Meninas de 10 a 14 anos: 49,6% das estupradas

 


Quando essas excrescências redigiram o PL 1904 – o PL do estuprador -, que criminaliza o aborto acima de 22 semanas, ainda desconhecíamos os números que acabam de ser revelados pelo Mapa da Violência, divulgado na última terça-feira. São estarrecedores!

Das mais de 140 mil mulheres que sofreram com violência doméstica e familiar em 2022, 12 mil foram alvo de algum abuso sexual, conforme o Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O quarto tipo de agressão mais frequente foi a sexual, mais comum entre meninas de 10 a 14 anos. Justo os principais alvos do maldito PL que, além de punir essas crianças com penas superiores à dos estupradores, releva a violência, como se ela fosse parte intrínseca da rotina feminina.

Já as meninas de até 9 anos sofreram sobretudo de negligência, com 37,9% dos casos, seguida pela violência sexual – na maior parte das vezes por padrastos -, com 30,4% de incidência. Já a violência sexual na faixa de 10 a 14 anos representou quase a metade dos registros, ou 49,6%.

Seja pela ausência de educação sexual nas escolas, algo também boicotado pelos evangélicos, ou pela irresponsabilidade intrínseca à idade precoce, essas meninas são justamente as que mais demoram a perceber a gravidez. E por isso mesmo correm o maior risco de ultrapassar as 22 semanas até buscar o aborto. Mais cruel, impossível.

Claro que estamos falando de pessoas pobres, porque os pais de meninas da classe média ou ricas resolverão o problema.

 Arthur Lira já recuou da urgência votada – e aprovada – na semana passada para o PL. Agora ele fala na criação de uma comissão para debater o projeto, que só deverá ser votado no fim do ano. Como se merecesse consumir o tempo de parlamentares tão bem pagos com nossos impostos.

Já Rodrigo Pacheco se chocou com a encenação macabra feita no Senado na última terça-feira, providenciada pelo único senador do Novo, Eduardo Girão (guardem bem esse nome!)  

Domingo tem o ato #CriançaNãoÉMãe em Copacabana, a partir das 10h, no Posto 4, e às 15h na Paulista, em frente ao MASP, pelo arquivamento do PL dos Estupradores Já!

 

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