Trapaças da famiglia Bolsonaro


 

Desde setembro de 2020, antes de o STJ anular o uso de dados da quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro, o UOL analisa 607.552 operações bancárias em 100 planilhas sobre os indícios da prática de 'rachadinhas' por Jair Bolsonaro, quando deputado federal, seus filhos Flávio, Carlos e também a ex-mulher do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle. 

As revelações são pesadas e ainda podem ter consequências, já que o MPF recorreu da decisão do STJ junto ao STF.

Por oito anos (de 1998 a 2006), Bolsonaro empregou em seu gabinete Andrea Siqueira Valle, irmã de sua segunda mulher, Ana Cristina Valle. Um ano e dois meses depois que a cunhada deixou de trabalhar para Jair, Ana Cristina teria ficado com os R$ 54 mil acumulados na conta de Andrea, hoje equivalentes a R$ 110 mil.

 A quebra de sigilo foi autorizada porque Andrea também trabalhou para Flávio. Ouvido pelo UOL, o advogado de Andrea, Magnum Cardoso, que disse "repudiar veementemente o vazamento dessas informações”.

Já a ex-chefe de gabinete de Flávio, Mariana Mota, teria feito pagamentos do aluguel da quitinete no Centro do Rio usada por Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, primo do atual senador. O dinheiro vinha da conta de Mariana, no período em que Flávio foi deputado estadual e que Léo constava como seu assessor na Alerj, ao longo de 2007.

Mariana, amiga de Ana Cristina, também foi apontada pelo MP-RJ como possível operadora das 'rachadinhas', de janeiro de 2007 a março de 2008, antes de Queiroz entrar no gabinete de Flávio. Os procuradores levantaram diversos saques em espécie feitos por Mariana no caixa da Alerj - correspondentes a 40% do que ela recebeu por trabalhar na casa.

O advogado Magnum Cardoso, que representa Mariana Mota Cardoso, também representa Ana Cristina e sua irmã.

Tem mais. Quatro funcionários que trabalharam para Jair Bolsonaro retiraram 72% de seus salários em dinheiro vivo, de 2007 a 2018, quando foram nomeados tanto para o gabinete de Flávio na Alerj quanto para o de Jair. Eles receberam R$ 764 mil líquidos e sacaram R$ 551 mil.

E, ao menos quatro funcionários do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro sacaram 87% de seus salários em dinheiro vivo, num total de R$ 570 mil. 

Outras operações também foram identificadas pelo MP-RJ, em padrão semelhante ao usado pelo clã, cujo constante uso de dinheiro vivo dificulta o rastreio pelos órgãos de controle. Será que ainda veremos o desmoronar desse castelo de cartas montado pela famiglia?

 

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