Brasil mais para República das Bananas
Na contramão do mundo civilizado a Câmara aprovou, em toque de caixa, o
aumento de 18 novas vagas de deputados, com suas respectivas cotas, auxílios e
verbas indenizatórias. Quer dizer, a Casa Legislativa não está só empenhada em
salvar a pele de Bolsonaro e de seus asseclas, mas em garantir que ninguém perca
cadeiras. E mordomias.
O acréscimo de parlamentares vai gerar um aumento de despesas de R$ 64,8
milhões anuais. Nessas horas, paira no ar a equivocada noção de que o Brasil é
um país rico – para alguns, é verdade -, onde 8,7 milhões de brasileiros ainda
enfrentam a fome. Porque o dado deveria interferir na vida daqueles que fazem as leis no
país?
Como disse o editor do Globo, Miguel Caballero, “não haverá força a
impedir a ampliação do latifúndio ocupado pelo Congresso no Orçamento. Cada
deputado terá em 2025, consideradas somente as emendas individuais, o direito
de definir o destino de R$ 37,3 milhões.”
Mais uma herança maldita do Inelegível...
“É mais fácil crer que Lula acatará os conselhos de limitar o reajuste
do salário mínimo à inflação em nome da responsabilidade fiscal do que imaginar
os parlamentares redistribuindo os recursos das emendas com os novos colegas de
modo a reduzir a própria parte”, completa Caballero.
Se os valores de 2026 se repetirem em 2026, os novos 18 representantes
terão cotas individuais de mais R$ 671,4 milhões para manejar a seu bel prazer.
E a chance de mudar essa decisão esdrúxula é absolutamente nula.
No resto do mundo, a fórmula adotada é a de menos deputados,
mais eficiência, como demonstra a tendência dos últimos 20 anos, com a predominante redução do número de parlamentares. A Alemanha, por exemplo, aprovou uma
reforma que reduziu de 736 para 630 o número de deputados. O que gerou um
impacto direto no Orçamento.
Já na França, um referendo subtraiu de 630 para 400 o número
de deputados, enquanto o Japão optou por mudanças graduais: hoje são 465
parlamentares, menos 15 que há dez anos. A Grécia, por sua vez, reduziu os 350
a 300 deputados.
E, quem assistiu à série dinamarquesa Borgen, se surpreendeu
como a vida da premier não é muito diferente da do povo que ela governa, ao
contrário dos excessos que nos acostumamos a ver por aqui, com auxílio moradia até para os que possuem imóveis no Distrito Federal.
E como na Suécia, onde os 349 deputados vivem uma realidade impensável
para nossos padrões. Eles não têm assessores pessoais, carros oficiais e pagam do próprio bolso pelo cafezinho. Têm direito a um cartão de transporte público. E o único que pode ter carro oficial é o primeiro-ministro.
Os nossos são traços, portanto, de Repúblicas das Bananas.
Bom dia tristeza!
ResponderExcluirM Christina Fernandes
ResponderExcluirComo é triste observar que caminhamos para trás.
Mindinho Veríssimo
ResponderExcluirImpressionante, que triste realidade
João Batista Ribeiro
ResponderExcluirPovo dorme em berço esplêndido.
Infelizmente!
ExcluirDanielly Rodrigues
ResponderExcluir#Tudo às custas do dinheiro público, já o têm, não trabalham, agora, muito menos, um absurdo.
ResponderExcluirJorge Lúcio de Carvalho Pinto
Com certeza, nós precisamos de um Congresso melhor e de políticos melhores. Que não façam do Parlamento um balcão de negócios e do seu mandato um cabide de empregos. O político brasileiro sempre foi assim, mas agora está muito pior. Só tem um foco: continuar sendo eleito para prosseguir mamando nas teras do dinheiro público brasileiro
ResponderExcluir⚒ Walace Hoelzle
Agradeço por compartilhar isso, Celina
Pena que meu algoritmo é bichado e os posts não chegam para quem mais precisava...
ExcluirBasta ver a escassez de comentários no Linkedin, onde a grande maioria não se interessa pelo que falo...
ExcluirGetulio Vellasco
ResponderExcluirMuito boa análise! É uma pena que em nosso País o assunto mereça pouquíssimos comentários de alguns ...por isso proliferam-se os absurdos!
Delfim Freitas
ResponderExcluirIsso vai acabar aumentando ainda mais a dinheirama para emendas. 🤦
Pois é, e o fundo partidário, que está virando piada de mau gosto
ExcluirElias Fajardo da Fonseca
ResponderExcluirBom texto, Celina. Essas mordomias brasileiras precisam acabar l.
O problema é que não está no horizonte...
ExcluirM Christina Fernandes
ExcluirElias Fajardo da Fonseca, infelizmente não acabam, somos um povo meio apático para tomar posições a nosso favor, votar de 2 em 2 anos não ajuda e o congresso piora a cada eleição.
Elias Fajardo da Fonseca
ResponderExcluirM Christina Fernandes Este congresso é o fim da picada!
ResponderExcluirFátima MELO
🌳🌏🙋🏻♀️❤️🫱🏻🫲🏼😉🌺🏃🏻♀️🏖🍷💃🏻🤫🤣🐆👊🏼🍎🎾✈️♍️
😬😬😬😬😬
ResponderExcluirLícia Queiroz
Assisti à série! É de dar inveja o sistema deles. Queria vê-los indo de metrô ou bike trabalhar! Ou melhor, queria vê-los trabalharem! Pq, por aqui, tá difícil isso! 😒☹️
Para nós, brasileiros, é espantoso!
ExcluirCarlos Freitas
ResponderExcluirUma verdadeira máfia, todos se protegem...
Luiz Eduardo Rezende
ResponderExcluirO parlamento brasileiro é uma vergonha, mas não podemos nos esquecer que os parlamentares estão lá porque foram votados pela população, que precisa ter mais consciência e cuidado na hora de escolher seus representantes.
Mas, ainda assim, é muito melhor ter um Congresso ruim do que um Congresso fechado.
Concordo!
ExcluirElias Fajardo da Fonseca
ExcluirLuiz Eduardo Rezende Falou e disse.
Neuza Ceciliato
ResponderExcluirNão é possível que não seja possível criada uma Lei que impeça os parlamentares de aumentarem o número deles no Congresso e na Câmara.
Se são eles que fazem as leis vai ficar difícil legislarem contra si próprios
ExcluirChristina Castello
ResponderExcluirParticipei de um abaixo assinado contra essa medida mas perdemos. Espero receber feed back deles