Piorar o que já é ruim

 


Se a perspectiva de cassação de Sérgio Moro (UB) pelo TSE é alvissareira, o mesmo não se pode dizer das mulheres que já estão de olho em sua vaga. São elas Michelle Bolsonaro (PL), Rosangela Moro (UB) e Gleisi Hoffmann (PT).

O maior torcedor da candidatura da ex-primeira dama é seu marido. Não que ele esteja muito interessado na carreira política da mulher. O capitão tem confidenciado a seus aliados, conforme colunista Bela Megale, que o mandato de senadora para Michelle poderia trazer valiosa blindagem às investigações de que ele é alvo.

Como se sabe, o inelegível já não goza de foro privilegiado.  

E os apoiadores do ex-juiz veem com bons olhos sua sucessão pela própria mulher, deputada federal e advogada. Seria uma fórmula mágica para manter aceso o capital político de Moro.

Se toparem concorrer ao cargo, ambas terão de transferir seu domicílio eleitoral para o Paraná. Hoje, Michelle está registrada no DF, enquanto Rosângela havia se mudado para São Paulo, também por motivos eleitorais.

Já Gleisi Hoffmann já havia demonstrado sua simpatia pela vaga. Pelo visto, o posto de presidente do PT já não preenche seus anseios. Ela conta com a simpatia de Janja para encarar a disputa, chegou a ser chamada de “futura senadora” pela primeira-dama. Para isso, também terá de mexer em seu domicílio eleitoral, atualmente em Curitiba.

Engana-se quem acha que o possível afastamento de Moro tem a ver com as lambanças por ele cometidas na Lava Jato. O ex-juiz é alvo de duas ações, uma movida pela federação partidária do PT, PV e PC do B, sobre abuso de poder econômico e suspeita de caixa 2 na campanha ao Senado.

(Seria muito irônico ele ser afastado pelo mesmo motivo com que crucificou tantas de suas vítimas...)

A outra surpreende por ser movida pelo PL, partido do capitão, com quem Moro voltou a se aliar após seu barulhento rompimento, quando acusou o ex-presidente de tentar influenciar na Polícia Federal.

Durante a campanha, o ex-juiz chegou a assessorar o inelegível em campanhas de televisão contra Lula, seu alvo principal na Lava Jato. E, apesar das afinidades ideológicas, o interesse do PL na ação só visa seu próprio umbigo.

Ou seja, abrir espaço para a candidatura do segundo colocado na vaga, o deputado bolsonarista Paulo Martins que, nesse caso, nem precisaria mudar o domicílio eleitoral, porque ele também é do Paraná.

Conclusão: seria a típica troca de seis por meia dúzia. Ou até capaz de piorar ainda mais o que já é ruim.

Comentários

  1. Glesi tem domicilio no Parana ,inclusive é deputada federal por este estado ,pelo qual já foi senadora.

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  2. Alcebiades Abel Filho
    Infelizmente percebe-se que a polícia partidária é uma polícia de cúpula. Três mulheres classe média alta na ciranda polícia do poder. Seria interessante se tivesse as mulheres da periferia como; a mulher negra, a mulher indígena ou dos grupos descriminados LGBT. Não vemos nesses partidos essa preocupação. Infelizmente.

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    1. Mais do mesmo, piorado. E pelo visto o STF vai continuar o reino dos homens brancos

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  3. Fran Silva
    Esse povo não consegue viver sem dinheiro de política, essa família bolsonaro são os piores não sabem nem conhecem um carreira profissional. E povo vota🤣

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  4. Marcelo Brandão
    Como pode a Bis Kat se candidatar a algum cargo público?

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  5. Jorge Lúcio de Carvalho Pinto
    Gleisi; as outras são um mal para o Brasil

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    1. Admito que tenho uma implicância com ela, embora seja infinitamente melhor que as outras duas

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Miguel Francisco Hatzlhoffer
    Não sei se entendi o texto. Se Sérgio Moro tiver o seu mandato como senador caçado, estas 3 mulheres seriam as prováveis substitutas?
    Mas não é assim que funciona junto ao TSE.

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    1. Se ele for cassado seriam convocadas eleições suplementares para eleger um senador pelo Paraná (faltou essa explicação no texto...)

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  8. Carlos Alberto Baião
    0 povo paranaense merece esses entulhos da era boçalnarista. Se houver eleições mesmo, vcs se certificarão disso.

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  9. Gerson Wagner Claro
    Não consigo olhar para as duas primeiras sem sentir asco.
    Já a Gleisi, não nutro a menor simpatia, desde sempre.

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  10. Luiz Antonio Câmara
    Celina: a Gleisi não precisa mudar o domicílio eleitoral, que é em Curitiba - Paraná.

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