Não bastam crimes para impeachment

 


Com sete crimes cometidos por Bolsonaro, o relatório da CPI da Covid deverá ser apreciado entre os próximos dias 28 e 29. Juristas, entre eles Miguel Reale Júnior – um dos autores do pedido de impeachment de Dilma – concluíram que houve crime de responsabilidade, contra a saúde pública, contra a humanidade, prevaricação, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo e incitação ao crime.

Como lembrou o Globo, o presidente desrespeitou a direito à vida e à saúde de pessoas ao promover aglomerações, não usar máscaras, incitar a invasão de hospitais e incentivar o uso de remédios de eficiência não comprovada.

Disse ainda que o uso de imunizantes “poderia transformar a pessoa em jacaré”, assim como postergou a compra de vacinas e ainda ridicularizou doentes com falta de respiração. Situações que geraram grande revolta sobretudo entre as milhares de famílias enlutadas.

Será que depois de pronto o destino do relatório vai ser semelhante ao dos mais de 130 pedidos de impeachment que repousam na gaveta de Arthur Lira?

Para evitar o trágico desfecho, o documento também deverá propor alterações à atual legislação, ao estabelecer um prazo para que os presidentes da Câmara e do Senado se manifestem sobre os pedidos de afastamento, em tentativa de acabar com o poder monocrático de Lira.

Ainda assim, vai ser difícil que o relatório produza os efeitos desejados. Simplesmente porque eles não interessam aos donos do poder. Eles preferem se agarrar àquilo que Guedes não vai fazer do que ao que ele não conseguiu fazer. 

Como se viu, após a hecatombe causada pelo capitão no 7 de setembro bastou a entrada em cena de Michel Temer para que tudo ficasse como antes.

E não é só a fidelidade de Lira a Bolsonaro que impede essa virada. O deputado sabe que os empresários, apesar das previsões do crescimento do PIB abaixo de 1%, preferem o ruim ao incerto. Assim como as Forças Armadas e até o STF.

Ou seja, vai ser preciso muito, mas muito povo na rua para mudar esse quadro. Mudança essa que seria muito mais profunda se fosse feita via plebiscito revogatório, decidido pela vontade do povo. Poderia nos poupar das desvairadas reações dos milicianos bolsonaristas.

A última experiência do dia 12, porém, mostrou o quanto a oposição continua dividida. Pior, a própria esquerda se mantém rachada. Como será possível avançar?

Com muita organização, obstinação, espírito de luta e desprendimento. Características nada típicas dos brasileiros. A não ser que algo ainda mais surpreendente aconteça...         

Comentários

  1. Muitos não querem Mourão na Presidência- e, têm razões de sobra.
    Não sei de todas, mas na entrevista que concedeu à rede alemã Deutsche Welle, Mourão defendeu o coronel Brilhante Ustra, um torturador dos tempos da ditadura; -para mim, isto é motivo bastante e suficiente.
    "As acusações contra Ustra não são disse-me-disse. Estão registradas em depoimentos oficiais feitos pelas vítimas, arquivadas pelo próprio Tribunal Superior Militar", segundo artigo da coluna Analítico, assinado por Pedro Doria.

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  2. Maria Christina Monteiro de Castro
    sabia que enchi o saco do Bolsonaro? Completamente. Não quero gastar mais 5 minutos de meu tempo com ele. Continuo a viver no Brasil, o cara é presidente, mas não quero mais....

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  3. Kátia Aragão Wienskoski
    Cego é quem não quer ver!
    Forabolsonaro!

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  4. Hamilda Bastos
    Não postem fotos desse cruzcredo!

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  5. Francis Barrozo
    Mas a última manifestação, aquela do MBL e Vem Pra Rua, não era de esquerda, Ciro Gomes nunca foi de esquerda.

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  6. Ze Do Rosário
    Grande pobrema de CPI...
    .. é que tem 200 deputado que a existência no poder deles hoje.. depende 100% do Se Bozo ficar no poder, e nada muda isso, os patrão manda eles obedece, daê!

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