Na espera do seu dia chegar

 

Após uma trégua, provocada sobretudo pelo conflito Israel X Hamas e também pelas eleições argentinas, os ilícitos do inelegível voltam a aflorar. E a feder.

Ontem começou o julgamento no TSE sobre o uso político do 7 de setembro e do Bicentenário da Independência – data aniquilada pelo então governo -, às vésperas das eleições.

Três ações, movidas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke, o apontam por usar as duas datas como palanque eleitoral. Ele é acusado de misturar os eventos para turbinar sua campanha com dinheiro público, em Brasília e no Rio.

Para quem não se lembra, o capitão deu entrevista à TV Brasil citando a redução do preço da gasolina, a criação do Auxílio Brasil e do Pix – que ele insistia em dizer que era obra sua, quando foi uma realização de funcionários do Banco Central.

Em discurso na Esplanada dos Ministérios, de um carro de som, se disse “imbrochável” e convidou o povo a apoiá-lo na “luta contra o mal” (personificado pelo próprio...foto)

Enquanto no Rio, ele desfilou em carro aberto, participou de motociata e fez comício em Copacabana no trio elétrico alugado pelo pastor Malafaia (foto). 

Bicentenário? Ninguém viu.

Para os ministros do TSE ouvidos pela coluna da jornalista Malu Gaspar, tais processos são mais graves que os julgados na semana passada, nos quais ele foi absolvido.

As ações podem não só confirmar sua inelegibilidade, como obrigá-lo a pagar multa pelos ilícitos.  

Em outra frente, o ex-faz tudo Mauro Cid revelou em sua delação premiada que foi o ex-chefe quem o mandou falsificar os certificados de vacina para sua filha Laura e para si próprio, como revelou o jornalista Aguirre Talento no UOL.

E, conforme a colunista Bela Megale, Cid não deixou pergunta da PF sem resposta, acusando o envolvimento do ex-presidente não só na fraude das vacinas, como nas reuniões para discutir o golpe e na aquisição das joias das Arábias, em cujas investigações o FBI vai colaborar com a PF.

O ex-mandatário até se encheu de esperança em passar a influir na Argentina se seu candidato, Javier Milei, vencesse as eleições no primeiro turno. Mandou até o filho Eduardo para lá e para tentar vender armas.

Porém, como se sabe, Milei não só perdeu para Sérgio Massa, como seus marqueteiros concluíram que a associação de seu nome ao do ex-líder brasileiro lhe subtraiu votos.

Só lhe resta, portanto, investir no filho Jair Renan, o 04, para vereador, e na mulher para senadora – se eles também não tombarem pelo caminho...e esperar o seu dia chegar.