A praga do populismo reacionário


 

Quando começou o atual Governo, em 2019, muita gente, como eu, ficou sem entender nada. O cientista político Christian Lynch (foto) ajuda a clarear esse horizonte em seu recém lançado “O populismo reacionário” (Contracorrente).

Embora o reacionarismo sempre existisse residualmente na política brasileira, sua atual e inédita proeminência deve-se aos filhos e ao próprio Presidente. 

“Ao invés de reformar a democracia liberal, o que se deseja é erodir suas bases ideológicas de sustentação para instaurar, pelos escombros, um regime autoritário”, defende o autor. O que começa a se concretizar a partir do segundo mandato.

O ideal do reacionário é o de voltar ao passado. Nos EUA, a época mítica foi a de meio século antes da Guerra Civil, quando os donos do poder eram proprietários de terras e de escravos do sul. Brancos e protestantes.

Aqui, os reacionários inspiram-se na ditadura militar (1964-1985) ou no período monárquico sob lentes medievais, e na sociedade do século XVII, comandada por chefes de família patriarcais, religiosos e descendentes de europeus.

“Daí a atração pelo culto à morte e violência, autoritarismo, exploração predatória da natureza, etc”. Ideais de Olavo de Carvalho, “mestre do populismo reacionário brasileiro.”

Os valores modernos de laicidade e de ciência de elites pervertidas assegurariam o tal ‘marxismo cultural’ renegado até pelo próprio autor da tese, o americano Michael Minnicino. Gentileza, pacifismo ou educação "seriam ardis para a infiltração do veneno corrosivo do cosmopolitismo."

“Por isso os conservadores deviam assumir o discurso do ódio e admitir o emprego da violência, real ou simbólica, contra o diferente”, em oposição ao 'politicamente correto'.

Nessa reedição da Idade Média a nova Roma seria a Washington de Trump, ou, hostilizar o “globalismo”, “subordinando-se à nova Roma em sua cruzada contra os novos mouros, os chineses.” Daí os seguidos ataques à China.

No início quem deu as cartas foram os filhos do Presidente, reacionários seguidores de Carvalho. Ao lado de militares aposentados e neoliberais. Assim como os “tenentes togados” de Moro, que derrubaram o consórcio PT-PMDB e entram no governo apoiados pelo Movimento Brasil Livre.

Povo, para Lula, são os oprimidos. Para o capitão, os opressores. Simples assim.

A cooptação da sociedade civil incluiria até as políticas de transferência de renda e redução de pobreza dos anos petistas, “formas para converter as massas miseráveis em exército disponível à esquerda.”

Chega!!! Não dá mais para aturar e nunca deu!

Comentários

  1. O texto, bota ordem no caos das idéias, obra desse capiroto

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  2. Nelson Luiz Pereira Cunha
    https://www.youtube.com/watch?v=LUQyatn4iqQ
    QUEBRANDO MITOS - a frágil e catastrófica masculinidade de Bolsonaro
    YOUTUBE.COM

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  3. Virgilio Batista
    Há uma polaridade burra que assola este país, de um lado gente apoiando um governo corrupto genocida e incompetente,uma horda maligna que retira direitos sociais e trabalhistas dos mais pobres agravando a miséria do povo e se dizem cristãos, de outro lado os que apoiam um partido que já esteve no governo também corrupto que ficou 14 anos no poder e ainda sofremos com a fome, desemprego, inflação salário mínimo miserável, concentração de renda, saúde e educação sucateadas,100 milhões sem saneamento básico e outros 30 sem água potável índices de países de terceiro mundo, ao povo é dado esmolas sem que se resolva o problema social da miséria, governos populistas e demagogos sem plano de governo sem metas por isto sou Ciro Gomes que tem um plano de governo, ajudou a criar o plano real que salvou o pais de uma hiper inflação,conhece economia,o resto é só mais do mesmo!!

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    Respostas
    1. OK, Virgílio, concordo que Ciro é um bom candidato, porém sem a menir chance de se eleger. Votar nele agora significa aumentar as chances do segundo turno, o que pode ser uma tragédia para o pais

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  4. Virgilio Batista
    Celina Côrtes se todos pensassem diferente a situação seria outra, mas este povo tem a necessidade de bajular político.

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