Bolivarianismo de Bolsonaro


 O enriquecimento ilícito na compra de vacinas contra a Covid – majoritariamente por militares - tem uma explicação bem simples. Como se sabe, os postos chave ocupados por técnicos civis foram substituídos pelos fardados que pouco, ou nada, entendem do assunto. O conhecimento deles vai na direção contrária: matar.

O que veio à tona com a CPI da Covid, na verdade, se repete em vários segmentos do país, como na Cultura, onde civis foram trocados por mais de seis mil militares. O Ministério da Saúde, conforme Miguel Lago, do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde, é só a ponta do iceberg. Dolorosamente visível nos quase 570 mil mortos pela pandemia.

“Quando cargos técnicos desenhados para receber civis especializados são ocupados por servidores não especializados, e quando estes se tornam ordenadores de despesas, abre-se um ambiente favorável à má qualidade de gestão, falta de transparência e tráfico de influência”, sustenta.

O especialista compara o atual cenário brasileiro ao da Venezuela, onde um carismático foi eleito prometendo acabar com a corrupção. “Hugo Chavez, militar de baixa patente, governou com grande popularidade e distribuiu cargos estratégicos aos colegas de corporação”. Lembra alguém?...

O regime, informalmente batizado de Boliburguesia, em referência ao Bolivarianismo de Chavez, encontra um óbvio paralelo em terras tupiniquins, na Bolsoburguesia.

A existência dessa nova classe dirigente no país – enquanto crescem o desemprego e a fome – será confirmada, ou não, com o desenrolar do escândalo das vacinas. Como se sabe, além de civis ligados ao Centrão, pelo menos seis coronéis teriam participado desse rolo mortífero.

E enquanto blindados fumacentos desfilavam pela Esplanada dos Ministérios na última terça-feira, um atônito ministro Luís Eduardo Barroso reunia-se com o vice, Mourão, para saber quais as reais intenções golpistas das Forças Armadas. Para alívio do ministro, o general as negou categoricamente.

O saldo da conversa é a nova cortina de fumaça do capitão: o processo contra os ministros Barroso e Alexandre de Moraes. 

E, embora Barroso tivesse sido xingado pelo presidente com os nomes mais impublicáveis, o advogado particular de Bolsonaro, que atende pelo nome de Augusto Aras, se movimenta para processar o senador Omar Aziz – que tantas dores de cabeça tem causado ao chefe – por sua menção à “banda podre” das Forças Armadas.

Como se sabe, Aziz deixou bem claro que era uma minoria de fardados que se movimentariam pelos caminhos escusos. Só que no agora país das mentiras, com Bolsoburguesia, ou não, qualquer interpretação pode ser válida. Desde que o sinistro rumo seja mantido pelos apoiadores do presidente.  

Comentários

  1. O mundo enfumaçado dos blefes, ameaças vazias e mentiras presidenciais do dia a dia do Brasil.

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  2. Andrea Ortiz
    Me dá dor de estômago, indignação e vontade mandá-los para Marte sem volta.

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  3. Ademar Maciel
    As diferenças são abissais: tudo que aconteceu na Venezuela foi para proteger o país do imperialismo, aqui, para proteger uma família e destruir o país.
    Hugo Rafael Cháves Frias era um homem culto, enquanto Bolsonaro, todos conhecemos.
    Em todo caso, acredito ser mais prudente ouvir um grande amigo de CIRO, o prof. Luís Moreira, sobre o contexto interno da Venezuela, para evitar comparações desencontradas.
    (CIRO - PND).
    2022 está logo aí.
    Esse é o nosso compromisso.

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  4. Marco Monjardim
    Imagem de Bolsonaro com o bigode igual ao de Maduro

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  5. Regina Lucia Ferreira Freitas
    Fora Bolsonaro

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  6. João Pelicho
    e a mais pura verdade dois militares vagabundos corruptos sem moral nenhuma pra desgraçar o país

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