Efeitos duradouros do gênio do mal
Esta talvez seja a herança mais maligna da gestão anterior. Com a independência criada pelo mecanismo para o Congresso, o chamado presidencialismo de coalizão foi para o espaço, assim como o equilíbrio entre os poderes, com a perda do controle do Orçamento pelo Executivo.
E a humilhante recusa do deputado Pedro Lucas Fernandes (UB-MA) ao ministério das Comunicações é mais nova prova dessa falência. Embora tivesse aceitado o cargo inicialmente, Fernandes avaliou que seria melhor para ele se manter na liderança da bancada do União Brasil. Ou seja, deixou de ser vantajoso se tornar ministro, porque no Congresso suas chances de ‘morder’ o orçamento são muito maiores.
Como descreveu
a jornalista Malu Gaspar, cada deputado e senador passou a ter a garantia de
milhões de reais para distribuir em suas bases, sem precisar pedir, ou entregar
algo em troca ao Executivo. “O que mudou completamente a lógica da negociação
de apoios e votações”. Com isso, Lula não consegue implantar suas politicas
públicas e é refém do Congresso para governar.
O exemplo
mais recente escancara essa dependência, porque Lula já havia nomeado para o
mesmo ministério o indicado por Davi Alcolumbre – seu aliado -,
trocou por outro indicado pelo mesmo senador e deixou a ele, o presidente do Senado, a escolha
de quem vai ocupar a pasta.
Como
explica o procurador da Justiça Roberto Livianu, em artigo no Globo, o
Executivo está “à mercê do patrimonialismo predatório e do compadrio político,
em total descompromisso com a publicidade republicana”.
“O
Congresso apoderou-se paulatinamente de R$ 50 bilhões do Orçamento por ano e,
nas últimas eleições, nos 100 municípios beneficiados por emendas Pix, o índice
de reeleição dos prefeitos é de 93%. Ele chegou a 82% em 2024, o maior da
história. Isso explica a resistência à imposição do rastreamento das emendas
parlamentares”, completa.
Até agora,
a única voz a contestar essa perigosa fórmula, capaz de colocar em xeque o
princípio constitucional da separação dos poderes, é o ministro Flávio Dino. Só que vai ser difícil uma só andorinha fazer verão...
Já o sumido
Luiz Eduardo Ramos tem tentado se desvincular do general Mário Fernandes, seu
número dois quando ministro da Secretaria-Geral da Presidência na gestão anterior.
Além de consolidar a aliança do governo com os
partidos do Centrão, Ramos também operou, em parceria com o general Braga Netto,
a demissão da cúpula das Forças Armadas, em 2021. É um gênio do mal, que nunca
recebeu a devida retribuição do chefe por seus serviços prestados...
Aparecida Lacerda
ResponderExcluirOvo de serpente para a democracia. Herança maléfica do governo Bolsonaro. As consequências de um governo duram bem mais que o próprio.
Manoel Braga Pinto
ResponderExcluir"Caras de pau e debi_loides"!
Almir Simões
ResponderExcluirPL e UNIÃO BRASIL são partidos que deveriam ser banidos pelos eleitores nas urnas. O pior é que o PP quer se unir a eles pensando nas próximas eleições . Bolsonaro com a sua incompetência avacalhou este pais. Era um fantoche. Entregou o Orçamento do governo a Lira e permitiu que Guedes comandasse a Economia ao seu bel prazer....
ResponderExcluirRogério Melo Araújo ·
Fato.
Cleo Mattos
ResponderExcluirBolsonaro oficializou a chantagem e deu ares de legalidade a corrupção.
Sem anistia.
Denilson Sena Santos
ResponderExcluirSem anistia
Terezinha Costa
ResponderExcluirA pior herança deixada pelo governo Bolsonaro é o orçamento secreto. Bagunçou todo o equilíbrio de poder. Uma armadilha da qual será difícil o país sair. O excelente texto da Celina Côrtes explica bem.
Mindinho Veríssimo
ResponderExcluirAbsurdo. É herança do b. Até quando vamos sofrer as maldades do inominável?
E, certamente, se ele condenado, não terá sido pelas centenas que ele matou na pandemia
ExcluirCesar Pinho
ResponderExcluirEsse asqueroso criou a mais nova facção criminosa: FPOS (Frente parlamentar do orçamento secreto) bem superior a PCC, CV e TCP...
