Rumos do caminho de retrocessos

 

Quando cursava o clássico, no Colégio São Vicente, me estarreciam as propostas de Plínio Salgado (foto) e sua turma de integralistas. E não conseguia entender que alguém pudesse aderir ao lema Pátria, família e propriedade.

Nem preciso dizer quem passou a repetir o lema como papagaio. Os camisas verdes agora são verde e amarelos. Pior, ele engana milhares de trouxas que passaram a segui-lo como gado. Falo do capitão insubordinado, que exerceu o mais medíocre mandato na Câmara Federal.

Em 26 anos, de seus171 projetos – número de estelionato no Código Civil que não poderia ser mais cabalístico –, apenas dois foram aprovados. Trata-se do esdrúxulo personagem alçado pela extrema direita para representá-la.

Entraram nessa conta, por exemplo, sua citação a Brilhante Ustra – um dos grandes torturadores da ditadura militar – em seu voto pelo impeachment de Dilma Roussef; seu plano de explodir o Guandu por melhores salários nos tempos de caserna e seu insistente gesto de arminha com as mãos.

Ninguém pensou se a criatura teria inteligência suficiente para arcar com tal responsabilidade. Nossa sorte é que não tinha, nem ele e nem os seus zeros à esquerda, ou mesmo os generais que lhe deram suporte. Senão, hoje teríamos um revival da malfadada ditadura militar.

Os extremistas viam nele o potencial de um Lula de sinal invertido, o que de fato foi. Tanto que conseguiu criar o inacreditável movimento batizado de bolsonarismo, onde atraiu os direitopatas que passaram anos enrustidos, sem força para fazer frente à onipresente esquerda.

É algo tão oco, porém, que se esfacela facilmente. E agora encontra em Pablo Lamaçal sua maior ameaça de racha. Sim, alguém mais inteligente e articulado que o ex-presidente que – quem diria – começa a virar peça de museu graças a essa nova liderança, sem honestidade ou caráter.

Ambos de grande afinidade com a extrema direita em sua busca a esmo por novos representantes para suas propostas reacionárias e conservadoras, porém, de grande penetração.

Em seu nascimento, graças aos Steve Bannon - guru de Donald Trump - e o aprendiz tupiniquim, Olavo de Carvalho da vida, que felizmente já passou dessa para a melhor.

Ninguém opera as redes sociais melhor que essa turba.

E o que vemos aqui se repete também mundo afora, com o crescimento da extrema direita na Europa, onde ela fora bem enterrada no pós Hitler e atrocidades da Segunda Guerra.

Assim como quem viveu a ditadura militar (1964-1985) e achou que nada semelhante se repetiria, lá eles veem o desabrochar de uma gente que tem no fascismo e no nazismo seu estandarte e porta-bandeiras.

Onde isso tudo vai dar ainda não sabemos...ou sabemos?