras. A cloroquina permanecerá na berlinda e as vacinas vão demorar. O que poderia fazer o titular sem quadro técnico ou autonomia? Acertou quem respondeu: quase nada.

Após a aparição de Lula apoiando a Ciência, o distanciamento social e as vacinas, Bolsonaro chegou a ensaiar um cavalo de pau. Posou de máscara com sua equipe e orientou o filho Flávio a viralizar nas redes “Nossa arma é a vacina”. 

A agressividade da famiglia é tão forte que o pobre Zé Gotinha surgiu na campanha como se sua seringa fosse um fuzil (o criador do personagem, Darlan Rosa, repudiou a versão). A pseudo guinada durou pouco.

Ludmila Hajjar tornou públicas suas críticas a tudo o que se vê, causas da ilimitada escalada de óbitos, próximos aos 300 mil. Os militares devem estar aliviados em tirar o seu da reta desse morticínio, embora pequem por sustentar a insustentável situação. 

Até quando o Centrão manterá seu apoio após a rasteira levada por Arthur Lira do presidente?      

Comentários

  1. Especialista em Logística que nunca fez curso de Logística...É isso mesmo?

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