O ataque especulativo do mercado financeiro

 

“Houve um tempo em que chamávamos isso de ataque especulativo, porque não tem nenhuma relação com os fatos. Concretamente não está acontecendo esse fim de mundo que o mercado financeiro está vendo.

Apesar da política monetária contracionista, que produz uma redução do crescimento por que está sob a alta dos juros, o consumo está crescendo, a demanda e o investimento estão crescendo. E eles precisam reduzir a temperatura da economia. 

O mercado recebeu muito mal o pacote fiscal. O pacote faz mudanças de fato, no ritmo de crescimento das despesas, o país vai ter esse ano metade do déficit público que o mercado financeiro imaginava no começo do ano.

Houve ainda no meio do caminho uma coisa imprevisível que foram as chuvas no Rio Grande do Sul, porém, não há esse fim de mundo que o mercado está vendo. O que tem de preocupante?

A inflação está alta, mas para isso está sendo feito um pacote fiscal e um choque de juros, mais 2% até 19 de março. Buscar explicação para um mercado, quando ele tem o objetivo de elevar o dólar e a taxa de juros, não há explicação que amenize, porque não houve uma deterioração fiscal grave nos últimos dois anos que levasse a esse resultado.

E digo mais: o governo Bolsonaro pedalou, deixou de pagar R$ 93 bilhões de dívidas judiciárias vencidas. E quem pagou foi o atual governo. Então isso fez um déficit maior no ano passado, esse ano vai ser um déficit muito menor. Muito menor do que o próprio mercado esperava.

Não faz sentido esse dólar, essa histeria, essa taxa de juros. O comunicado do Banco Central diz que vai diminuir o crescimento, que vai levar a economia para um ritmo de contração, ou seja, vai reduzir bastante o crescimento num ambiente mais recessivo, que não chega a ser recessão.

A Ata do Copom diz que há preocupações no mundo, no Brasil, que o mercado não recebeu bem, mas chove no mesmo molhado. Concretamente, o país não está vivendo isso que se reflete nessa histeria do mercado financeiro.”

Fonte: Miriam Leitão