Para onde foram as metralhadoras?

 

Furto, roubo, extravio ou conivência? 

Causa estranheza no desaparecimento das 21 metralhadoras de um quartel do Exército em Barueri (SP), na semana passada, o Exército não ter feito boletim de ocorrência sobre o furto.

Por isso, a polícia de SP sequer investiga o sumiço – considerado pelo Instituto Sou da Paz o maior desvio de armas registrado pelo Exército desde 2009, quando desapareceram sete fuzis do batalhão de Caçapava (SP), recuperados e os culpados presos - , apesar do empenho em recuperar as armas.

Guilherme Derrite, secretário de Segurança de SP, mencionou "consequências catastróficas" se as armas forem parar nas mãos do crime organizado.

São 13 metralhadoras calibre .50 (foto) e oito calibre 7,62.  As primeiras disparam 600 tiros por minuto e atingem um alvo a 3km. A arma também pode derrubar aviões. Foi criada para defesa aérea, terrestre e naval do Brasil.

Nos últimos anos, o país tem assistido ações do chamado 'novo cangaço', no qual os bandidos invadem cidades do interior armados com metralhadoras .50 apoiadas em tripés sobre caminhonetes para roubar bancos.

No início de julho, por exemplo, a pacata Santa Bárbara (SP), com menos de 14 mil habitantes, foi palco de explosões em dois bancos, mais de 40 minutos de troca de tiros com a polícia, casas atingidas por balas perdidas e rodovias interditadas por barricadas de fogo montadas pelos bandidos.

O Exército investiga o caso internamente, com o aquartelamento de cerca de 480 militares, que não podem deixar o Arsenal de Guerra em Barueri, e tiveram seus celulares apreendidos. Além de informar que as armas desaparecidas não funcionavam e passariam por manutenção.

O sumiço, a propósito ocorreu na mesma semana em que o comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, visitou quartéis de São Paulo, embora não tenha passado por Barueri. Como sabe, o general apoia o governo Lula. 

Enquanto é investigada a participação dos verde oliva nas tentativas de golpe para derrubar o governo Lula, este sumiço ainda é uma grande incógnita. Assim como ocorreu no furto dos sete fuzis, que envolveu um militar, o mesmo pode se repetir. Algo assustador em qualquer das hipóteses:

Tanto no envolvimento dos verde oliva com o novo cangaço, como novas tentativas para recuperar o poder perdido pelo inelegível e pela caserna.