Abalo sísmico no bolsonarismo

 

Os que me leem já recomendaram que eu pare de falar em Pablo Boçal, caricatura repugnante, porque é exatamente o que ele quer. Porém, não resisto a reproduzir aqui as conclusões chegadas pela Revista Fórum:

Maçal já mina o fenômeno do bolsonarismo. O corrói por dentro. Subtrai forças da maior liderança extremista surgida no Brasil nas últimas décadas. Se triunfar e conquistar proeminência política nacional, caso se torne prefeito de São Paulo, em um ou dois anos o bolsonarismo estará fragmentado e perderá seu atual poder.

Foi arrastado ao passado.

É algo que causa um alívio indescritível de onde menos se espera: da criatura. Contudo, não se sabe ainda o perigo que ele representaria ao preencher esse espaço. 

De onde vêm as conclusões?

Da última pesquisa Datafolha, que traz o ex-coach à frente de Ricardo Nunes – candidato do inelegível – e tecnicamente empatado com Guilherme Boulos, apoiado por Lula.

Entre eleitores do capitão que deveriam votar em Nunes por ordem do líder, 44% vão de Marçal, Só 30% votarão no atual prefeito, como deseja o chefe. Entre os seguidores do governador de SP, Tarcísio de Freitas, 41% de eleitores querem Marçal na prefeitura e só 28% vão de Nunes.

Fora a manipulação sem precedentes das redes sociais. De janeiro a agosto foram mais de 6.400 anúncios no Instagram e Facebook com menções a ele, sem associá-lo à politica, o que o poupa das restrições da Meta. Tudo alimentado por promessas de riqueza e sucesso, conforme o Intercept.

Como se sabe, sábado a Justiça Eleitoral suspendeu as contas de Marçal nas redes sociais. Só que o ex-coach abriu 2 novos milhões de seguidores após a suspensão.

O que acontece é um racha profundo na extrema direita, uma erosão no bolsonarismo e eventual troca no trono de líder da extrema direita, algo até então impensável. O gado começa a deixar de seguir bovinamente as ordens de seu (ex?) líder.

Como se sabe, o inelegível é o caso de maior sucesso entre os outsiders surgidos nos últimos anos, como Donald Trump e, agora, o boquirroto Marçal. Este, já condenado a quatro anos de prisão por fraude bancária, surge com força nas redes sociais a partir de conteúdos fajutos de autoajuda.

Já declara patrimônio de quase R$ 170 milhões.

Acusa um adversário de “cheirador de cocaína”, sem nenhum fundamento, promete fanfarronices como implantar o criacionismo nas escolas municipais paulistanas, perseguir ladrões pelas ruas com drones e implantar teleféricos para transportar milhões de cidadãos diariamente.

Como seu criador, conquistou fama entre os eternos adultos disfuncionais seguidores do min(n)to, os eleitores de salvadores extraterrestres. Feito sob medida, com tecnologia de ponta e ideias que nem os jericos têm.