Necropolítica brasileira

 



Ontem comecei a escrever sobre a notícia-crime enviada ao STF pelo superintendente da PF da Amazônia, Alexandre Saraiva, aliado de Bolsonaro.

O alerta ocorreu após a fiscalização apreender, em dezembro de 2020, 200 mil m³ de madeira ilegal - a maior apreensão já realizada no país -, avaliada em R$ 130 milhões. O que fez então o ministro Ricardo Salles? Reuniu-se com os ‘inimigos’ e prometeu liberar a 'muamba'.

Quem levaria a melhor, o policial cumpridor do seu dever ou ou o ministro incendiário? Acertou quem marcou a segunda opção. O diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, simplesmente substituiu Saraiva no cargo.

Não é difícil imaginar os caminhos escusos tomados até que a absurda decisão fosse tomada. Aliás, trata-se de um nítido caso de aparelhamento, embora ainda não se saiba os rumos que tomarão o alerta de Saraiva.

Tinha começado a vislumbrar a hipótese de Salles - que já pisou nos calos de poderosos como o general  Luiz Eduardo Ramos - tomar o mesmo caminho de Weintraub, Pazuello e Ernesto Araújo, mesmo que a contra gosto do presidente.

 Sabe-se que os três permaneceram no cargo pela única razão de fazerem tudo o que seu mestre mandar. A diferença entre eles é a eficiência de Salles em cumprir a agenda do chefe, sem bajulá-lo como mito.

Depois que o ministro começou a passar sua boiada e a contrariar os interesses do país, que provocou a evasão de investimentos internacionais pelo crescente desmatamento, parecia que algo ia acontecer com o incendiário. 

Tudo continuou onde estava, porém. E agora quem tombou foi o mocinho. O bandido continua livre para prosseguir sua trajetória de destruição.

E se a situação internacional do Brasil está cada vez mais deteriorada no quesito ambiental, o que dirá no morticínio vivido pelo país? Além da CPI da Pandemia, ontem Bolsonaro foi responsabilizado pela crise sanitária em audiência no Parlamento Europeu.  

Para o eurodeputado Miguel Urban Crespo (Podemos), "Bolsonaro declarou guerra aos pobres, à ciência, à vida e à medicina". Segundo o jornalista Jamil Chade, disse Urban: "A crise tem causa política e tem um responsável. 

Vamos dizer claramente: a necropolítica de Bolsonaro é um crime contra a humanidade e contra o povo brasileiro". Para ele, é uma "autêntica vergonha" a UE continuar negociando um acordo comercial com o Mercosul.

E assim nós vamos, rumo à destruição da Amazônia, à fuga dos investidores e ao genocídio dos brasileiros. Até quando? 


Comentários

  1. O que me assusta nesta necropolitica é que não temos um único mandatário do mal. Eles são tantos e tão espalhados no macro e micro espaço, que se não tivermos sanidade para pensar que como.povo poderemos mudar esta situacao, a vida nem faria mais sentido.

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  2. Então,, com o afastamento do DR. SARAIVA , AGORA A BOIADA , VSI PASSAR BATIDA !! VAO LIBERAR ESSAS MADEIRAS E CONTINUAR A DESTRUIR A AMAZONIA !! COMO DISSE ONTEM NA GLOO NEUWS O JORNALISTA ANDRE TRIGUEIRO : E UM VERDADEIRO ESCANDALO ESSE AFASTAMENTO … Ver mais
    · Responder · 23 h
    Sandra Terçariol
    Salles criminoso
    · Responder · 22 h
    Shirley Eurides
    Afastam quem trabalha serio tava atrapalhando os destruidores da amazonia
    · Responder · 21 h
    Ivan Luiz Paes
    Não mexam com eles, porque a BOIADA tem que continuar passando tranquilamente !!! Afffsss

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