Extremistas continuam a ameaçar

 

Eu estava na reportagem geral do Jornal do Brasil, no fim da ditadura militar, quando teve início uma sucessão de atos terroristas – a bomba do Riocentro, as explosões nas bancas de revista e a bomba que matou D. Lyda Monteiro, na OAB.

Só consegui entender de onde vinha tudo isso quando o então presidente, Ernesto Geisel, afastou o general linha dura, Silvio Frota, autor das ordens. Agora, temos assistido às reações dos militares mais radicais à posse de Lula (inconformados em perder o protagonismo conquistado com o Inelegível), que pareciam ter culminado no 8 de janeiro.

Só que, pelo visto, a guerra subterrânea continua.

Seja no que a jornalista Miriam Leitão chama de ataque especulativo do mercado financeiro, com a desproporcional alta do dólar, ao que acaba de acontecer no festão realizado pelo grupo Prerrogativas, no início de dezembro, na Casa Natura, em Pinheiros, na capital paulista (foto). Era uma homenagem a Janja, a primeira-dama.

O Prerrogativas é integrado sobretudo por advogados, artistas e juristas e se projetou a partir de 2020, em resposta às arbitrariedades da Lava Jato.

Embora de início não tenha dado importância, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, recebeu a seguinte mensagem: “Se vocês não cancelarem esse jantar de sexta-feira (6) e essa homenagem fajuta para a **** Janja do Lula, eu irei pessoalmente aí e farei uma chacina, essa festa de m*** vai terminar com dezenas de mortos para vocês aprender (sic) a não brincar com o povo brasileiro, seus comunistas vagabundos ladrões corruptos”;

A PF acompanhou a história de perto e, desde então, tenta localizar o autor da ameaça.

Segundo a Revista Fórum, o episódio também foi confirmado por Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Prerrogativas. Ele minimizou a ameaça e sustentou: “Nossos compromissos para 2025 seguem caminhar ao lado do presidente Lula na reconstrução e reconciliação do país, para que o Brasil siga o caminho das necessárias reformas estruturantes à justiça social, que beneficiem sobretudo os menos favorecidos.”

E parece que tudo isso é o que essa gente violenta não quer. Reduzir a desigualdade, acabar com a fome e beneficiar os mais necessitados são palavrões para esses arruaceiros que, como Silvio Frota – de quem o general Augusto Heleno foi ajudante de ordens – precisam ser desmascarados e punidos.

Antes que novas tragédias ocorram.