Mal me quer

 


Quando o presidente do partido que elegeu Bolsonaro se nega a abrigá-lo é sinal de algo de errado. No mínimo, falta de confiança na reeleição. Foi o que aconteceu com Luciano Bivar, à frente do Partido Social Liberal (PSL). 

Razões não faltam. Bivar alega que seu partido nunca foi de direita e pretende reaproximá-lo da agenda econômica liberal. O principal motivo da recusa, porém, foi sua total descrença na mudança de postura política pelo presidente.

Reestruturado entre 2015 e 2018, quando passou a abrigar o movimento Livres liderado por Sérgio, filho de Bivar, a chegada de Bolsonaro em 2018 inflou o PSL a ponto de torná-lo o segundo maior partido brasileiro, atrás apenas do PT, com 462.861 filiados. 

O que significa mais tempo de propaganda eleitoral na TV e cobiçado Fundo Partidário que deve chegar a R$ 500 milhões em 2022. A saída do Livres foi simultânea à entrada de Bolsonaro. O PSL passaria então a embarcar no conservadorismo e no liberalismo econômico.

Enquanto isso, Bolsonaro prossegue em sua busca de um partido para chamar de seu. Um dos cogitados é o Partido da Mulher Brasileira (PMB), iniciado em 2008 em busca do reconhecimento, consolidação e valorização da mulher. 

O registro no TSE foi em setembro de 2015 e hoje a legenda, presidida pela negra maranhense Suêd Haidar Nogueira, tem 48.496 filiados.

O quê um presidente que disse ter ‘fraquejado’ quando nasceu sua única filha entre seus quatro varões faria no PMB? Por sinal, até agora a única do clã ainda não envolvida em inquéritos policiais. Eu disse ‘ainda’.

Será que a doce ilusão de poder de Haidar Nogueira supera a óbvia observação de que a única ministra do governo é uma conservadora que só fez perseguir as liberdades femininas?

 Que chegou a mobilizar uma patrulha para evitar que uma menina de 10 anos se submetesse a um aborto legal para livrá-la da gravidez provocada por um estupro?

Aliás, o que levaria Bia Kicis, Karla Zambelli e a procuradora Lindôra Araújo, braço direito do PGR Augusto Aras – que prioriza as causas do presidente às do país – a se tornarem devotadas forçadoras de barra a um misógeno, machista, ligado a milicianos e supremacistas brancos? O que falta para essa mulherada abrir os olhos?

As negociações do presidente com o Patriota também melaram, porque o partido, fundado em 2012, com 337.014 filiados e defensor de mais investimentos nas Forças Armadas, não admite ninguém assumindo seu comando.

Como não haverá tempo hábil até 2022 para a criação do Aliança – quem seria insano o suficiente para se aliar ao tresloucado presidente? - que legenda terá estômago para receber um genocida em seus quadros partidários?            

Comentários

  1. Boa analise. O PSL farejou fracasso na briga com governadores e prefeitos.

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  2. Ele podia ir para o partido do quinto dos infernos

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  3. Partido em que o bozo ingresse está fadado a entrar na história como cúmplice do genocídio que ele promove no País

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  4. Andrea Braga Pessanha
    Por muita grana? Por acesso à maquina governamental? Conheço um montão!
    Ainda mais com o apoio que ainda tem de parte da população

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