M Christina Fernandes
ResponderExcluirNão entendo muito bem o que está acontecendo, todos já vimos que o Lula está refém deste congresso e o PT não vai fazer nada? Sei que também se beneficia da situação e o único partido que se levantou contra isso foi o PSOL até com o sacrifício do Glauber Braga na greve de fome.
A República acabou? A democracia está acabando também?
Ano que vem tem eleição e os mesmos que estão aí vão vencer nesse sistema atual, o presidente da República já não interessa muito, não tem mais poder, é isso?
O orçamento secreto roubou poderes do Executivo, que não consegue governar porque virou refém do Congresso
ExcluirChristina Dezouzart Cardoso
ResponderExcluirAs emendas impositivas não foram criadas em 2015?
O orçamento secreto é arte do general Luiz Eduardo Ramos, para salvar o pescoço de Bolsonaro
ExcluirM Christina Fernandes
ExcluirCelina Côrtes , pois é, um poder da República, o Executivo, foi anulado, então a República fica praticamente só com o Legislativo e o Judiciário.
Não chega a tanto, mas a execução do Orçamento é atribuição constitucional do Executivo, sem ela, ele perde uma perna
ExcluirChristina Dezouzart Cardoso
ResponderExcluirComo votou o PT e o que viria a ser a Frente Ampla de apoio e base do Governo Lula no Congresso , quando da votação do PLN 51/2019?
ExcluirCelina Côrtes
Foi essa ampliação do orçamento impositivo, de 2019 - como vc informa - que sequestrou o Orçamento pelo Congresso
Elvis Pirôpo
ResponderExcluirÓtimo texto, a Herança maldita dos GOLPISTA !
Carlos Minc
ResponderExcluir🥸🤔😔😔
💃💪🏽🌻🎷🐬💥🪂🚴♀️🌲🦋💚🌻
Lucrécia Iacovino
ResponderExcluirA culpa em primeira instância é do povo. O cidadão vota em troca de telhas pra sua casa, em troca de cesta básica e, até, de dentadura. A classe média vai além, vota em troca de qualquer coisa, até do "prestígio" de ter um "amigo" político pra uma eventualidade. Enquanto não houver uma mudança efetiva no congresso com deputados e senadores comprometidos com quem os elege, tipo o Glauber, nada vai mudar.
Lucrécia Iacovino
ResponderExcluirA culpa em primeira instância é do povo. O cidadão vota em troca de telhas pra sua casa, em troca de cesta básica e, até, de dentadura. A classe média vai além, vota em troca de qualquer coisa, até do "prestígio" de ter um "amigo" político pra uma eventualidade. Enquanto não houver uma mudança efetiva no congresso com deputados e senadores comprometidos com quem os elege, tipo o Glauber, nada vai mudar.
Carlos Minc
ResponderExcluir🥸🤔😔😔
💃💪🏽🌻🎷🐬💥🪂🚴♀️🌲🦋💚🌻
Vera Lucia Lopes Leite
ResponderExcluirSão uns canalhas
Helcio Ramis
ResponderExcluirFoi o maior escândalo de que se teve notícia na história da república: aproximadamente 200 bi...
Não é mi, é bi mesmo.
Ila Mendes
ResponderExcluirTá difícil governar:
Essa é a principal razão para toda essa dificuldade, nova para Lula.
ExcluirDinah Ferreira
ResponderExcluirA maior desgraça do Brasil foi esse verme ter conseguido chegar à presidência e ter trazido com ele muitos vermes iguais a ele pra dentro do Congresso.
Vdd, continuamos a sentir os estragos que ele promoveu, como esse
ExcluirJorge Lúcio de Carvalho Pinto
ResponderExcluirOlha a responsabilidade dessas pessoas na gestação de um Brasil errado, do mal
ResponderExcluirRicardo Bánffy
"Não fazia idéia"? Conta outra.
O objetivo era salvar Bolsonaro do impeachment, ele não fazia ideia do quanto essa maldade ainda ia render
Excluir
ExcluirRicardo Bánffy
Celina Côrtes qualquer um com dois neurônios poderia prever no que ia dar. E, francamente, salvar Bolsonaro das consequências dos seus próprios atos
Responder
Porque também seria a salvação deles próprios, com a continuidade de uma ditadura militar
ExcluirLuiz Alberto Pereira
ResponderExcluirHerança Maldita, para um governo de coalizão(?)…!
