Denúncia do Inelegível pode sair em janeiro

 

Dessa vez as longevas previsões parecem ter se encurtado. Enquanto a cada dia víamos mais afastada a provável reação do PGR, Paulo Gonet, às 884 páginas do inquérito da PF sobre os atos golpistas, agora esse prazo passou para janeiro.

A reação será a apresentação da denúncia que permitirá ao STF julgar o Inelegível e condená-lo à prisão (o mais provável) - por ter liderado a tentativa de golpe de Estado para permanecer no poder. Ou não.

Gonet deve denunciar o ex-presidente, segundo a CNN Brasil. Tanto o PGR quanto o ministro Alexandre de Moraes vão desistir do recesso de fim de ano. O Judiciário e o MP terão de ir pelo mesmo caminho, para acelerar o processo que pode conduzir o capitão ao banco dos réus.

Aparentemente, essa mudança de postura (de acelerar o processo) deveu-se à recente prisão do aliado, o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, da Casa Civil (curioso um militar nesse posto...) e ex-vice presidente na chapa de 2022.

E o processo inclui outros 40 detidos entre os indiciados, sem contar os demais investigados, que também podem ser considerados suspeitos.

O PGR já anunciou que não entrará em recesso nem nesse ano ou no início de 2025, quando permanecerá em Brasília. Moraes também antecipou ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, sua intenção de não usufruir de sua folga para dar celeridade aos processos que relata. E o principal deles é o dos atos golpistas.

Um alento para os que já haviam se conformado em esperar até o fim de fevereiro ou início de março, quando ocorre o retorno do recesso judiciário e parlamentar.

Enquanto isso, o capitão faz chegar aos familiares de Braga Netto seu dedo na troca do advogado de defesa (assume o medalhão José Luiz de Oliveira Lima), o que é negado pelo próprio advogado do ex-presidente, Fábio Wajngarten. O que eles pretendem com essa dubiedade?

O fato é que uma demonstração de cuidado com o aliado pelo Inelegível seria uma tentativa de evitar sua adesão a uma  possível delação premiada. Algo (por enquanto) negado com veemência por Oliveira Lima.

Este, tenta acelerar o depoimento do general para confrontá-lo à denúncia de Mauro Cid. Ele alega que Cid já fez várias delações e se contradisse nas mesmas. Enfim, arte de um especialista para tentar defender o indefensável...