Marillac Fernandes Barbosa
ResponderExcluirÉ Revoltante!
A POLÍTICA, escancara sem nenhum pudor a existência de um temido "Jogo de Xadrez" bem armado com uma antecedência primorosa e perversa que desafia as próprias regras convencionais tornando-as difíceis de serem consolidadas.
(Situações difíceis assim, exigem grandes Estratégias de possíveis defesas para que se torne possível armar um "xeque-mate" com a finalidade dissolver as Armadilhas preparadas por "Oponentes"...)
Marcos Aarão Reis
ResponderExcluirA Presidência nomear um secretário da Comunicação independente... nem pensar! Essa é a democracia que temos. Não gosta? Protesta nas redes. Ir às ruas para ampliar as margens democráticas?... nem pensar! Console-se, porém: no Sudão do Sul é pior. Ah, sim, uma andorinha solitária faz parte da democracia que temos.
Paulo Leal Leal
ResponderExcluirSEM ANISTIA PRO BOLSONARO E SUA GANGUE!!!
Giselda Costa
ResponderExcluirNós vamos conseguir desfazer esses atados de satanás!
Jhonathan Soares Meneses
ResponderExcluirEle que mídia tem cadeia pra ele
Joseley Lira
ResponderExcluirIsso tem sido um fato, os poderes foram desvirtuados por outros interesses..
Wladimir Ganzelevitch·
ResponderExcluirCelina Côrtes sintetiza a desgraça.
JULIO BITTENCOURT-FRANCISCO
ResponderExcluir• 1º
Attorney in Law and former Adjunct Professor @ UFRGS - Campus FABICO | Senior Writer, Researcher; Ph.D in History of IberoAmerican societies, master's in Social memory and MBA in History of Brazilian Law.
(editado)
5 h
Nas cidades do centro Sul do Brasil e em municípios médios e pequenos, a maioria com pouco mais de 3 mil habitantes, sendo eles pequenos agricultores, descentes de imigrantes mas também importante população de brasileiros, seja na comunidade cabocla dos vilarejos do sertão ou periferias urbanas, até o branco com sobrenome português de estirpes mais antigas, até dos descendentes diretos de ibéricos e açorianos. Povo nativo seja descentes de escravizados libertos e mestiça brasileira, o pardo. Nesta pequena cidade o orçamento secreto, possibilitou ao Prefeito, beneficiado do núcleo urbano do município, abrir e dar estrutura a duas ruas, além de outros investimentos que não conhecemos...nisso, posso garantir. São sempre prefeitos ligados ao agro negócio de médio e grande porte, deixando o funcionalismo público e o comércio a míngua, assim como os pequeno agricultores do interior que sofrem com a falta de estrutura em suas produções. Ao partidos ditos progressistas, ou da esquerda, resta trabalhar suas bases no campo político. Os efeitos dos orçamento secreto do centrão são evidentes. A política da elite rural esta ancorada no nucleo urbano e no interior. Ela é reproduzida em outras classes sociais que reeleger sempre o centrão.
Obrigada por esse relato ao vivo e a cores
Excluir
ResponderExcluirFernando Veiga Barros
Pois é. Quais são as lições que se colhem desse e de outros episódios?
O Brasil não precisa de reforma administrativa.
O Brasil precisa de reforma política e de reforma do Judiciário.
Roberto Nobre-Campos
ResponderExcluirAlmir Simões
Complicado controlar tantos ladroes!
José Nascimento
ResponderExcluirLULA-PT refém dos dos corruptos.
ResponderExcluirRosi Gomes
Não tinha ideia? Claro que tinha. A ideia não era destruir e não construir? Conseguiram! Cães.
Ele não tinha ideia de que Bolsonaro não seria reeleito e sua invenção do mal persistiria no governo seguinte
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ResponderExcluirLucia Vasconcellos
O poder executivo está cada dia mais fraco, independente de quem seja eleito. Num pais tão pouco politizado como o nosso, é quase impossível eleger congressistas com a mesma visão ideologica do presidente eleito.
Lucia Vasconcellos
ResponderExcluirRosi Gomes infelizmente conseguiram